domingo, 31 de julho de 2011

31.- Desde a Veneza do Norte


Ano 6

ST.PETERSBURG

Edição 1823

19/23 DIARIO Às 16h45min, o trem chegava à Saint Petersburg. Começava a concretização de um sonho embalado há anos. Pelos rios e canais que estão presentes a cidade é chamada ‘a Veneza do Norte’. Nosso hotel está na margem de um canal.

São Petersburgo (Санкт-Петербу́рг, Sankt-Peterburg em russo) está localizada às margens do rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, no Mar Báltico. Os outros nomes da cidade já foram Petrogrado (Петрогра́д, 19141924) e Leningrado (Ленингра́д, 19241991). É chamada apenas de Petersburgo (Петербу́рг) e informalmente conhecida como Piter (Пи́тер).

Fundada pelo tzar Pedro, o Grande em 27 de maio de 1703, serviu de capital do Império Russo por mais de duzentos anos (1713–1728 e 1732–1918). São Petersburgo deixou de ser a capital em 1918, após a Revolução Russa de 1917. É a segunda maior cidade da Rússia e a quarta da Europa (em território) atrás de Moscou, Londres e Paris. A cidade possui 4,6 milhões de habitantes e mais de 6 milhões de pessoas vivem nas cercanias. São Petersburgo é um dos maiores centros culturais da Europa e um importante porto russo no Mar Báltico.

São Petersburgo é frequentemente descrita como a maior cidade do Oeste Europeu Russo. Entre as cidades do mundo com mais de um milhão de pessoas, São Petersburgo é a que está mais a Norte. O centro histórico da cidade e o grupo de monumentos constituem patrimônio mundial da UNESCO. Centro político e cultural russo por 200 anos, a cidade é muitas vezes referida na Rússia como a capital do norte.

Estamos próximo da Finlândia e Helsinque está mais perto daqui que Moscou. Esta proximidade com o Polo Norte, fez que, por exemplo, ontem, ao chegarmos ao hotel às 23 horas ainda estava claro e hoje, à 01h, já estava claro. Diz-se que neste período a cidade sofre de uma jovial insônia. Aliás, surpreendeu-nos o numero de estabelecimentos comerciais que anuncia que atendem 24 horas por dia. No período entre o final de maio e metade de junho vive-se aqui as noites brancas, quando quase não escurece. Isto é assunto em livro homônimo de Fiador Dostoïevski, filho ilustre a cidade.

A este petersbourguense juntam-se muitos outros nomes consagrados, dos quais cito alguns de nossos mais conhecidos: Alexandre II, Pedro o Grande, Dimitri Chostakovitch, Nicolas Gogol, Vaslav Nijinski, Anna Pavlova, Nicolaï Rimski-Korsakov, Igor Stravinski... Poderíamos citar, Dmitri Mendeleev, teve acolhida importante aqui, como lembrouneste blogue o Paulo Marcelo Pontes, no dia 29.

Algo que os guias chamam atenção: o automóvel é o maior inimigo dos pedestres. Sentimos isto nos primeiros minutos que estávamos na rua. Mesmo estando sinal verde para nós, os motoristas avançam.

Na nossa primeira saída vimos que aqui a continuada presença da linda arquitetura das igrejas ortodoxas. Trago imagens da de Nossa Senhora de Vladimir, próxima da qual jantamos comendo ‘borchst’, uma sopa que para a Gelsa evoca seus avós paternos que vieram da Rússia.

Encerro com um relato trivial da viagem de trem Moscou/Saint Petersburgo de ontem: éramos seis em uma cabine de 2ª classe; esta mede no máximo 2,0 m x 1,5 m. A merecida posição de estrela: Alexander, um brilhante e querido menino de 2,8 anos. Este estava acompanhado por sua mãe do Azarbaquistão que vive em Moscou, talvez de 25 anos, de sua avó materna, de cerca 50 anos e da avó paterna de 65 anos; esta o macho alfa do grupo. Conviver ‘intimamente’ durante quase 5 horas com pessoas estranhas, das quais apenas a jovem mãe falava um pouco de inglês foi excepcional. Houve, inclusive uma fraterna partição do pão (e de fiambres). Na saída nos ajudaram imensamente no transbordo de nossas malas e ajustaram preço com um carregador.

Uma das surpresas foi ver que a mãe do menino lia Paulo Coelho, cujo nome, na capa em cirílico, não reconheci. Algo nos impressionou era a relação sedutora da mãe com Alexander, beijando-o repetidamente na boca. Freud e seus estudos edipianos foram recordados. À despedida, mesmo sabendo que nunca mais nos veríamos na vida, nos abraçamos calorosamente.

Esta manhã, visitaremos o museu Hermitage, que certamente será assunto amanhã. Desejo o melhor domingo a todos.

6 comentários:

  1. Caro Chassot,

    posso imaginar as tuas emoções, mas chama a atenção duas coisas. A primeira é essa falta de respeito para com os pedestres (imaginei que isso fosse apenas coisa do Brasil). A outra, essa convivência e a despedida (quiçá, para sempre) com a família estranha - muito lindo!

    Um abraço,

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Caro Chassot,
    A intensidade de suas experiências é algo que me cativa.Como só "conhecia" Saint Petersburg por literatura, tua descrição da cidade me emocionou. Quanto à parte humana do relato, é qualquer coisa de impagável a experiência de conviver com pessoas tão culturalmente distantes da gente. Tenho algo assim no meu currículo de viajor e sei que que vale a pena. Abraços e bom domingo, JAIR.

    ResponderExcluir
  4. Ola prof. Attico e profa. Gelsa, lindo relato sobre Saint Petersburg! As fotos tambem...muito interessante.Voces tem roteiros maravilhosos no passaporte. Boa viagem. Abracos, Eloisa.

    ResponderExcluir
  5. Gostei da blogada de hoje! Minha avó de origem ucraniana também cozinha borchst...
    A viagem parece estar ótima!
    Aproveitem!
    Forte abraço!
    Márcia Honesko

    ResponderExcluir
  6. Caro Mestre Chassot

    Que presente para nós são suas narrativas e fotos, para nós é como estar vivendo um pouco da história. O que ouço de alguns amigos quando viajam é bem diferente, na verdade pensam em comprar e esquecem que turismo não é só isto, garanto que nenhum deles sequer entrou em um museu ou percebeu o que os circundavam. Mestre Chassot, parabens pelo bela iniciativa de compartilhar conosco as belezas e preciosidades por onde anda. Mestre Chassot reporter internacional.
    Forte Abraço Riograndino e Riograndense, o João Guilherme (meu neto) tambem lhe manda um abraço, e claro minha mulher a Marcia (unico defeito é Pedagoga)

    ResponderExcluir