quinta-feira, 3 de maio de 2012

03.- NA MISSIONEIRA TRÍPLICE FRONTEIRA



Ano 6**Frederico Westphalen-BR/Encarnación-PY**Edição 2101
Como contei na edição anterior, ontem, cumpri uma vez mais os 450 km Porto Alegre/Frederico Westphalen, só que desta vez de dia. Não preciso dizer que é outra viagem. Na parte inicial na manhã fria (10ºC), devido a neblina cerrada, era quase como se viajássemos à noite.
Mesmo que a viagem diurna demore uma hora a mais: sai às 8h e cheguei às 15h, à noite o tempo Cairós é, de maneira significativa, encurtado pela colaboração das bênçãos de Morfeu.
Depois de uma estada de 6h horas em Frederico Westphalen juntei-me a 47 colegas professores e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Educação e em confortável ônibus iniciamos uma viagem que tem a previsão de duração de doze horas pelas regiões missioneiras [evocadas na edição de ontem] do Rio Grande do Sul, da Argentina, rumo às Missões do Paraguai.
Quando esta edição entrar em circulação, já teremos percorrido a parte mais significativa do trecho em território gaúcho, cerca de 400 km, pois viajamos rumo a São Borja (no mapa 4) tendo passado por Santo Ângelo, São Miguel, São Luís Gonzaga, entre outras cidades, que surgiram nos antigos aldeamento dos Sete Povos das Missões.
Sete Povos das Missões é o nome que se deu ao conjunto de sete aldeamentos indígenas fundados pelos Jesuítas espanhóis no Continente do Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande do Sul, composto pelas reduções de São Francisco de Borja(no mapa 4), São Nicolau(5), São Miguel Arcanjo,(5) São Lourenço Mártir(7), São João Batista, (9) São Luiz Gonzaga (8) e Santo Ângelo Custódio (10). Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estarem localizados a leste do rio Uruguai.
Os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na região, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas pelos historiadores para o retorno estão a abundância de gado na região e o desejo da coroa espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa no sul. Contudo, essas teses são controversas.
Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel [Wikipédia].
Em São Borja devemos cruzar a ponte internacional de 1.400 metros inaugurada em 09 de dezembro de 1007 e entrar em território argentino, na corrientina Santo Tomé (no mapa 3). A etapa argentina da viagem é rumo ao norte com cerca de 160 km, inicialmente na província de Corrientes e depois na província de Missiones até Posadas. Na capital missioneira, cruzamos a ponte internacional, e fizemos pela segunda vez alfândega e ingressamos no Paraguai, em Encarnación (no mapa 25), capital da província de Itapúa.
Na terceira cidade do Paraguai (a mais populosa é a capital Asunción; a segunda é Ciudad del Este — antiga Puerto Strossner, lindeira com brasileira Foz do Iguaçu) à noite participamos da inauguração da XIV Jornadas Trasandinas de Aprendizaje, que se prolonga até sábado.

4 comentários:

  1. Caro AChassot,
    sem dúvidas um belo passeio,multicultural,faz muito bem para o físico,mental e intelectual do homem ou mulher. Obrigado por de alguma forma levar-nos juntos contigo.

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  2. Caro Chassot,
    é uma linda viagem que gostaria de fazer um dia pelo conteúdo cultural que envolve. Na década de 1980 cheguei a fazer alguns estudos mais objetivos sobre as povoações missioneiras aqui do Estado. Entretanto, nessa etapa transfronteiriça nunca me aventurei.
    Boa viagem,

    Garin

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  3. Ola Mestre Chassot
    Como outros comentaristas destas postagens, eu tambem tenho uma grande curiosidade em conhecer esta parte do nosso território, coisa que tenho me prometido há tempos e nunca pude cumprir. Neste momento estou me acercando das peculiaridades locais através das tuas narrativas. Boa Viagem, sucesso e aguardo mais novidades.
    JB

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  4. Caro Chassot,
    Que as jornadas lhe sejam pejadas de conteúdo histórico/intelectual e que você as desfrute com o vigor e entusiasmo de sempre. Abraços missioneiros, JAIR.

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