sexta-feira, 22 de junho de 2012

22.- UMA SEXTA-FEIRA PARA OLHAR A RIO+20



Ano 6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2151
Uma sexta-feira junina — a primeira de inverno ‘oficial’/ aquele ‘de verdade’ já deu boas mostras — que conduz as celebrações de São João.  Nesta manhã e tarde participo na PUC-RS, numa promoção da AESUFOPE-RS — Associação das Escolas de Formação de Professores do Ensino do Rio Grande do Sul — do Seminário Avaliando as políticas públicas de formação de professores no Brasil.
À noite estou no Centro Universitário Metodista do IPA em atividades de sala de aula no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão.
Desde o dia 04 deste mês, ora como assunto central, ora em boxes especiais a Rio+20 foi assunto aqui. Hoje se faz uma edição síntese, usando óculos de sete órgãos de imprensa internacional. Mesmo podendo ser acusada a seleção — ser estadunidense e europeia e bastante conservadora — o pessimismo é a marca da cobertura internacional sobre a Rio+20, como se pode ver nos periódicos selecionados:
Um dos mais importantes diários britânicos, o The Guardian enviou o repórter Jonathan Watts ao Rio. E colocou, em material de capa, a chamada Ban Ki-Moon convoca líderes mundiais a agir pela sustentabilidade. O periódico destaca que o secretário-geral da ONU considera que a carta de intenções da Rio+20 será “um mero pedaço de papel” se os líderes não agirem.
O diário conservador francês Le Figaro publicou chamada na capa com o título Brasil, um líder sem influência do Rio+20.  A reportagem diz que a diplomacia brasileira está desesperada para costurar um acordo, mas se mostrou incapaz de assumir o papel de liderança esperado.  O documento foi considerado pelas delegações da União Europeia “desprovido  de ambição”.
O diário francês Le Monde conclui que “não há muito a esperar”. O periódico destaca a falta de consenso político entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os políticos da ONU teriam optado por destacar temas da moda, como o aquecimento global e a economia verde, em vez de se concentrar em pontos mais importantes, como a poluição do ar e da água.
O New York Times, que deu espaço interno e não grande para o encontro, destacou a ausência de pesos-pesados da política no encontro de chefes de Estado no Rio, como o estadunidense Barack Obama, o britânico David Cameron e a alemã Angela Merkel, “mais preocupados com as suas políticas nacionais e a desordem financeira que prevalece na Europa”.
O jornal The Washington Post  publicou uma reportagem cuja manchete é Enquanto a cúpula do Rio discute, estadunidenses assistem ao meio ambiente se deteriorar. Pesquisa feita pelo jornal mostra que seis em cada 10 norte-americanos acreditam que a humanidade piorou as condições do ambiente. O jornal considera que a Rio+20 produziu “pouca substância e compromissos abstratos”.
A conservadora rede de televisão dos EUA Fox News Chanel não deu importância à conferência. Limitou-se a reproduzir, em seu site, notícia da agência Associated Press intitulada Grande cúpula de meio ambiente da ONU é aberta no Rio. A notícia destaca que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considera tímidos os avanços no meio ambiente.
Franco Barón, enviado especial de El Pais ao Rio de Janeiro pelo importante diário espanhol, fez uma série de reportagens, com destaque para a “inexistência de avanços” na cúpula no Brasil. O jornalista afirma que as 49 página do documento final elaborado na última terça-feira não mostram passos decisivos para proteção dos oceanos ou financiamento de políticas de desenvolvimento sustentável.

4 comentários:

  1. Caro Chassot,
    pela síntese das matérias, parece que o mundo desenvolvido não está interessado em debater algo que esteja fora do eixo 'desenvolvimento' econômico e 'salvação' do sistema financeiro. Resta as mobilizações paralelas que acontecem diariamente, mostrando um pouco do que é a participação popular (algumas com exageros), com sua visão profética aguçada.
    Um abraço,

    Garin

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  2. Em seu livro "Assim falava Zaratustra" em seu prólogo Nietzche relata " o mundo tem uma pele, esta pele tem doenças, uma dessas doenças é o homem" e, mais recentemente disse Hobbes "homo homini lupus", ou seja "o homem é o lobo do homem". Então estes pensamentos estão cada vez mais vivos em nossa realidade. Não nos interessa preservar, só "evoluir", lucrar.

    Antonio Jorge

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  3. Caro Chassot,
    A cúpula do Rio+20 não foi um completo fracasso, chegou ao consenso para diminuir a emissão de gases: concordou em eliminar feijão, batata doce e repolho do cardápio dos participantes do encontro. Abraços, JAIR.

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  4. José Walter dos Santos Caetano30 de junho de 2012 às 09:58

    BRAZIL, ZIL!!!!!!
    Felizmente acabou a Rio+20. Esta cortina de fumaça que a grande mídia nos impunha diàriamente, camuflando problemas maiores e já irritava os olhos de minha alma. Todo o mundo conhece pessoas que trocam o essencial por aparências. Não comem um bife para andar de carro de luxo e roupas de grife. Vivem caminhado em um arame para impressionar a vizinhança. Como essas pessoas assim está agindo o BraZil. Viagens internacionais infrutíferas com grandes delegações de puxa-sacos, copa do mundo, olímpiadas, eventos salvadores do planeta. Pesquisem a herança e o custo-benefício dos jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro e verão que não estou tão louco. Diáriamente as telinhas , como diz o Taz, os tubos infectos das TVs mostram as nossas carências em saúde, em educação, em segurança, em resposta a galopante drogadição e a injusta justiça de dois pesos e duas medidas.
    Milhões de reais gastos em promoção pessoal de governantes , as TVs que compõe a mídia mais poderosa desta terra, poderosas concessões públicas, faturando exorbitancias do que o governo calhorda diz que não dispõe para cumprir a imposição constitucional,no princípio de seguridade social de garantir amparo àqueles marginalizados pelo estado. A Rio+20 foi outro desses eventos caros e parasitas do povo. Uma promoçao, cara, não do BRAZIL mas de seus governantes.Um encontro de discursos metafísicos, uivos para a lua, muita galinha e pouco ovo.Um evento de alto custo em sua organização, caro em divulgação e propaganda, caro em recursos humanos e intendência, caro pelo financiamento de transporte, cama e mesa de ONG´s e outros movimentos sociais alinhados.Ironia ...Não sou anti-ecológico, apenas tenho os olhos abertos.O organizador desta conferência salvadora do planeta é um governo que não consegue, sequer, votar com objetividade o seu" Código Florestal" que oportunizaria cumprir metas ambionadas por todos que se preocupam com o futuro do planeta e a correção de muitos erros de nosso passado extrativista e predatório!

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