ANO
7
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EDIÇÃO
2448
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Há uma semana, na mesma segunda-feira, duas ilustres
mulheres europeias muito ilustres morreram com quase a mesma idade e receberam
despedidas muito díspares:
Sara (Sarita) Montiel,
Campo de Criptana, 10MAR1928 – Madrid, 08ABR2013) foi uma atriz e cantora
espanhola, com atuação no México e nos Estados Unidos (Hollywood).
Margaret
Hilda Thatcher, Baronesa Thatcher (Grantham, 13OUT1925 — Londres,
08ABR2013) uma política britânica, primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a
1990.
Da primeira tenho recordações da mulher linda que encantava minha
adolescência no cinema. Lembro especialmente de uma cena de “La violetera” quando ela percorria
cantando entre as mesas de um bar oferecendo violetas que retirava de um
pequeno cesto. A ela Madrid ofereceu imponentes pompas fúnebres pela Gran Via
rendendo lindas e muito merecidas homenagens.
Para a segunda transgrido a máxima latina: De mortuis nihil nisi bonum, que recomenda
que dos mortos não se diga nada a não ser
o bem. Enquanto a ‘Dama de Ferro’ era viva, ao discutir questões de gênero e
fazer uma citação de homens dolorosamente célebres [Hitler, Mussolini, Stalin, Pol Pot,
Milosevic, Idi Amin, Pinochet, Bush, Sadan, Mobarak, Kadaffi] referia que se
tivesse que colocar uma mulher nesta lista, seria a senhora Thatcher. À ilustre
morta continuara com mesma pecha.
Centenas de ingleses ratificaram minha
escolha e festejaram na noite deste sábado (13), na praça Trafalgar Square, no
centro de Londres, a morte da ex-primeira-ministra britânica, vítima de um
derrame cerebral no início da semana.
Antigos mineiros de carvão que
participaram da greve nos anos 80 se uniram a ativistas de extrema esquerda e a
estudantes para comemorar a morte de Thatcher.
A multidão levou até os pés da coluna de
Nelson, um monumento na praça, uma efígie da líder conservadora, que incluía o
característico colar de perolas e um cabelo formado por bolsas de plástico da
cor laranja.
Durante comemorações espontâneas pela
morte de Thatcher, aos 87 anos, clima era de carnaval na Trafalgar Square, com
gente de todas as idades dançando, tocando instrumentos de percussão e fazendo
barulho com apitos e buzinas.
David Douglass, um ex-mineiro e membro da
União Nacional de Mineradores de Yorkshire, disse que ficou "muito
feliz" ao saber da morte de Thatcher. Ele afirmou que ela foi uma
"mulher horrível". "Estamos absolutamente furiosos pela imagem
que a TV passou de que todo o país está de luto".
Neste sábado, vários torcedores do time
de futebol Liverpool exibiram cartazes criticando Thatcher durante partida e
cantaram "Maggie está morta, morta, morta".
Durante sua gestão, entre 1979 e 1990,
Thatcher privatizou indústrias, cortou drasticamente os gastos públicos,
desmantelou partes importantes do Estado de bem-estar, reduziu impostos e
enfraqueceu os sindicatos.
Com sua política ultraliberal, a
"Dama de Ferro" provocou um forte aumento do desemprego e enfrentou
graves conflitos sociais, como a longa greve de mineiros, severamente combatida
em 1984.
Interessante obsevar que a dama de ferro já fez escola a exemplo Cristina Kirchner, Angela Merkel, Park Geun-hye e até aqui nossa Dilma Roussef. São mulheres com o pesado fardo da responsabilidade do poder, o exercem independente de boa popularidade ou não. É bom observar que em em nenhum dos casos temos arregimentação de vantagens pessoais, como verificamos nas maiorias dos grandes líderes "mão de ferro" masculinos, as mulheres no poder pecam por cumprirem o seu dever por mais doloroso que seja, sem se preocupar em agradar gregos e troianos.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirEm Madri choraram os velhos fãs
Contudo, em Londres certa manhã
Carvoeiros soltam berro
Morria a Dama de Ferro
Que governou o país como castelã.