domingo, 25 de janeiro de 2015

25.- POLÔNIA... pela primeira vez


ANO
 9
VA R S Ó V I A – Polônia
EDIÇÃO
 3006

Desde a noite de quarta-feira — aqui 17 horas é noite cerrada —estamos pela primeira vez na Polônia, mais precisamente em sua linda capital: Varsóvia. Este é o 47º pais que visito. É também o 23º país no qual este blogue é postado. Há outros 24 países, a maioria anterior a 2006, quando ainda não editava este blogue. Inauguramos a estada aqui, indo a um restaurante saboreando comida que evoca a ancestralidade muito próxima da Gelsa.
Permito-me, antes de falar de Varsóvia, num parágrafo comentar os três últimos dias de Berlin (SEG/TER/QUA) vividos após a última postagem deste blogue.
A caracterização: Berlin, cidade dos museus!” foi plenamente ratificada. Na segunda-feira, primeiro visitamos uma galeria de arte ao ar livres, onde mais de uma centena de artistas cobriram mais de 1,5 km de trecho do antigo Muro com diferentes evocações; após estivemos no Museu Judaico, aí assistimos uma exposição acerca da circuncisão (esta por si mereceria uma blogada). O cartaz da mesma, ao lado, não poderia ser mais elucidativo. A terça teve muitas fruições; destaco a visita que fizemos a museu que funciona em uma antiga estação de trem (Hamburg Bahnhoff) onde nos encantamos com Beuys, Raschenberg, Warahol e muitos outros. Na quarta, tivemos só a manhã, pois viajamos à tarde, fomos, vencendo desafios de transportes coletivos, ao Bergruen Museu, valeram as imensas dificuldades para chegar.
Estar em Varsóvia pode gerar um problema grande: a comunicação oral e escrita com a língua. Veja-se uma afirmação sobre Varsóvia em polonês: Warszawa – stolica Polski i województwa mazowieckiego, największe miasto kraju, położone w jego środkowo-wschodniej części, na Nizinie Środkowomazowieckiej, na Mazowszu, nad Wisłą. Isto quer dizer algo como “Varsóvia - capital da Polônia e da província de Mazowieckie, a maior cidade do país, localizada na parte centro-leste da Planície Central da Mazovia, às margens do rio Vístula”.
Esta grande dificuldade com a língua nesta imponente e milenar cidade determinou um destaque muito especial: Casimiro Marcos Przeszowski, um jovem e competente guia de turismo, com mestrado em história, que escolhemos — por ser hispano hablante — e com quem há mais de um mês preparamos a viagem por correio eletrônico. Aqui e agora, uma recomendação para quem quiser vir a Varsóvia, sem saber polonês (inglês, não é solução): contate casimiro@lomejordevarsovia.com ou www.lomejordevarsovia.com Este nós recomendamos, por que podemos atestar sua competência. Na foto o Casimiro conosco em muitas aulas que nos deu em dois dias.
A quinta foi o primeiro dia inteiro de Varsóvia. Começamos, orientados pelo Casimiro com um recorrido pelo antigo bairro judeu de Varsóvia pré-guerra. Estivemos em áreas onde se localizou um dos mais abjetos crimes contra a humanidade: o Gueto de Varsóvia (o nosso hotel está nesta área) o maior gueto judaico estabelecido pela Alemanha Nazista na Polônia durante o Holocausto, logo após a ocupação da Polônia em setembro de 1939 no inicio da Segunda Guerra Mundial. Nos três anos da sua existência, a fome, as doenças e as deportações para campos de extermínio reduziram a população estimada de 380 000 para 70 000 habitantes. O Gueto de Varsóvia foi o palco da revolta do Gueto de Varsóvia, a primeira insurreição massiva contra a ocupação nazista na Europa. Apesar disso, a maioria das pessoas que estiveram no Gueto de Varsóvia foi morta nas câmaras de gás no campo de extermínio Nazista de Treblinka.
Vimos parte dos muros que são conservadas e também monumentos evocativo. Estivemos no Umschlagplatz, local onde nazistas alemães deportavam os judeus poloneses para o campo de extermínio de Treblinka. Ali foi filmado no filme "Pianista" (The Pianist, 2002 dirigido por Roman Polanski e estrelado por Adrien Brody. Baseado no livro autobiográfico de mesmo nome escrito pelo músico polonês Władysław Szpilman). As ilustrações mostram detalhes do muro do Gueto e locais nas calçadas marcando os limites do mesmo.
Ainda pela manhã visitamos por mais de três horas o moderno Museu que narra mil anos de História dos judeus poloneses — http://www.polin.pl/en, O prédio inaugurado em outubro do ano passado, tem magnífica proposta arquitetônica e no seu interior se pode ver o resultado de pesquisa de uma equipe multidisciplinar durante quase 20 anos de pesquisa. À tarde, visitamos uma exposição temporária acerca dos bastidores de concepção da obra.
Da sexta-feira, faço dois destaques. 1) Estivemos por cinco horas no Centrum Nauki Kopernik (Centro de Ciencias Copérnico). Se tivéssemos ficado quatro vezes mais não teríamos visto tudo que vimos. Há uma regra presente para as centenas de crianças que conosco fizeram a visita: pode-se tocar em tudo. Vimos temas muito importantes como uma exposição sobre a vida no mundo infinitamente pequeno, uma sessão do Planetário e um teatro de robô. Fomos bastante prejudicados, especialmente nos dois últimos pontos citados, pois não havia tradução para o inglês. 2) A noite, sob gélida temperatura fomos assistir a um concerto da Pilharmonia Narodowa (Filarmônica Nacional). Foi esplendoroso assistir este espetáculo na terra de Frederic Chopin. Então era dispensado qualquer tradução. A linguagem da música é universal.
Ontem, sábado, com temperaturas entorno de zero graus centígrados fizemos um tour guiado, mais uma vez pelo competente Casimiro. Fomos primeiro ao romântico parque Łazienki Królewskie (Banhos reais) com o Palácio sobre as água e podemos ver monumento o monumento a Frederico Chopin. Voltamos à parte central onde visitamos o centro histórico de impressionante beleza arquitetônica. Destaco aí precioso Castelo Real renascido de suas cinzas qual fênix sua total destruição completa que sofreu durante Segunda Guerra Mundial, No seu interior podemos visitar muitas salas e assistir a exposição de multimídia que cobria mais de 4 séculos. Vimos a coluna do Rei Segismundo, a catedral medieval de São João Batista e a igreja dos jesuítas. 
Foi emocionante ver a casa onde nasceu Marie Skłodowska-Curie. Pode-se ver na fachada da mesma uma alegoria a descoberta dos elementos Rádio e Polônio.
Neste domingo, dia 25, pela manhã estamos partindo por trem, para Cracóvia, que anuncia nos esperar com neve. É a continuação desta viagem de férias. A quarta das cinco postagens do diário de um viajor prometidas será desta cidade.

8 comentários:

  1. Caro Chassot
    imagino o que sentes ao visitar a casa de Marie Sklodowska-Curie. É uma belíssima viagem pela história de fatos modernos.
    Boa viagem!
    Um abraço.

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  2. Viajei nessas postagens.....
    Boa viagem para vc e Gelsa.
    Um abraço afetuoso.
    Edinéia - em Cuiabá

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  3. Uma Maravilha Chassot! Espero um dia poder fazer este roteiro. Abraço. JB

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  4. Attico,

    Que bom que estás a viajar pela Europa. Europa para mim é sempre uma mistura de sentimentos tristes e alegres. A constatação que somos crianças e que fomos sugados até a alma.

    Aproveite!!!
    E tenho certeza que trará mais novidades.
    A propósito, tem o filme do Alan Turim. Já assististe?
    Abraços fraternos,

    Dr. Sidnei Quezada

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Querido Chassot,

    quantas imagens. Senti-me visitando contigo a terra de Curie, Chopin e Copérnico. Fiquei encantado com o museu no qual se pode em tudo tocar. É uma oportunidade de aprender pela experiência, que vai além da simples vivência da contemplação distanciada.
    Apesar de tudo, deve ser doloroso ver as marcas do nazismo. Os criminosos do 3º Reich mandaram para os campos de extermínio não somente seres humanos, mas boa parte da elite intelectual e artística da Europa. Movidos pela inveja e pela cegueira do fanatismo… Que a neve que glaceia os campos sejam um bálsamo para tantas emoções. Mazel tov!
    Abraço ex corde
    Guy

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  7. Isto não é uma viagem de férias. Parece muito mais estudos aprofundados em história, ciência e cultura na forma de visitas. Incrível. E a gente degusta a tudo com proveito. Grande abraço, mestre!

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  8. Querido Chassot,

    Obrigada por compartilhar tanto conhecimento, que aula maravilhosa a céu aberto!!!
    Compartilho da tua dor, o nazismo não pode ser esquecido, pois nos confronta com a capacidade de psicopatologizar coletivamente. Homem lobo do homem.....
    Obrigada.
    Forte abraço, desfruta da viagem e da Vida.
    Denise Quaresma

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