domingo, 30 de setembro de 2012

30.- GAUCHISMO: COMO CLAUSURA SETEMBRINA



Ano 7*** Porto Alegre ***Edição 2251
Esta blogada domingueira abre referindo três dos tópicos de sábado ontem anunciados. Pela manhã, a sessão do seminário “Educação e Inclusão” do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão incorporou-se ao V Colóquio de Pesquisa da História do Metodismo no RS, que teve como foco a presença das mulheres na Igreja. Ao almoço tive a presença querida de Enrique del Percio, da Universidade de Buenos; as três que estivemos juntos foram curtas para dois amigos que não se viam deste julho. À noite, 10 colegas do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA confraternizaram aqui; a chuva alterou planos, pois os jardins não puderam ser curtidos plenamente.
Se na edição da última segunda-feira destaquei que um Secretário Municipal de um dos mais importantes municípios do Rio Grande do Sul perdeu o cargo por chamar a Semana Farroupilha de uma ‘babaquice’ eis um contraponto triunfalista (que parece quer fazer conversos, impedindo que alguns de nós sejamos expulsos do solo gaúcho), publicado na mesma data e jornal onde estava a notícia que assuntei na edição dia 24, com o qual encerro o ciclo das comemorações setembrinas:
PAMPIANAS Carta aos intelectuais do jornalista Giovani Grizotti
Apesar de estar expressando minhas ideias neste espaço, dedico este artigo a quem não vive o tradicionalismo. Para os adeptos do CTG, nada do que escreverei aqui soará estranho.
Venho de uma intensa cobertura jornalística da Semana Farroupilha, com reportagens de TV, textos em um blog do G1 e vários projetos especiais, entre os quais, a inédita chegada da Chama Crioula ao estúdio do Jornal do Almoço. Neste mês de setembro, o Estado se uniu em torno de uma tradição. Não houve cidade que não celebrasse a cultura de nosso Estado. O Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, espera reunir 1 milhão de pessoas até este domingo, quando encerra as atividades. Uma tradição que se espalhou pelo país. Emissoras afiliadas da Globo na Bahia e em Rondônia deram cobertura às festividades nos seus Estados. A Chama Crioula foi acesa, em cavalgada, até na Esplanada dos Ministérios.
Mas há um porém. Há quem diga que se trata de um fenômeno temporal, ou seja, restrito ao mês de setembro. Engano. E os números confirmam: anualmente, quatro dos maiores grupos de baile animam cerca de 500 fandangos em clubes e CTGs. São aproximadamente 280 rodeios por ano, reunindo cerca de 1,2 milhão de pessoas, entre desportistas e visitantes, segundo cálculos do MTG. Mas pouco disso aparece nas agendas culturais.
Artistas nativistas como César Oliveira & Rogério Melo lotam CTGs e, acreditem, até casas noturnas voltadas ao pop e ao rock. Não raro, esses músicos conquistam prêmios nacionais. E segmentos da mídia com isso? Não se sabe. Aliás, o que é mesmo tradição gaúcha? Coisa de “gauchinho”, expressão que, não raro, costumo ouvir de alguns colegas. Ou, quem sabe, um “circo”, como me escreveu, esses dias, um desses músicos intelectuais da cultura, reagindo a um texto que publiquei no G1.
A intensa movimentação cultural tradicionalista nos 12 meses do ano não deixa dúvidas: é preciso rever esses conceitos. Afinal, antes de sermos do mundo, temos de ser regionais.

3 comentários:

  1. O ser humano em suas manifestações culturais é dado a exageros. Aqui no Brasil seja no carnaval, no futebol, no caprichoso e garantido, ou comemorações farroupilhas e muitos outros neste país continente, os excessos são o tempêro que salgam a maioria dos eventos. O que poucos observam, é que por tras das tradições está a mola capitalista, cerne de todos os motivos, que aproveita-se dos festejos para movimentar seu capital e cobrar o discutido tributo por alguem ser ferrenhamente convicto de que defende um pendão.

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Muito estimado Antônio Jorge,
    Primeiro um reconhecimento por há alguns meses brindares cotidianamente este blogue com teus lúcidos comentários. Segundo, desejo destacar a pertinência da análise de hoje acerca dos ‘fanatismos regionais’.
    Obrigado por enriqueceres este blogue a cada dia
    attico chassot

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  3. Limerique

    Acima desses passageiros modismos
    Que incluem vários temas e ismos
    Existe a tradição
    Que vem do coração
    Gauchesco arraigado regionalismo.

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