domingo, 1 de abril de 2012

01.- NEPENTES: ¿SABES O QUE É?



Ano 6***  Porto Alegre  ***Edição 2069
Um domingo para inaugurar abril. Estamos começando o segundo trimestre de um ano que há 91 dias era celebrado como ‘o ano novo’. Dele passou já a quarta parte. Não vou repetir aqui a assertiva já tão citada: “Tempus fugit!” e nos parece que a contagem comandada por Cairós está cada vez mais acelerada do que aquela controlada pelo intolerante Cronos.
Nos três últimas domingueiras fruíram-se floradas: em 11 de março, uma efêmera floração de cactos; no dia 18, vimos perenes strelitzias floridas; e no último domingo as flores foram metafóricas: os netos trazendo dulçores ao avonar. Hoje, o momento é botânico, uma vez mais.
Sendo hoje domingo de Ramos, talvez algum leitor imaginasse que o assunto fosse Cicas, que nesta data são levadas às igrejas católicas para serem benzidas. Recordo de minha infância: bastava trovejar e se invocava Santa Bárbara e queimava-se palma benta. Não tivesse com a pauta que segue, Cicas seriam um bom assunto, até porque tenho um irmão e um sobrinho — Pedro Paulo e Emerson — que são produtores de Cicas e Palmeiras em Porto Alegre, como pode ser visto em www.cycasepalmeiras.com.br Já fica uma promessa para uma futura domingueira.
Mas o tema de hoje é mais exótico. Fui presenteado com uma nepentes. Provavelmente — e vou apelar para uma afirmação do senso comum que usualmente crítico —: 90% dos meus leitores não sabem o que é meu presente. Pois, é uma planta; mas, até acolhê-la na Morada dos Afagos a desconhecia totalmente. Os dicionários o não a referem ou são parcimoniosos,
Nepentes ou  Nepenthes é da família das nepentáceas, que reúne 82 espécies arbustivas. Nepentáceas é uma família de plantas carnívoras. O grupo é monotípico e conta apenas com um gênero: Nepenthes, que ocorre nos trópicos do Velho Mundo, também no sul da China, Indonésia e Filipinas, Malásia, Madagascar, Ilhas Seychelles, Austrália, Nova Caledónia, Índia e Sri Lanka.
Sim, pela primeira vez tenho uma planta carnívora. Algo que conhecia só de ilustrações. Confesso que me fiz surpreso ante ao inusitado e já fiz várias descobertas.
Pois a minha Nepentes corresponde ao que ensina a Wikipédia: “As plantas desta família possuem na ponta de suas folhas estruturas semelhantes a jarros, sendo na verdade continuações da própria folha modificadas, com as bordas do limbo unidas formando uma ânfora. Sobre a abertura desta ânfora encontra-se uma estrutura semelhante a uma "tampa", normalmente colorida, servindo de proteção estática para que a armadilha não se encharque. Isso faz com que apenas uma porção de líquido encontre-se em seu interior, e é neste líquido que insetos, aranhas, e mesmo pequenos pássaros ficam presos ao escorregarem para dentro do tubo — atraídos pelas cores e pelos odores segregados pelas glândulas situadas na base da tampa”.
“Uma parede cerosa, com pelos no interior da folha voltados para baixo evitam que, a presa, uma vez dentro,  possa sair; ali é digerida. Esta família possui os maiores espécimes de plantas carnívoras, e tem a forma de uma trepadeira”.
Uma curiosidade: Em setembro de 2006, no Jardim Botânico de Lyon, na França, uma Nepenthes truncata foi fotografada com o cadáver de um rato em decomposição. Este incidente é o primeiro registro de um mamífero a ser preso em jarros de N. truncata.
Sou muito grato ao meu colega e amigo Prof. Guy Barros Barcellos que me presenteou uma Nepentes na celebração de seu mestrado, que narrei aqui no dia 23 de março. Ainda não posso dizer que vi diminuído os mosquitos, usualmente invasores indesejados.
Para encerrar um anúncio, que é quase um presente: amanhã,  aqui: Design Inteligente: Evolucionismo ou Criacionismo? Permito-me dizer chegar, amanhã a uma ‘Estação leitura’ neste blogue vai valer a pena. É a primeira vez, em quase seis anos deste blogue faço semelhante convite.
Adito votos de um bom domingo (que não evoco como DIA DA MENTIRA / aos que creem uma abençoada Semana Santa / um excelente abril!

8 comentários:

  1. Caro Chassot,
    antes de mais nada uma recomendação: fica de longe quando fores 'jardinar' a tua nepentes, por via das dúvidas não se deve correr riscos. A tua postagem de amanhã, se não for uma pegadinha, será muito bem vinda, em tempos nos quais se armam verdadeiros embates nos EUA sobre o tema.

    Bom Domingo de Ramos!

    Garin

    ResponderExcluir
  2. Caro Chassot,
    Muito bonita a tua Nepentes, a qual não necessariamente carnívora, mas, como tantas outras, é insetívora. Se algum camundongo foi digerida por um indivíduo dessa espécie deve ter sido por acidente. No jardim botânico no Rio de Janeiro existem algumas dessas plantas que são muito interessantes. Abraços e curta tua nepentes neste belo domingo que estou vende de minha janela aqui em Recife, JAIR.

    ResponderExcluir
  3. Caro Mestre Chassot...
    Postagem maravilhosa, precisamos retomar o tempo comandado por Cairós. Aguardo ancioso a postagem de amanhã.
    Otimo domingo e um abraço enviado pelo Kayros.

    ResponderExcluir
  4. Ave Chassot,

    que alegria ver teu entusiasmo com a Nepentes. São realmente fascinantes! Pensar quais processos evolutivos moldaram esta maravilha biológica é assombroso. A irmã da tua Nep está sendo cuidada com carinho também, pelos curadores do Museu da Natureza (e seu curador mor)...
    Adorei a blogada. By the way, achei formidável a charge do Millôr e Deus de ontem, pegou bem a ironia genial que o homenageado exsudava.
    Abraços nepentáceos,
    Guy.

    ResponderExcluir
  5. Caro Attico,

    bem vindo ao mundo das plantas carnívoras. Atenção às ânforas que ressecam, o que ocorre algumas vezes.

    Abraços,

    PAULO MARCELO

    ResponderExcluir
  6. Meu caro Paulo Marcelo,
    alguma recomendação especial com as ânforas secas? Tenho várias.
    Uma semana santa

    attico chassot

    ResponderExcluir
  7. Attico,

    encontrei este blog interessante: http://nepentheiros.blogspot.com.br/

    Ao perceber que com o ressecamento dos ascícios (nome correto das "ânforas") as folhas começavam a ressecar também, fiz a poda das ressecadas. Apesar disso, não sei se foi o melhor procedimento - carece de referências.

    Abraços,

    PAULO MARCELO

    ResponderExcluir