domingo, 28 de setembro de 2014

28.- A BELEZA DA FERA


ANO
 9
Morada dos Afagos
EDIÇÃO
 2910

Estou de volta da excepcional semana. Nem sempre os duendes que cuidam de nossos voos são camaradas. Ontem, quando já embarcados em Brasília, no terceiro de quatro voos, somos informados que deveríamos descer para trocar de aeronave. Mais uma vez os lentos e xaropes rituais de (des)embarques. Consequência: não cheguei a tempo para tomar em Congonhas o voo para Porto Alegre. E as cerca de 12 horas para vir de Macapá, transformam-se em quase 15.
Mas, enfim cheguei de extensos e densos seis dias. A blogada deste primeiro domingo de primavera é apenas para fazer um registro do livro que me saborosamente me acompanhou nesta semana. Foi oportuna a sugestão do José, um competente livreiro de Manaus.
ANGIER, Natalie. A beleza da fera: novas formas de ver a natureza da vida. [Tradução: Rui Cerqueira & Erika Hingst. The beauty of the beastly: new wiews on the nature life] Rio de Janeiro: Rocco, 260 p, 1998. ISBN 85-325-0801-4
Em anos de pesquisa sobre o mundo natural, Natalie Angier adquiriu uma certeza - na ciência, nada é o que parece ser. Assim, os golfinhos, que às vezes parecem perversos ao bater uns nos outros, também são bons companheiros. A hiena, considerada uma carnívora sanguinária, pode também agir docilmente. No livro 'A beleza da fera', a autora transforma fatos científicos em ensaios que celebram e esclarecem a diversidade do mundo natural [Quarta capa].
A paixão pela diversidade do mundo natural foi o que levou Natalie Angier — autora de a Geografia da Mulher--, ganhadora do prêmio Pulitzer e repórter de ciência, a escrever sobre criaturas que a maioria das pessoas acha repugnantes, como aranhas, escorpiões, parasitas, vermes, cascavéis, escaravelhos e hienas. Nestes ensaios ricos e variados — quase todos publicados em The New York Times —, a autora discorre também sobre a atividade sexual dos animais, a medicina e a saúde vistas de uma perspectiva evolutiva e os hormônios que modelam a dinâmica da vida familiar.
Sem receio de antropomorfismos, Angier vê as moléculas como personagens de pequenas peças teatrais e considera intrigantes o grau de percepção das cobras e o comportamento social dos carneiros. A decadência das orquídeas, segundo ela, deixaria Oscar Wilde perplexo. Outros artigos discutem as mais recentes descobertas no campo da biologia molecular, esmiuçando o trabalho das mulheres cientistas, descrevendo suas idéias e argumentos. De maneira comovedora, a autora também compreende a complexidade e a necessidade da morte.
A incrível resistência das baratas à ameaça aos guepardos, da estrutura do DNA ao namoro brutal entre golfinhos, A beleza da fera nos fornece retratos íntimos e radicais da natureza.

2 comentários:

  1. Ainda tentam nos convencer de que a crise nos aeroportos já foi contornada. É por isso que eu digo que não reconheço esse Brasil tão maravilhosamente descrito nas campanhas políticas.

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  2. Penso que em quase tudo na vida pouco é o que parece.

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