quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

19.- DO CARRAPICHO AO VELCRO


ANO
 8
em fase de transição
EDIÇÃO
 2627

 Nossa série serendipitosa chega à quinta edição. Hoje, com algo aparentemente trivial, mas com resultados muito significativos. Estes transformaram hábitos, facilitando várias de nossas ações cotidianas.
Quantos de nós, especialmente aqueles que não tivemos uma infância exclusivamente urbana, chegamos, vez ou outra, em casa com a roupa cheia de carrapichos*]. No inverno, quando usávamos roupas mais grossas (lã, flanela...) o encarrapichamento era maior. Não raro as mães punham os filhos a retirar os frutos aderidos à roupagem.
* Carrapicho: nome comum a vários subarbustos das leguminosas, compostas, gramíneas, malváceas e tiláceas, cujos frutos com pequenos espinhos ou pelos aderem à roupa ou ao pelo dos animais.
O carrapicho era tão presente em nosso cotidiano que se apelida(va) de carrapicho a pessoa que permanece próxima de outra sem que seja desejado.
A pergunta que surge: Quem ou quantos de nós nos perguntamos alguma vez como o carrapicho ‘se agarra’ na roupa ou no pelo dos animais?
Ocorre que em 1941, o engenheiro eletrônico George de Mestral (1907-1990), ao retornar de um passeio pelo campo, na Suíça, sua terra natal, percebeu que seu casaco estava coberto por carrapichos. Ao arranca-los, interrogou-se: “O que será que faz que se prendam tão firmemente?” Sua curiosidade levou a um exame mais detalhado com microscópio. Descobriu, então, que os carrapichos estavam cobertos por ganchos e estes se agarravam aos fios de seu casaco. Esta é a maneira que a natureza tem para espalhar as sementes, que se agarram a pássaros e outros animais.
De Mestral levantou a possibilidade de desenvolver um sistema baseado no padrão do carrapicho que fosse útil, ao invés de ser um incômodo.
O resto da história conhecemos: o prendedor Velcro®, que a estilo dos carrapichos acha-se presente no fecho dos sapatos infantis até nos microfones de lapela de um astronauta em um ônibus especial, compreendendo neste interregno miríade de usos. Velcro® deriva de velvet (veludo) e crochê.
Na próxima edição, veremos que o lítio permanece como um dos principais tratamentos para pacientes com manias graves, graças a inesperadamente calmos porquinhos da índia.

5 comentários:

  1. São conhecimentos que só um Sábio como o mestre Chassot para aflorar...
    Graças às "diárias" blogadas.
    Aquele abraço!

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    1. Muito prezado colega Vanderlei,
      são estímulos como o teu e o que fez a Mirian, te citando, que me dão gara para fazer estas edições diárias.
      Como tu persigo oferecer oportunidades de acesso à alfabetização científica um número maior de pessoas.
      A estima do

      attico chassot

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  2. Mestre Chassot,
    esta série serendipitosa mereceria uma medalha de ouro. Acompanho há vários anos seu blogue — e também festejo o seu retorno à frequência diária como o Vanderlei Farias —e nunca vi uma sequência de edições tão boas.
    O senhor nos dá um presente de festas fabuloso;
    Obrigado
    Mirian

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  3. Serendipidade eu?

    Serindipitoso quisera eu ser
    Para, sem esforço, encontrar ouro
    E, inspirado bons versos escrever
    Fazer de meu blogue um tesouro

    Mas, no Canadá hoje simplesmente
    Continuo com minhas mãos atadas
    E minha criatividade se ressente
    Do Notebook que ficou pelas estradas

    No Aeroporto de Toronto, o laptop
    Tomou outro rumo a seu talante
    Talvez muito empolgado, a galope

    Enquanto tive que seguir adiante
    Com ideias que minha mente entope
    Sem neste dia sentir-me brilhante.

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  4. Muito querido Jair!
    Ante teu súbito silêncio inferi que viajavas em férias!
    Acostumaste-me mal nestes anos de fruídas parceria intelectual!
    Agora, uma surpresa! Ficaste desasado, mesmo quando  tens que voar!
    Imagina a desdita de estar sem teu escrevinhador!
    Para mim, que há um mês deixei o notebook em um hotel, tenho com ser enfático.
    Só preciso fazer uma divergência: amarram-te as mãos, mas não o poetar.
    Assim como os vates lamuriavam desditas amorosas, tu versejas a malsinada perda do te faz ciborgue.
    Fôssemos crentes, oraríamos! Cabe-nos torcer.
    Mando eflúvios ao Canadá!
    Peço às musas que cuidam dos perdidos, que as façam achados!
    Solidário, sempre,
    Achassot

    Enviado via iPad

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