domingo, 24 de fevereiro de 2013

24.- ¿É OU NÃO É APÓCRIFO?



Ano 7***www.professorchassot.pro.br***Edição 2398
Um domingo quaresmal que quase despede fevereiro e abre uma semana na qual na quinta-feira teremos um espetáculo quase circense. Desde o dia 11, quando numa segunda-feira o Vaticano teve mais paetês que a Marquês do Sapucaí, a cada dia, o anúncio da resignação de Bento 16 fica mais apimentados.
Fala-se em dossiês escabrosos (homossexualismo, pedofilia, malversação de milhões de euros) que, talvez, catalisaram a inusual renúncia do trono pietrino. Ratzinger provavelmente silenciará sobre as verdadeiras razões.
Há os que dizem que os documentos são falsos. Isso não seria uma situação inédita. Esta está no nosso cotidiano.
Por exemplo, quando se fala em ‘novas realidades’ presente na escola há um destaque para a presença cada vez maior da apocrifia [característica ou condição do que é apócrifo (= que não é do autor a que se atribui)] que se traduz num copismo (quase) incontrolável e na invasão de instituições com méritos como a Wikipédia.
Não é sem razão que se diz que Ctrl C & Ctrl V são duas das ferramentas para fazer trabalhos escolares — e aqui há um amplo espectro desde os trabalhos de pesquisa no ensino fundamental até teses doutorais. Já existem, ofortunadamente, buscadores que, com muita eficiência, detectam as situações de apocrifia.
Talvez, a apocrifia hoje tão presente na internet tenha a idade da escrita. Temos até evangelhos apócrifos.
Há textos apócrifos de rara beleza. Há outros que são atribuídos a personalidades proeminentes para dar força a palavra.
Esta domingueira traz este preâmbulo para justificar a publicação de uma afirmação muito provavelmente apócrifa. Eu a assinaria, mas não teria ressonância. Como o seu presumido autor esteve muito presente nesta semana aqui ela faz o mote da blogada de hoje.
Com publicação nesta terça-feira do interrogante Deus hipotético, L.F. Veríssimo por referir a parábola do Dostoievski sobre o encontro do Grande Inquisidor com Jesus Cristo ensejou um tríduo dostoievskiano nos três dias seguintes.
Apócrifo ou não Veríssimo poderia fazer a afirmação e certamente continuaria colunista de O Globo. Outros perderiam o emprego.
Um bom domingo a cada uma e cada um. Aos cinéfilos, curtidas torcidas pelos seus filmes nesta noite de Oscar.

3 comentários:

  1. Limerique

    O texto deu-me uma enorme alegria
    De outro autor, mas meus termos trazia
    Em seguida, decepção
    Sem fonte, sem citação
    Tratava-se de flagrante apocrifia.

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  2. Vou cometer a ousadia de discordar de Veríssimo. Muito embora o BBB não esteja no topo de minhas preferências, também não está execrado de minha programação. Assistir ao comportamento humano, até que ponto vão as pessoas, mascarando suas reais intenções em busca do sagrado metal é no mínimo interessante. Vejo também uma grande pobreza de espírito nos produtores quando da criação dos quadros e brincadeiras, mas eventualmente vale observar. Afinal não vamos ao teatro? Na minha ótica o BBB é uma grande peça do teatro da vida real.

    abraços

    antonio jorge

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