segunda-feira, 12 de agosto de 2013

12.- DAWKINS, PISOU NA BOLA... DE NOVO

ANO
8
A G E N D A   em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
2516

Os leitores deste blogue conhecem, há um tempo as críticas que faço a Richard Dawkins (nascido em Nairobi, 26 de março de 1941) conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no gene, exposta em seu livro ‘O Gene Egoísta’, publicado em 1976, (sobre esse livro fiz uma blogada em 25JUL2009). 
Desse autor tenho já em minha biblioteca, em uma interminável lista de espera para leitura, além de O Gene Egoísta, O Relojoeiro Cego, O capelão do diabo e O Maior Espetáculo da Terra. Reconheço-o como um biólogo que divulga como poucos a Ciência.
Todavia, não me encantou o seu livro Deus, um delírio [São Paulo, Companhia das Letras, 2007], meses nas listas dos mais vendidos no Brasil no final da década passada. Nele o um dos líderes mundiais do ateísmo, num texto sagaz e sarcástico, ataca impiedosamente o que considera um dos grandes equívocos da humanidade: a fé em qualquer divindade sobrenatural.
No fim de semana que passou, Dawkins esteve em cartaz. A meu juízo pisou na bola. Quando li a notícia pensei: ótimo assunto para uma blogada. Fui vencido com classe. Hélio Schwartsman, bacharel em filosofia e articulista da Folha de S. Paulo, publicou, no sábado que passou uma bem posta análise acerca do que pretendia escrever que me pareceu oportuno trazer aqui. Por tal comporto o texto aqui:
Demografia do Nobel: Richard Dawkins ataca de novo. Desta vez, criou celeuma ao tuitar: "Todos os muçulmanos do mundo têm menos Prêmios Nobel do que o Trinity College, em Cambridge. Eles já fizeram grandes coisas, mas foi na Idade Média".
Se a ideia era causar controvérsia, Dawkins até que pegou leve. Ele poderia ter estragado o feriado do Eid al-Fitr e quem sabe as negociações de paz entre israelenses e palestinos se, em vez de mencionar o Trinity College, tivesse falado nos judeus.
Os números impressionam: os muçulmanos receberam 10 láureas (1,2% do total); o Trinity College, 32 (3,8%); e judeus, nas contas da "Encyclopaedia Judaica", 187 (22%). A comparação fica mais gritante quando se considera que os muçulmanos representam 23% da população mundial e os judeus, apenas 0,2%.
O que isso significa? Não sabemos bem. O que dá para dizer é que haveria aí um fenômeno intrigante a ser estudado, mas temos grande dificuldade para fazê-lo porque esse é um terreno politicamente minado, como Dawkins acaba de demonstrar.
Existem poucos estudos na área, como "Natural History of Ashkenazi Intelligence", de 2005, que levantaram hipóteses genéticas interessantes e testáveis. A dificuldade é que esses trabalhos não têm sequência porque o assunto é tabu nos meios universitários. Pesquisadores morrem de medo de ser tachados de racistas, reducionistas e sabe-se mais o quê.
O problema aqui é o mito da "tabula rasa", segundo o qual os homens nascem como uma folha em branco e as diferenças que acabam por desenvolver são fruto de condições externas. A ideia fez carreira entre pensadores de esquerda. Em vez de defender que todos devem ter os mesmos direitos, resolveram que a igualdade precisaria ser um dado da natureza. Só que não é. Se não existissem diferenças biológicas entre indivíduos e grupos de indivíduos, não haveria espécies nem evolução e não estaríamos aqui para discutir essas coisas.

18 comentários:

  1. Meu caro Mestre Chassot
    Pelo que entendi o sr Dawkins está mexxendo num ninho de vespas, quando se arrisca a tripudiar com a população muçulmana. Grande abraço e uma semana plena e exitosa.
    JB

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  2. Muito estimado Mestre Chassot,
    blogada oportuníssima para inaugurar uma semana;
    A mim também o ateísmo de Dawlkins incomoda.
    Aquela dele de colocar frases nos ônibus do tipo :
    TALVEZ DEUS NÃO EXISTA! LOGO, DIVIRTA-SE!
    foi um desserviço a tentativa de se evidenciar que os ateus possam, também, ser moralmente bons.
    O artigo do Hélio Schwartsman é dez.
    Parabéns a ele e ao Mestre por tão oportuna blogada,
    Laurus Loureiro Lima

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  3. Curioso observar como que para alguns ateus a existencia ou nao Deus incomoda muito mais do que a muitos crentes. Comte morreu louco afirmando ser o proprio Deus, Nietzsche tambem terminou seus dias maluco assinando "O CRUXIFICADO"

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    1. Igualmente Hitler, q aliás tinha exatamente as mesmas ideias.

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    2. Só que Hitler nunca foi ateu, quem afirmar o contrário está precisando ler um pouco mais sobre o nazismo e a escória chamada Hitler. Ele foi até coroinha da igreja católica na juventude. Recomendo ao "Anônimo"que comparou Dawkins com Hitler que leia "Hitler"de Marlis Steinert e "Hitler"de Ian Kershaw, só então comece a externar opinião a respeito. Ignorância tem cura! JAIR.

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  4. Ave Chassot,

    já que trazes a baila meu ídolo científico, o grande mestre da Biologia RIchard Dawkins, não posso deixar de comentar.
    Dawkins bateu (e bate) pesado porque tenta, talvez não da melhor forma, combater a corrente de obscurantismo criacionista que plasma por terras estadunidenses, e mais recentemente (e felizmente com menos força) aqui no Brasil. A meu ver Dawkins fez um grande serviço abrindo as portas do debate sobre a (in)existência de Deus e a (des)crença. Muitos, menos acostumados à sua falta de lirismo, podem chocar-se com sua lucidez e irritar-se com sua verve peçonhenta, mas vale a pena ler sem paixão... Ele tem o que dizer. Apesar da aleivosia de muitos egos sensíveis Dawkins não quer causar cizânia ou terror, mas mostrar que o ateísmo é uma orientação (a)religiosa plausível e digna de respeito. Sobre sua frase polêmica não creio ter sido uma pisada na bola, mas uma verdade inconveniente que prescindiria de verbalização... Não considero grave o que disse, Saramago também vomitou barbaridades do mesmo jaez desta e não estrugiu nenhuma guerra... É da natureza dos gênios uma mordacidade irreverente.
    Acrescento que acho que, ateu pétreo que sou, terminarei meus dias num hospício... Já estou juntando fundos para um asilo psiquiátrico para ateus... Porque eles estão crescendo...
    Abraços e que Zeus te abençoe

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    1. Caro Professor Guy,
      Havia pensado em não fazer qualquer comentário sobre esta blogada do Chassot, contudo, depois de ler seu comentário fiquei de alma lavada. Sou fã de carteirinha do Dawkins e li todos seus livros, e essa suposta "pisada na bola" dele fica por conta do que você delineou tão bem acima, obrigado. Também sou ateu e não pertenço a classe de monstros como quer a tal leitora Eunice. Pelo contrário, só faço o bem. Abraços, JAIR.

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    2. Estimado Jair,

      obrigado pelo teu apoio lúcido e tuas palavras de amizade.
      Mantenho minha "fé" no debate de alto nível e nas opiniões ponderadas quando vejo que uma pessoa do teu quilate concorda comigo.
      Lamento que tenha sido mal interpretado por outros... Mas quem diz o que pensa está exposto a tudo não é?
      Parabéns pelo mais recente limerique, foi inspiradíssimo.
      Abraços!
      Guy

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  5. Ao Mestre Chassot: Peraí e quantos Prêmios Nobel já levamos? Dawkins está precisando ler o blog do mestre Chassot ele sabe muito bem o que é mexer com crença, é mexer com fogo. Um forte abraço Ley.

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  6. Qnd Hitler disseminou as mesmas idéias, igualmente grande parte das pessoas q se diziam inteligentes e intelectuais aplaudiram. Incrivel é ver hoje as mesmas ideias xenófobas e ainda parte da população defender. Isso se chama xenofobia, não interessa em qual tempo histórico. Isso é simplesmente vergonhoso, arcaico e criminoso. Hj terminei com a minha assinatura na folha de São Paulo. Tenho sincera vergonha da capacidade do ser humano ser tão ridículo.
    Eunice Gomes

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  7. E isso só corrobora com q eu penso sobre Dawkins, ele é lixo não científico, não filosófico, apenas uma pessoa não tem o menor senso do que é ciência, história, sociedade e humanidade.
    Eunice

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  8. Quem aplaude o escrito pelos dois xenófobos tem q por coerência achar q as ideias de Hitler estavam certas, apenas retirando judeus por muçulmanos. A premissa é identica. Não existem diferenças. Nazistas do mundo unindo-se novamente, só q agora o ódio é contra outros.
    Eunice

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  9. Acabo de ver a resposta da ONU a respeito do divulgado no Twitter desse senhor: a onu avisa do crescimento da disseminação de ideologias racistas pelas redes sociais, e o qnd se deve repudiar tais idéias.
    Ora p esses senhores existe raças ou crenças superiores e existem aquelas de segunda classe. Estamos aqui na efervescência do contexto social do entre guerras, q sim, também teve seus "cientistas". Estou simplesmente revoltada e enojada.
    Eunice

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  10. Ate pq chega a ser bestial tais alegações, ontem os judeus eram a escória do mundo, antes de ontem os muçulmanos fizeram maravilhas cientificas, qualquer cientista deveria saber q 100, 200 anos, não significa absolutamente nada perto dos milênios q estamos sobre a terra.

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    1. Muito estimada Eunice,
      primeiro saúdo teu retorno como comentadora, aqui.
      Segundo, permito-me na qualidade de moderador deste espaço a divergir do rótulo de nazista que distribuis. Dawkins recebe dos leitores opiniões antípodas. O prof. Guy, destacado biólogo, o reconhece como cientista e o acompanha em suas posturas ateístas. A mim encanta o Dawkins biólogo evolucionista (sempre me parece um paradoxo falar em biólogo evolucionista, mas há — pasme! —biólogos criacionistas) mas me desagrada enquanto papa do ateísmo. Ele faz do ateísmo uma religião (por isso o elegi papa). Penso que ser ateu não é credo muito menos crença(=religião). Mais, ele ofende ao Deus de meus pais e isso me desconforta. Saramago fez o mesmo, especialmente em “Caim’. Não há necessidade disso. Sempre lembro porque Hipátia não aderiu ao cristianismo. Queria continuar poder ver reconhecido o os deuses de seus pais. Custou-lhe a vida.
      Agora, tu detestares Dawkins (algo que te é direito) mas tê-lo como nazista parece mal posto. Mais, trazeres essa odiosa pecha àqueles que admiram Dawkins é descabido.
      Dawkins é polêmico. Há aqueles a quem encanta. Há aqueles que o detestam. Não foi por acaso que a blogada deste 12 de agosto registrou picos de visitação.
      A admiração à intelectual que és me autorizam discordar de tuas adjetivações.
      Com estima

      attico chassot

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  11. Nietzsche foi criado por uma família tradicional lutherana, e ao perder seu pai que era um austéro pastor e logo depois seu irmão, ficou tremendamente revoltado com Deus, pois não admitia que Deus houvesse permitido que seu pai e irmão morressem prematuramente. Registre-se tambem que o seu pai morreu após longo período de doença e sofrimento. A partir de então tornou-se Nietzsche ferrenho ateu. Em uma segunda fase apaixonou-se por Lou Salomé, formando um triângulo amoroso com Paul Rée com o qual a moçoila sumiu sem dar satisfação. Nessa fase chegaram a aventar a hipótese de se fundar uma espécie de confraria religiosa. É clara a decepção com a vida que motivou a Nietzsche a ter tanta aversão a Deus. Discutir religião e ciência, apesar de polêmica, é prática saudável, porém ironizar, ridicularizar, menoscabar a crença alheia é no mínimo pássivel de reações como a de nossa amiga Eunice.
    abraços
    Antonio Jorge

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  12. Quizas Dorkin tiene que ponerse al dia en biologia evolutiva. Los ultimos experimentos indican que a corto plazo lo simple y la competitividad, que lleva simplicidad, gana - sino al largo plazo lo cooperativo que lleva complexidad gana al largo plazo. Por ejemplo, en el cuerpo humano los organos tienen que cooperar para salvarse y el cuerpo

    Charly

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  13. O problema dos muçulmanos tem muitas vertentes:

    primeira - questão religiosa: sim, no passado muçulmanos eram os caras. Andaram por muitas terras e aprenderam muito com outros povos e aprimoraram suas invenções, desttacando-se na matemática. Tiveram brilhantes filósofos como Avicena. Porém, essa fase de ouro se foi.

    Foram obscurecidos por uma crença fundamentalista e fanática que os relegou a um mundo de ignorância.

    E, claro, ignorância é a mãe dos preconceitos, dos ódios, da segregação, da miséria e de toda sorte de coisas ruins que existem.

    Segundo ponto é a questão política. Muçulmanos são governados por déspotas, em sua maioria. Para eles tudo, ao povo nada. Essa miséria não proporciona ao povo estudar e, por essa razão ainda vivem na idade média, no que se refere aos seus costumes e crenças.
    Claro que sempre é uma elite que estuda.

    3 - Ainda existe a censura. Não pernse que vc pode acessar todo e qq conteúdo da internet. O estado controla isso e vc pode acessar apenas o que eles deixam.; Isso restringe o horizonte de informação e propicia o atraso do povo.

    Inteligência varia de pessoa para pessoa e de etinia para etinia. Essa é uma "verdade inconveniente". Não somos iguais, é fato.

    Asquenazis são os judeus mais inteligentes, inclusive mais que os Misrai e que os Sefarad, pela razão de que estudam e por que de fato foram selecionados.

    Imagine viver numa Europa por 2000 anos sendo rechaçado daqui e dali e não podendo sequer ter uma propriedade e ser visto como um afiliado do demônio.

    Boa parte dos askenazi não se prendem a fanatismos religiosos e estudam disciplinas que para fanáticos é tabu, como teoria evolutiva e cosmologia.

    Há os Chassidicos mas estes são em sua maioria judeus do leste europeu onde se escondiam e viviam em guetos, afastados da sociedade "normal".

    Não vejo Dawkins como um nazista ou coisa que o valha (Lei de Godwin), se cita verdades inconvenientes, na era imbecil do "politicamente correto."


    Gosto muito dos livros dele quando fala de biologia, mas Deus um delírio deixou um pouco a desejar na parte filosófica.

    Infelizmente, me parece que a Eunice não tolera Dawkins, uma vez que o vejo como um especialista em demolir os castelos de areia levantados por criacionistas em geral (incluem-se aqui os "proponentes do DI").

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