domingo, 1 de dezembro de 2013

01.- COLONIZADOS? CADA VEZ MAIS...

ANO
 8
em fase de transição
EDIÇÃO
 2608

Esta blogada inaugura dezembro. Talvez o mês mais chato do ano. Ele é marcado por um consumismo voraz e predador ao qual é quase impossível resistir. Já escrevi acerca disso na primeira edição de Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação, ainda no século passado.
Dezembro é o mês mais estressante do ano e aquele mais falso (cuidei para não aderir ao colonialismo: não disse o mais ‘fake’). A marca maior é esta importação ridícula do ‘Papai Noel’ que oblitera aquele que deveria ser o personagem central no período natalino. Mesmo assim, não me custa confessar que ainda hoje me encanto com certas produções natalinas (mesmo decorações de Shoppings, como esta da ilustração que me emocionou outro dia) e que já chorei de medo de Papai Noel. Acerca desta ‘doação da Coca-Cola’ já escrevi em outros adventos. Sobre ela, aqui e agora, silencio. Sou de um tempo em que se dizia que não se gasta pólvora em chimango.
Hoje, inauguramos o mês (no) vermelho. Outubro foi celebrado como o mês rosa, na evocação de cuidados à saúde da mulher, na prevenção do câncer de mama; novembro, o mês azul, na lembrança aos homens de exames preventivos a doenças prostáticas; agora o mês de ficar no vermelho, traduzido pelo presentear o que não temos, para ganhar o que não queremos.
Mas esse ano o consumismo já teve um arrotado orgasmo. Estreamos mais um copismo. ‘The black Friday’. No ano passado este estase do capital foi discreto. Este ano, na dita quarta edição brasileira, não escondeu suas garras.
Essa invenção da pátria do capitalismo selvagem (e ralado) ocorre na sucessão da pantagruélica celebração do Tanksgiving Day marcado pela degola de inofensivos perus. Entre nós, o ‘Dia Nacional de Ação de Graças’ já foi mais celebrado. Havia um importante banco, que era o grande difusor da comemoração. Parece que ele ficou tão rico, que nem precisa mais dar graças.
Mesmo que aqui não se celebre o Thanksgiving Day, temos agora um dia dedicado para pagar a metade do preço, daquilo que na véspera teve seu preço dobrado. Ouvi referência que a sexta-feira fora o dia mundial de descontos, quando esta cópia estadunidense parece não ocorrer em meia dúzia de países.
Esta semana, alguém querendo inventar mais um desencadeador de consumismo, bradava no rádio: “Não esqueça: dia 1º de dezembro é o dia de montar a árvore de natal. Marque esta data com uma reunião famíliar para comer um peru!” Não é sem razão que jornalistas se intitulam: formadores de opinião. Resistir é preciso. Resistamos.  

4 comentários:

  1. Triste nesse cenÁrio são as reuniões de família dessa época com sorrisos e abraços tão falsos quanto as bugingangas presenteadas do Paraguai

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Não seria contra o consumismo se este, enquanto, não nos consumisse na nossa humaneidade. Consumir, tudo bem, desde que para SER. Ainda quero morrer despido da inescrupulosa ideia do consumo, estritamente direcionado ao TER.
    Grande abraço!

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  4. Limerique

    Se aqui é Brasil, já não mesmo sei
    Porque parece que gringo aqui é rei
    Fazer Shopping alucinado
    Black Saturday importado
    Hallooween, Cristhmas,Tanksgiving Day.

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