quinta-feira, 13 de outubro de 2011

13.- Pingos e respingos

Ano 6

PORTO ALEGRE

Edição 1897

Dou a blogada de hoje uma formatação inusual. Ela se faz com alguns tópicos independentes, que por si só não se fariam uma edição. Se ela é redigida no ocaso do feriado posso dizer que segui a recomendação de encerramento da edição anterior: Logo, descansar é preciso. A edição de hoje poderia seguir a direção de tempos que jornais não circulavam às segundas-feiras ou pós-feriados, para que não se deixasse de guardar o repouso. Esta edição se constitui na única violação do repouso proposto para o dia de ontem. Passei mais na horizontal que o usual e muito no jardim da Morada dos Afagos chimarreando com a Gelsa e lendo jornais e revistas que se acumulavam ainda do fim de semana passado, em que estive ausente. Os frios ventos de finados e o dia nublado descoloriram um pouco o cenário, nas a foto traduz um pouco da beleza do meu gostoso paraíso.

O primeiro tópico é um registro acadêmico: hoje, à tarde tenho a sessão de qualificação do projeto de meu orientando Rafael Enderle Nunes que apresenta a banca formada pelos professores doutores Maristela Padilha e Marcello Mascarenhas a proposta de dissertação: Adoção por casais homoafetivos: Uma polêmica. Na mesma direção já anuncio que amanhã à tarde ocorrem duas qualificações de projetos de dissertações que oriento: Sabrina Guerreiro Caldeira defende o projeto: Como algumas escolas da capital gaúcha lidam com a prevenção de Bullying e Anna Carolina Muniz Ordobás com a proposta O Bullying na Escola: estamos preparados? A formação dos professores frente ao fenômeno. As duas bancas, às 14h e às 16 são formadas pelas professoras doutoras: Luciane Carniel Wagner e Clarice Monteiro Escott.

Minha afirmação na abertura da edição do dia 10 “Depois do peregrinar -- agradeço ao professor Garin este batismo a minhas viagens – por Ponta Grossa e Viçosa, esta edição inaugura uma semana, que por ter um feriado, na qual não há viagensrecebeu fraterna contestação do historiador e jornalista José Carneiro de Belém do Pará: Caro amigo: se você tivesse se lembrado, veria que em meus e-mails bem anteriores eu já chamava você de professor peregrino. Continuo chamando, sem problema de ter perdido a autoria original do termo. Ele tem razão. Peço o beneplácito do Garin e restabeleço o primado batismal de ‘peregrino’ ao querido escrevinhador belenense.

Recebemos mensagens que nos enchem de emoções. Mesmo que posso pecar contra a modéstia, o feriado trouxe-me uma da Profa. Dra. Maria de Fátima Paixão, de Portugal que

dou a lume aqui: Querido Professor Attico Chassot, Percebendo que a esta hora tardia ainda se encontra conversando com os amigos, por esta via, aqui lhe envio meu abraço apertado de agradecimento pelo seu entusiasmo contagiante, pela sua sabedoria crítica e pela sua companhia afetuosa. O mini-curso foi muito bom e eu me sinto muito orgulhosa pelo Diploma que atesta que eu estive com um grande Mestre ouvindo com entusiasmo suas reflexões. De facto, o tempo nos escapa com o tamanho de sua sapiência. Tudo farei para poder ter você aqui em Castelo Branco logo que possível. Com muita estima, Fátima Na foto a pesquisadora portuguesa de História da Química e eu no enceramento do minicurso, no último domingo em Viçosa.

Na edição desta segunda-feira A PAZ É FEMININA referi que a presidente da Libéria, uma das três ganhadoras do Nobel da Paz 2011 concorria à reeleição: Eis uma notícia do pleito: “Cerca de 2,5 milhões de liberianos compareceram em uma votação nesta terça-feira que as pesquisas indicam um possível empate entre a atual presidente candidata do Partido da Unidade (UP), Ellen Johnson-Sirleaf, e Winston Tubman, do Congresso por Mudanças Democráticas (CDC). Caso se confirme o empate, os dois adversários voltariam para uma segunda rodada eleitoral. A atual presidente foi a primeira mulher a chegar à chefia de Estado em um país africano, além de ser a atual vencedora do Prêmio Nobel da Paz. A oposição classificou a concessão do prêmio - quatro dias antes das eleições - como uma manobra da comunidade internacional. Ao lado de Ellen e do sobrinho do ex-presidente William Tubman, outros 14 candidatos, dentre eles três mulheres, concorreram às eleições que tem seus resultados definitivo para esta semana”.

Esta edição se conclui com algo, usualmente não muito conhecido: Libéria, oficialmente República da Libéria, é uma república presidencialista localizada na África Ocidental. Faz fronteira ao norte com a Serra Leoa e Guiné, a leste com a Costa do Marfim e a sul e oeste com o Oceano Atlântico. Segundo o censo de 2008, a população do país é de cerca de 4 milhões de habitantes, divididos em uma área de 111.369 quilômetros quadrados. O nascimento da Libéria ocorreu no século 19 em resultado da ação da Sociedade Americana de Colonização, organização criada por Robert Finley nos Estados Unidos da América em 1816, cujo objetivo era levar para a África negros livres ou negros que tinham sido libertos da escravatura. De acordo com uma opinião prevalecente em alguns setores da população dos Estados Unidos da época, os negros não seriam nunca capazes de se integrar na sociedade do país. O regresso a África seria uma solução para evitar certos "perigos" imaginados como resultado da presença negra, como o casamento inter-racial ou a criminalidade. A história da Libéria é única entre as nações africanas, devido à sua relação com os Estados Unidos. É um dos dois únicos países da África Subsaariana, juntamente com a Etiópia, sem raízes na disputa europeia pela África. Foi fundada e colonizada por escravos americanos libertos com a ajuda de uma organização privada chamada American Colonization Society, entre 1821 e 1822, na premissa de que o ex-escravos americanos teriam maior liberdade e igualdade nesta nova nação. Escravos libertos dos navios negreiros também foram enviados para a Libéria, em vez de serem repatriados para seus países de origem. Estes colonos criaram um grupo de elite da sociedade da Libéria, e, a 26 de julho de 1847 a Libéria (do latim, "terra livre") declarou a sua independência, tornando-se o primeiro país da África a se tornar independente. O país dotou-se de uma constituição decalcada da Constituição dos Estados Unidos da América, adotando símbolos nacionais (bandeira, brasão de armas e lema) que refletem a origem e experiência dos fundadores do país nos Estados Unidos. A capital Monróvia tem o nome homenageando James Monroe, o quinto presidente dos Estados Unidos e um proeminente defensor da colonização.

Uma quinta-feira, com sabor de segunda-feira a cada uma e cada um. Na expectativa de nos lermos amanhã.

7 comentários:

  1. Caro Chassot,

    a quem honra, honra: não podemos tirar o direito do jornalista José Carneiro quanto ao teu batizado de Professor Peregrino. Entendo que ele já havia percebido essa tua característica que o faz um lutador pelo ensino da Química e da História e Filosofia da Ciência.
    Uma outra observação a respeito da tua postagem, a Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, é uma mulher que integra a Igreja Metodista daquele país.

    Um abraço,

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com

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  2. Meu caro Garin,
    obrigado por aceitares teu desapadrinhamento pelo título outorgado.
    Não sabia que Ellen Johnson Sirleaf pertence a Igreja Metodista. O orgulho que se pode sentir por ela compensa a vergonha de belicoso Bush ser também metodista.
    Não consigo resultados das eleições de terça-feira.
    Interessante que acessei teu blogue na madrugada e mais tarde sempre aparecia o de ontem. Só agora vejo que já entrou no ar a meia noite.

    Uma boa quinta-feira que sabe a segunda-feira.

    attico chassot

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  3. Caro Chassot,
    A criação da Libéria criou um sociedade multicultural e as vezes completamente incompatível, porque os americanos brancos partiram do princípio que "negro é tudo igual" e mandaram para lá ex escravos de etnias e culturas totalmente diferentes oriundos de partes da África que as vezes nem contato tinham. Ao invés de uma sociedade coesa e abraçando os mesmos ideais o que se viu foi disputas sangrentas pelo poder ou por simples rivalidades tribais. Nada daquele país deu certo e ainda por cima encontrou-se diamantes na região. Mais motivo para guerras e genocídios. A Libéria é um país que não deu certo. Abraços, JAIR.

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  4. FÁTIMA escreveu desde Castelo Branco - PORTUGAL
    Estimado Professor Ático Chassot
    Sinto-me muito orgulhosa de ter partilhado no seu blog a minha simples e franca mensagem pois ela pretendeu apenas transmitir o quanto me senti honrada por ser sua discípula por umas horas. Pena que tenha sido por tão poucas!
    Um enorme abraço
    Fátima

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  5. Prezado Jair,
    veja, como assinalas, o senso comum estadunidense: ‘negro é negro’ (=todos são iguais) complicou um país literalmente artificial. A isto associou-se a continuada ingerência (e dependência) dos Estados Unido. Diamantes acirraram ainda mais a cobiça e a intromissão dos países centrais;
    Presidente que se perpetuou por sete mandatos e guerra civil por décadas completam o quadro de desolação.
    Com agradecimentos pelo enriquecimento desta edição,

    attico chassot

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  6. Estimada colega e amiga Fátima,
    tua presença nesta edição só qualifica este blogue.
    Um convite: apareça aqui de vez em vez

    attico chassot

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  7. Professor Chassot, estou utilizando uma fala sua, como referencia, em meu trabalho de pós- graduação, é sobre transposição didática no ensino de ligações químicas. Obrigado Mestre...

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