sábado, 9 de junho de 2012

09.- DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL À ESPERANÇA DE PANDORA



Ano 6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2138
Este junho do Meio Ambiente é também, aqui nas geografias sureñas, tempo de inauguração de inverno — a ponte entre o Corpus Christi e o fim de semana — foi de temperaturas negativas, inclusive em Porto Alegre. E nesta manhã de sábado está ainda mais frio que ontem.
 A sexta-feira, com gosto de hemi-feriado, ensejou também duas visitas: pela manhã meu filho Bernardo esteve na Morada dos Afagos com o prof. Cyro Gudolle Sobragi, da área de Administração e Sistemas Computacionais, num conversa frutuosa. À tarde tive a alegria de acolher, para uma conversa muito querida meu sobrinho Daniel, acompanhado da Michele. Os dois vieram de Curitiba ~~ também ~~ para 'pedir a benção' ao decano dos Chassot para uma linda história de amor que começa.
A dica sabática de leitura é de ocasião. O livro, mesmo escrito já na virada do século é de muita atualidade.
Mais uma vez revisito um texto que escrevi há um tempo. Foi um dos primeiros textos em que eu ensaiava trazer a dimensão ambiental para a sala de aula. Uma dimensão ambiental para a educação como uma alternativa para um ensino mais político faz parte do livro A contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora organizado por José Eduardo dos Santos & Michele Sato, que teve sua primeira edição em 2001. Consta em ofertas uma terceira edição de 2006.
SANTOS, J.E. & SATO, M. (Orgs.) A contribuição da educação ambiental à esperança de Pandora. São Carlos: Rima, [2001 ISBN 85-86552-23-2] ISBN: 85-7656-082-8, 2006, 604 p.
O livro, escrito por cerca de meia centena de autores do Brasil e do exterior, é formado por 36 capítulos, divididos em sete secções. Estas são: I - Pandora em espaços escolarizados em tempos contínuos; II – Ultrapassando áreas específicas, Pandora busca as interfaces; III – Planejamento social cuidadoso de Pandora `gestão ambiental; IV Estudando casos para alimentar a esperança de Pandora; V – A identidade politica de Pandora no Pensamento do movimento ecológico, nesta secção se insere o capítulo que escrevi; VI – Além da racionalidade, sempre existe a subjetividade de Pandora. VII – Avaliando processos, Pandora fortalece sua Esperança.
Michele e José Eduardo buscaram na mitologia grega, Pandora (do grego: Πανδώρα, "a que tudo dá", "a que possui tudo") para fazer a tessitura dos diferentes capítulos e amealha-los nas diferentes secções, pois foi a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos humanos pela ousadia do titã Prometeu de roubar do Olimpo o segredo do fogo para dar aos seres hermafroditas, que desacasalou um dos pares, fazendo surgir os necessários rearranjo dos casais. A caixa de Pandora é ainda hoje pode ser responsabilizada pela (des)educação ambiental.
Eis um excerto do que os dois organizadores escreveram na apresentação do livro e foi selecionado para a quarta capa: “Diante dos dilemas ambientais, tornam-se urgentes medidas que possibilitem algumas trajetórias para combater a degradação ambiental. A criatividade de diversos sujeitos ecológicos, em intercâmbio entre diversos países, incluindo Brasil, Argentina, México, Canadá, Inglaterra, Austrália, Espanha, Portugal e Holanda, desenha a contribuição que a Educação Ambiental pode proporcionar à esperança de Pandora. Desta forma, somos dados e constituídos a um só tempo. Porém, mais do que isso, não haveria nenhum eu constituído que não fosse simultaneamente constituinte. A natureza de nossa percepção leva-nos a viver uma condição humana universal, irredutível à privacidade. E das malhas dessas relações epistemológicas resultariam conseqüências imediatamente ético-políticas, pelas quais, como sujeitos irremediavelmente livres, somos responsáveis. Responsáveis pela comunidade em que vivemos, pela sociedade da qual participamos e por esta Terra que mantém o elo da vida como sua própria essência de manutenção. Assim, o conhecimento construído representa uma importante contribuição para o debate e para a avaliação permanente das estratégias educativas, na pertinência contextual de diferentes países, bem como das necessidades ambientais específicas de cada região. Os textos publicados discutem os desenvolvimentos conceituais, metodológicos e estratégicos que projetam e tornam realidade suas propostas pedagógicas, no movimento e dinamismo de cada local. Em síntese, esta obra proporciona um espaço de reflexão crítica em torno de experiências científicas em Educação Ambiental, tanto no setor formal como no não formal, na perspectiva de fortalecer e ampliar ações e reflexões que respondam às dinâmicas naturais e culturais da noosfera. Esta publicação pretende, sobretudo, contribuir para o diálogo entre os sistemas do conhecimento, conferindo um horizonte mais visível, palpável e coerente com as próprias expectativas da Educação Ambiental. Representa um compromisso para a desejada transformação social, convertendo-se em uma ação epistemológica que jamais se despeça de sua condição ontológica, reafirmando sua essência em bases técnicas e educativas, mas que legitime o espaço político da cidadania.”
Assim neste sábado vestibular à abertura da Rio+20, está proposta uma sugestão: acolha Pandora ela abrirá sua caixa e entregara a Esperança de cuidarmos (ainda) melhor do Planeta.

6 comentários:

  1. Muito providencial a dica literária, o momento não poderia ser mais oportuno. Nossa geração falhou na conservação de nosso patrimônio, cabe-nos agora educar e conscientizar nossa juventude da missão reparadora que lhes é atinente. Muito tem se falado, pouco se tem feito. Me recordo, se não me engano em 1970 ou 1972, ocorreu a "cupula" e já discutíamos a questão. E como encaramos a coisa como modismo, não fizemos o dever de casa. Tenho dois filhos, um engenheiro da Rede Globo, e a outra faz engenharia ambiental na UFF, converso com eles diariamente sobre o tema, e da importância de atitudes efetivas.

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  2. Olá Professor Chassot!
    Após um bom período de tempo é uma alegria muito grande voltar a comentar e aprender muito com este espaço.
    Parece-me que precisamos ficar atentos no Rio+20. Refletir, analisar e acompanhar de perto os jogos políticos e , porque não dizer, biopolíticos que atravessam muitas das propostas e discussões.
    No entanto, obras como essa da dica de hoje, na minha opinião, fortalece a esperança.
    Ainda vibro quando um livro traz a importância da comunidade e da transformação social.
    Aliás, ainda fico pensando se toda educação não devesse ser a priori, uma educação ambiental.
    Ainda, a própria necessidade de apontar para uma necessidade de 'educação ambiental' é indicativo, no meu modo de ver, que algumas coisas não deram certo nesse 'projeto de sociedade' que foi sendo construídos nos últimos séculos.
    Talvez, posso estar sendo muito ingênuo, a ideia de uma educação ambiental, causa uma separação, correndo o risco de torná-la uma disciplina - aqui já pensando em termos de currículo escolar.

    No entanto, Attico, acolho a caixa de Pandora, na esperança de um Rio+20 significativo para nosso planeta. E, que possamos olhar atentamente para as dimensões políticas e biopolíticas, com capacidade de indignação e desejo de mudança no cenário.

    Abraços.

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  3. Olá Professor Chassot!
    Após um bom período de tempo é uma alegria muito grande voltar a comentar e aprender muito com este espaço.
    Parece-me que precisamos ficar atentos no Rio+20. Refletir, analisar e acompanhar de perto os jogos políticos e , porque não dizer, biopolíticos que atravessam muitas das propostas e discussões.
    No entanto, obras como essa da dica de hoje, na minha opinião, fortalece a esperança.
    Ainda vibro quando um livro traz a importância da comunidade e da transformação social.
    Aliás, ainda fico pensando se toda educação não devesse ser a priori, uma educação ambiental.
    Ainda, a própria necessidade de apontar para uma necessidade de 'educação ambiental' é indicativo, no meu modo de ver, que algumas coisas não deram certo nesse 'projeto de sociedade' que foi sendo construídos nos últimos séculos.
    Talvez, posso estar sendo muito ingênuo, a ideia de uma educação ambiental, causa uma separação, correndo o risco de torná-la uma disciplina - aqui já pensando em termos de currículo escolar.

    No entanto, Attico, acolho a caixa de Pandora, na esperança de um Rio+20 significativo para nosso planeta. E, que possamos olhar atentamente para as dimensões políticas e biopolíticas, com capacidade de indignação e desejo de mudança no cenário.

    Abraços.

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  4. Caro Chassot,
    Como inquilino no planetinha azul, o Homo sapiens tem obrigação de cuidar da casa (Gaia), mantendo-a limpa, conservada e auxiliando a mãe natureza, procurando aliviar seus esforços de reequilíbrio do meio ambiente terrestre.
    É inegável que as desastradas ações nocivas dos seres humanos em relação ao meio ambiente, tais como, desmatamentos, queimadas, explosões de bombas inclusive as nucleares, poluição dos ares, das águas e dos solos, matança de animais, uso de defensivos químicos na lavoura, e vários outros, contribuem ferozmente para o desequilíbrio ambiental, incrementando negativamente os efeitos naturais necessários ao seu re-equilíbrio. Despendem desta forma, muitos esforços em coisas erradas e despendem muito mais esforços ainda em reparar esses erros. Assim, o ser humano é o agente nocivo sem o qual o Planeta estaria muito melhor. É perfeitamente viável o Planeta terra sem seres humanos, e isso deve nortear nossa visão do que realmente queremos: sobreviver ou desaparecer. Abraços, JAIR.

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  5. Caro Chassot,
    parece que o frio acaba também trazendo familiares e amigos para o aconchego do lar. Neste final de semana recebi a visita de minha filha que veio de São Paulo passar o feriadão com o pai e a madrasta (dita carinhosamente: mãe-cover).
    Um abraço,
    Garin

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  6. querido ÁTTICO, eterno mestre de todos nós
    é sempre bom visitar seu blog e admirar seus pensamentos. Fico emocionada e muito feliz estar presente neste seu blog, por meio do livro da Pandora, que certamente vc o enriquece com sua preciosa contribuição.

    Com carinho e muitas saudades
    *

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