segunda-feira, 17 de novembro de 2014

17.- DANDO UMA DE PAUTEIRO


ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2960

Certamente o substantivo presente no título causa estranhamento. Depois que o escrevi, fui ao Priberam — meu dicionário preferido — e não encontrei a palavra. O Michaelis, diz ser um termo jornalístico: pauteiro (pau.tei.ro) 
sm (pauta+eiro) Aquele que faz a pauta de uma reportagem.
Mão houvesse ‘amansa burro’ disponível seria natural que assumisse a acepção apresentada aquele que faz pauta.
Das sete acepções que o Priberam registra para pauta, estou no meu texto divagando acerca da sétima:
7. [Brasil] [Imprensa] Sequência dos temas a tratar numa edição de jornal, revista, programa televisivo ou radiofônico. = AGENDA.
Já comentei aqui, mais de uma vez, que manter um blogue diário tem muitos bônus, dos quais instantaneamente colocar em circulação nossos escrevinhares. Sabemos o quanto não é fácil esperar que uma produção de um artigo ou livro venha a lume.
Não temos aquela paciência que teve Nicolau Copérnico, quando escreveu De revolutionibus orbium coelestium e o dedicou, em 1543, ao Papa Paulo 3º. O revolucionário polonês temia muito publicar seu texto, pois não desconhecia que enfrentaria: 1) o senso comum (o sol girar ao redor da terra); e 2) o fundamentalismo (contrariando da passagem que está no livro de Josué que refere que ‘o sol e a lua pararam’). Copérnico, desculpando-se de sua audácia justifica: "(...) Meus amigos, entretanto, me dissuadiram de tal procedimento e me exortaram a publicar o livro, que esteve oculto em meu poder não apenas nove anos, mas já quase quatro vezes nove (...)”.
Sabemos as consequências de sua coragem: Ele morre quando Rethicus chega com o livro e obra é mantida no Index librorum prohibitorum quase 3 séculos (até 1835). Giordano Bruno foi, talvez, a vítima maior desta audácia.
Se no blogar temos o bônus da quase instantaneidade da parição de nossos textos, temos o ônus de necessitarmos a cada dia um assunto. Já contei que amiúde lembro-me de minha mãe. Terminada a janta, ela trazia uma preocupação: não sei o que vou cozinhar amanhã. Realmente a responsabilidade de prover a alimentação para o marido é sete filhos era mais árdua que minha, quando me interrogo: o que será a blogada de amanhã.
De maneira usual, quando termina o domingo... e para mim os dias, especialmente os do fim de semana, fluem à maneira judaica de contar o tempo. O sábado começa, por exemplo, no entardecer de sábado e a segunda inicia no pôr-do-sol de domingo. Assim, no entardecer do domingo vivo a síndrome de viver as exigências da semana que começa. Assumo, então, a busca de uma pauta. É o momento que sou pauteiro.
As aulas para cada um dos grupos (este semestre, quatro) entram em cena, as viagens e suas falas desfilam e... os sete blogares que tenho que escrever surgem açulados pela minha mãe.
Por exemplo, na semana que está começando quero dedicar dois dias a duas mortes que aconteceram na semana que passou: Leandro Konder e Manoel de Barros; um e outro me fizeram história. Quero contar de uma menina que vejo vencedora. Assim até quinta já há assunto. Acontecimentos do fim de semana me sugeriram falar nas pretensões daqueles que bradam pelo coturno. Por hora, abstenho-me. Sexta é o dia mais difícil, pois então me exijo prepostar as edições de sábado e domingo, pois busco fugar do mister de escrevinhador em findi.
Se buscava assunto... já tenho algo que pode ser a blogada para inaugurar a semana. Então, que ela seja uma muito boa cada uma e cada um.

2 comentários:

  1. Talvez na Quinta-feira possa surgir algo interessante. Ou não. Saberes e vontade não faltam.

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  2. As blogadas norteiam nossos primeiros debates. Um assunto puxa outro e pronto, está formada a tribuna.

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