segunda-feira, 14 de julho de 2014

14.- AGORA! BRASIL PÓS-COPA...

14.- AGORA! BRASIL PÓS-COPA...
ANO
 8
Livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2834


Este 14 de julho é talvez uma das datas universais mais evocadas. Não há como não nos remetermos àquele histórico 14 de julho de 1789. ‘A Queda da Bastilha’ se fez marco de uma revolução que não foi apenas francesa. O mundo ocidental fez, então, um grande ensaio do que era a bandeira dos revolucionários: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade!”. Mesmo que tenha já transcorrido 225 anos, há ainda muitas lições a aprender.
Mas hoje é uma segunda-feira diferente. A foto que ilustra este parágrafo parece ter certa analogia com o que vivemos agora. Há quase um ano (28JUL14) ver o simpático papa Francisco subir as escadas do avião e deixar o Brasil, depois de vários dias, transmitiu a alguns uma sensação de alívio. Estávamos, então, já fartos de papa de manhã, papa de tarde e papa de noite. Foi bom dizer, adiós papa Francisco!
O adeus ao papa tem um paralelismo com a cena ao lado, quando ontem, já noite: a Presidente Dilma entrega a taça à seleção da Alemanha— ou melhor — encerra a copa. Tivemos copa à exaustão. Foram cinco dúzias de jogos, em mais de um mês e muitas horas de fastidiosos comentários. Foi uma maçante quarentena. A maioria dos comentaristas ou dizia o óbvio ou falava abobrinhas.   
Para ser mais polido, uso a locução latina, que não só me confere certa erudição, mas traduz melhor o que vivemos: tivemos copa ad nauseam. A prorrogação de ontem foi uma over dose.
Mas há que reconhecer que também foi nos ensejado estudos mais sérios sobre o assunto. É muito bom aprender com quem entende. 
Faço, neste pós-copa um destaque a uma entrevista com Flavio de Campos, professor do departamento de história da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e um dos responsáveis pela disciplina de pós-graduação "História Sociocultural do Futebol - Impulso Lúdico, Composição e Significações". Autor da série didática "O Jogo da História" (ed. Moderna).  Flavio de Campos discute na entrevista que está em  http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/09/deportes/1404932642_878284.html tentando digerir a amarga derrota da seleção de Felipão para a Alemanha e uma crueldade coletiva que se iniciou antes mesmo do final da partida no Mineirão.
Os que desejarem uma sobremesa para a ressaca destes dias podem encontrar em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0808200403.htm uma análise das mudanças por que passou a relação entre os esportes e as sociedades, principalmente nos últimos 200 anos, pois, como afirma o sociólogo, "no século 19, os esportes pressupunham o combate entre iguais. Eram disputas formais contra antagonistas considerados à altura em termos sociais".

2 comentários:

  1. Acredito que uma das mais importantes lições que tivemos nessa copa, é de que vivemos em um mundo globalizado. O futebol já foi nosso legado maior nos esportes. Hoje com o troca troca de jogadores e técnicos acabamos ultrapassados. Não há como negar que venceu a disciplina do povo alemão. Levaram o dever de casa a sério, tiveram um resultado merecido. Resta-nos a lição maior da experiência. Que o povo acorde para as questões maiores que afundam nosso país.

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  2. Finis

    Panis et circenses, foi essa a proposta
    Que mandante faz e população gosta
    Futebol é pano de fundo para enganar
    Sobre nossas mazelas em dose cavalar.

    Entretanto não deu exatamente certo
    Porque time alemão bem mais esperto
    Com o qual esquecemos de combinar
    Veio com veia de campeão modelar.

    Então o bicho pegou no verde tapete
    Nós jogamos uma partida de retrete
    E nosso sonho que era bom acabou
    Adiamos nossa alegria para Moscou.

    Sete a um na anca, marca de ferrete
    Foi o legado dessa copa que restou.

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