Nesta quarta crônica GuyA 2013, depois de ‘assistirmos’
ontem um espetáculo operístico, o convite é para ‘visitarmos’ um dos mais
importantes museus de Ciências do mundo.
Mesmo já tendo o privilégio de estar no AMNH encantei-me em ali voltar com o
olhar do Guy, que tem expertise em museus da Natureza. Ele nesta viajada nos inclui
em uma cafeteria e em um espetáculo religioso.
Não só de ópera vive o
homem (será?), então fomos ao American
Museum of Natural History. Viajamos pelo espaço no planetário interativo: “Journey to the Stars” onde pudemos ver a
história do Cosmos com elegância e realismo. O melhor de tudo foi o comentário
sussurrado de minha mãe: “As pessoas que
se acham superiores deveriam vir aqui, logo chocar-se-iam com seu diminuto
tamanho frente ao Universo.” ou algo assim. Irei usar isso em minhas aulas.
Maravilhamo-nos, mais
uma vez, com o “borboletário” do Museu. Vimos as raras borboletas azuis darem
rasantes em nossas cabeças, tal como seu crescimento, alimentação, reprodução e
metamorfose.
O “Butterfly Conservatory”
é realmente uma atração imperdível. Com uma boa câmera fotos geniais são
possíveis. Lembre-se de que estas atrações são a parte do ingresso, devem ser compradas
na portaria do AMNH. Idosos e estudantes (de escola, graduação e pós) têm um
bom desconto no ingresso, que é um pouquinho salgado mas vale a pena.
O metrô B ou C pára
dentro do Museu, parada na rua 81. É bom dedicar dois turnos para ver o
gigantesco Museu em sua plenitude.
A coleção de fósseis é
de tirar o fôlego, esqueletos completos de placodermos (peixes primitivos),
arqueoptérix (aves primitivas), dinossauros, répteis e anfíbios. Pode-se
aprender toda a história dos vertebrados na Terra em duas horas de visitação um
pouco mais atenta, com peças reais. Documentos incontestáveis da Evolução.
Muitos criacionistas abalar-se-iam com as plúmbeas provas do fenômeno
darwiniano... Ou iriam ter certeza de que, pelo tamanho, os dinossauros
realmente não couberam na Arca de Noé e foram soterrados pela lama diluviana...
Sempre que ouço esta explicação fico imaginando Noé, plantado à entrada da arca
negando o embarque de um casal de Braquiossauros.
Aos apreciadores de café
saboroso e com estilo recomendo o Café
Reggio, na 119 MacDougal St. No coração do Greenwich Village. Desde 1927
serve o melhor, e o primeiro, cappuccino dos EUA. O ambiente é aconchegante e
vibra cultura, com bustos de compositores, poetas e escritores decorando as
paredes cor-de-vinho. Pertinho dalí, no SoHo, fica a Evolution Store. É uma
boutique de fósseis, conchas e insetos. Leva qualquer colecionador a loucura.
Na 120 Spring St. Fiz algumas aquisições interessantes para o Museu da
Natureza, incluindo um belo fóssil de samambaia de quase 400 milhões de anos.
No domingo às 10h15
fomos à missa na Saint Patrick Cathedral, canto coral com órgão de tubos, Bach
e Händel no programa. Homilia genial (e divertida) do Cardeal Timothy Dolan.
Para ateu nenhum botar defeito...
Voltando à ópera,
assistimos à Rigoletto de Verdi,
absolutamente bem cantada em uma montagem criativa, porém medonha, ambientada
em Las Vegas. A vaia ao diretor de cena rolou solta... Não engrossei o coro,
somente aplaudi enlouquecido aos cantores. Apesar da feiura, a montagem neon transmitiu o pathos da trágica
história do bufão corcunda.
O ponto alto foi sem
dúvida Maria Stuarda (Mary Stuart) de Donizetti. Mais uma obra prima do grande
mestre da ópera do século XIX. Melodias de beleza inexplicável impregnam a
alma. A ópera narra a morte injusta e precoce de alguém inocente. Senti-me
ainda mais tocado pelo tema dado o ocorrido em terras gaúchas no dia anterior.
Ao final, Maria diz que
perdoa seus verdugos e a rainha bastarda e pede que não recaia sobre a
Inglaterra a fúria de um Deus punitivo. Que seu sangue inocente versado aplaque
a ira de um céu indignado com a injustiça. Que sua morte não seja em vão. Gaetano
Donizetti e (sua) Mary Stuart mostram que a arte, o amor e o perdão vencem a
morte. Fica a lição.
O intelectual Professor Guy Barcellos está de parabéns por compartilhar conosco toda a cultura adquirida através das suas viagens maravilhosas. Ele consegue,por meio das suas sábias escritas, aguçar nossa curiosidade, fazendo-nos pesquisar sobre os temas que ele descreve. Somente um grande mestre, consegue esse intento junto a seus pupilos. Parabéns Mestre Guy !
ResponderExcluirMestre Chassot,
ResponderExcluirFico feliz ao ver a participação do Guy neste blog tão especial.
Um abraço carinhoso,
Adriana Barros-Woodward
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirEra um grande museu da natureza
Repositório vivo de muita beleza
Fósseis de sáurios animistas
Verdugos dos criacionistas
Expostos ali estavam com certeza.
Obrigado a todos pelos comentários tão simpáticos.
ResponderExcluirAbraço muito afetuoso em todos!