segunda-feira, 12 de março de 2012

12.- APROVEITAMENTO TOTAL DO CELULAR: IMPOSSÍVEL



Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br *** Edição 2049
Telefones celulares: algo importante para inaugurar mais uma semana. Um bom dia a cada uma e cada um.
 Os telefones celulares atuais são caros e muito difíceis de usar. A opinião se assenta em uma autoridade que poucos podem ostentar: é de Martin Cooper, 83, considerado o inventor do telefone celular. [na foto em seu escritório, na Califórnia] Natural de Chicago, tem sua formação inicial em Engenharia elétrica. Atuou na Guerra da Coreia (1950-1953). Casado com Arlene Harris, veterana da indústria de celular e criadora do JitterBug, aparelho para idosos. A seguir matéria é de Bruno Romani e foi publicada na Folha de S. Paulo, no dia 5 deste mês.
Em 3 de abril de 1973, Martin Cooper, então chefe da divisão de pesquisas da Motorola apresentou um protótipo do DynaTac 8000x, o primeiro celular do mundo. Atualmente, ele é presidente emérito do conselho da ArrayComm, empresa que desenvolve tecnologia sem fio, e membro do Comitê Consultivo de Espectro do Departamento de Comércio dos EUA. De sua casa, na Califórnia, ele conversou com Bruno Romani — pelo celular, claro. A seguir a entrevista:
Folha - O que inspirou o senhor a criar o telefone celular?
Martin Cooper - A AT&T [operadora de telefonia] havia criado uma tecnologia chamada "celular". Mas o celular deles significava telefones em carros. Não acreditávamos nisso e tivemos que provar ao mundo que a AT&T não era a única que podia criar essa tecnologia. Tínhamos que provar a praticidade de ter um meio de comunicação pessoal, e o único jeito era construir um telefone e mostrar que ele funcionava.
Quantas pessoas trabalharam no primeiro celular?
O protótipo tinha que ser construído em apenas três meses, então escolhi os melhores da empresa. O telefone precisou de sete ou oito pessoas, mas tínhamos de construir as estações-base. Isso requereu mais dez pessoas.
Quais foram as dificuldades para criar o primeiro celular?
O desafio era colocar tudo em uma embalagem pequena. Quando chegou essa hora havia 2.000 peças! Um telefone moderno tem cerca de cem peças.
Houve gente que se opôs ao projeto dentro da Motorola?
Sim. Havia pessoas que achavam que não deveríamos investir tanto dinheiro, por acreditarem que o mercado seria pequeno.
O que o senhor sente quando vê tantas pessoas usando telefones celulares?
Acho que revoluções maiores acontecerão. O fato de que podemos nos conectar com as pessoas vai revolucionar a medicina, os negócios e a educação. A combinação entre o celular e a internet vai aumentar a eficiência nesses campos e, em cada um deles, vai haver uma revolução.
O senhor ganha dinheiro com cada unidade de telefone celular vendida?
Quando entrei na Motorola, eles me pagaram US$ 1 pelos direitos de tudo o que eu criasse enquanto estivesse lá, então, ganhei dinheiro com cada celular vendido.
Qual aparelho o senhor tem?
Eu experimento todos. Compro um novo aparelho a cada três ou quatro meses. Estou conversando com você de um Droid Razr, da Motorola. Mas já tive um iPhone.
E o que acha dos celulares terem se transformado em minicomputadores?
Se for útil, eu gosto. Do que não gosto é que a maioria das operadoras acha que devemos ter exatamente o mesmo telefone. Não dá mais nem para comprar um telefone simples. Você deveria comprar um telefone apenas com as especificações de que precisa. Claro, os aparelhos vão se tornar mais complexos, mas eles têm que ser mais fáceis de usar.

O senhor usa aplicativos, como os de redes sociais?
Sim, mas não tenho certeza de que isso seja necessário. Faço para entender. Qual o propósito de ler e-mail no telefone, já que, sempre que estou em casa ou no escritório, tenho um computador? Vejo as pessoas na mesa de jantar lendo seus e-mails e acho isso terrível.
Quais são as oportunidades perdidas pela indústria?
O serviço de telefonia celular é muito caro. Quanto mais barato, mais gente se beneficia. Operadoras e fabricantes não estão reduzindo os custos de ter um celular de forma veloz. Os celulares terão um grande impacto sobre a pobreza, mas o preço precisa cair.
O senhor se incomoda com o fato de que poucos associam seu nome à sua invenção?
Não muito. Eu me sinto muito honrado. Se ninguém soubesse, eu não estaria conversando com pessoas como você. Então, não sou infeliz com o jeito como o mundo me trata.
LEI DE COOPER Diz que o número de transmissões de dados ou de voz que conseguimos enviar pelo ar dobra a cada 30 meses.

TEXTO DE UMA CHARGE de Peter Mueller, no New Yorker, onde há um sujeito ao telefone: “A ideia é reunir uns amigos aqui em casa e cada um ficar mexendo no próprio celular!”

7 comentários:

  1. Isso me lembra uma aula nesta semana com os jovens da noite, quando ma aluna comparou a época em que as notícias levavam anos para chegarem, e hoje é desastre em cima de desastre em tempo real. Bom o aparelho celular capta tudo internet, mensagem, TV... E a úlcera cresce!Que comentário horroroso para um início de semana, rsrs

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  2. Mestre Chassot
    O telefone movel foi certamente uma revoluçao nos ultimos tempos. Mas eu tenho a impressao de que estamos refens das empresas telefonicas, pois os valores destas ligaçoes sao absurdas, e o atendimento é péssimo, num desrespeito muito grande ao consumidor. Quem sabe isso tudo nem passava pela cabeça do inventor quando se propos à criaçao do referido objeto. Boa semana. JB

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  4. Caro Chassot,
    Primeiro, eu nem sabia que Martin Cooper era o inventor desse acessório tão útil e usado pela maioria da população, eu achava que era alguém da Escandinávia, da Finlândia para ser exato. De qualquer modo, nunca tive celular (mesmo enquanto trabalhava) e não me sinto menos conectado ao mundo por isso, na verdade me sindo mais livre que a maioria que se vê atrelado a um aparelho abelhudo que acompanha o usuário até na sua hora mais íntima quando ele está no banheiro. O celular é uma versão nova do "Grande irmão" de Orwell. Fico feliz em não usar esse intruso. Abraços, JAIR.

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  5. Bom dia, Mestre!
    Muito lúcida a entrevista deste senhor que revolucionou a comunicação individual com seu aparelho, remando contra a maré (errada) dos homens de pouca visão, que não acreditavam no seu sucesso!
    Também concordo que acho meio desnecessário duplicar no celular tudo o que já temos no computador pessoal. Alguma coisas, sim.
    Mas, o problema é o que fizeram com a comercialização do seu invento.
    Aqui, no local onde moro (um bairro do Rio), devido à proximidade de uma pequena colina, para falar no celular tenho que sair de casa!
    A cobertura sempre foi péssima e as operadoras não investem na melhoria do sinal, ao contrário dos fabricantes de aparelhos, que colocam cada vez mais funções nos celulares!
    Os gananciosos e incompetentes quase conseguem anular tudo o que a tecnologia nos traz de bom!
    Abraços!

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  6. Caro Chassot,
    concordo com o Sr. Martin: é horrível alguém numa roda de amigos ou noutra reunião mexendo o tempo todo no celular. Há um vídeo que meu sobrinho compartilhou no Facebook a propósito dessa mania de estar sempre ligado ao celular. Vale a pena dar uma olhadinha: http://www.wimp.com/disconnectconnect/

    Um abraço,

    Garin

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  7. Minha cara Marília & meus caros Jairo, Jair, Norberto e Leonel,
    primeiro obrigado por comentarem o blogue de hoje, quando como alerta o Jair — provavelmente o único de nós seis que não usa a coleirinha eletrônica — conhecemos um desconhecido inventor que é coetâneo nosso: Martin Cooper.
    Todos sabemos o inventor do telefone, do para-raios, do rádio, a imprensa etc. e não conhecíamos o inventor de algo que quebrou um dos paradigmas de comunicação na virada do 20/21.
    ¿Seria porque hoje fazer Ciência é algo mais solidário e menos solitário como era antes?
    Queria reivindicar o título de ser o último que resistiu ao celular e de talvez ter um vetusto (já deve ter uns cinco anos) que afortunadamente não tem internet. O vídeo de 1,5 min proposto pelo Garin é fantástico. O Leonel e o Jairo batem na mesma tecla: os desserviços prestado pelas alienígenas e milionárias tele. Infeliz aquela que precisar reclamar um valor cobrado a mais. Dirá, então, a Marília: é quando a úlcera cresce.
    Um agradecimento a cada uma e cada um

    attico chassot

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