quinta-feira, 14 de abril de 2011

14.- Duas perspectivas: religião e ciência

Porto Alegre * Ano 5 # 1715

Há algo preliminar a destacar: o significado que teve para vários de nós a revista mensal estadunidense ‘Seleções de Reader’s Digest – traduzido em comentários de leitores – motiva organizar uma pesquisa interblogal (podem registrar o neologismo e também o provável ineditismo do aporte metodológico). Aguardem a passagem de período muito denso em fazeres. O assunto está pautado para depois da Páscoa.

Estava assuntado para hoje algo para aquele deputado paulista do PSC (Partido Social Cristão!) que zoa (para usar um verbo em moda) dos afrodescendentes dizendo que africanos descenderiam de “ancestral amaldiçoado por Noé”. Mas a edição de ontem determinou do envio de um texto de apreciado bloguista, com sugestão de publicação. Vou fazê-lo, mas permito-me, hoje, expandir mais o pequeno preambulo que aditei ao artigo trazido ontem.

Há diferentes perspectivas para olharmos o mundo natural: podemos fazê-lo com os óculos das religiões, dos mitos, da Ciência, do senso comum, do pensamento mágico, dos saberes primevos... Não afirmamos qual o melhor e mesmo que haja a necessidade de exclusividade, isso é, de nos valermos apenas de um destes mentefatos. Consideremos duas dessas perspectivas: religião e ciência.

Talvez valesse assinalar porque dentre os seis óculos elegi comparar esses dois. A Ciência é uma escolha natural, até porque este blogue pretende ser um ‘operador de alfabetização científica’. Três parecem ser as exigências de olharmos a religião:

1) há um convencimento de quanto é correta a afirmação de como, religiosos ou não, estamos imersos em mundo religioso. O quanto a eleição de um papa mobiliza a muitos e tem igual (ou maior) ressonância que a escolha de presidente da República. A propósito: por que não trabalhamos aos domingos ou por que no Brasil é feriado no dia 12 de outubro? Por que em alguns municípios (onde luteranos são maioria) é feriado em 31 de outubro? Ou porque em Rondônia é feriado estadual em 18 de junho (dia do evangélico)? Nas ultimas eleições presidenciais (2010) especialmente no segundo turno, cada um dos dois candidatos queria parecer mais religioso.

2) o cada vez mais acentuado recrudescimento do fundamentalismo, nos obriga a mostrar que, por exemplo, aceitar a opção de uma leitura de nossa cosmogonia, marcada, por exemplo, pelo relato do Gênesis, implica aceitar que está usando outro mentefato cultural que aquele que está numa leitura da ciência. O fundamentalismo religioso (existe o politico, o científico...) perturba nossas salas de aulas dificultando ou embaralhando o ensino de Ciências.

3) ateologia – ainda não dicionarizada – parece ser algo muito novo fruto das liberdades que vivemos neste Século 21. Ouso definir ateologia: possibilidade de ler o mundo assumindo a posição filosófica de que não existem deus ou deuses, ou em sentido lato, a ausência de crença na existência de divindades.

Por ocasião do ‘Massacre de Realengo’ (07 de abril de 2011) os autointitulados ‘formadores de opinião foram ‘sabidos’ em construir preconceitos: o assassino é um ‘aidético’; ele é muçulmano; um mais exaltado bradava: “quem acredita em Deus não faz uma dessas! Ele é um ateu!”

Recordo que há não muito ao fazer palavras cruzadas a acepção para ‘homem mau de quatro letras’ era ‘ateu’. Quando comentei isso em novembro de 2008, em Brasília, no I Colóquio Internacional de Psicologia do Conhecimento, o Prof. Arden Zylbersztajn, da UFSC, acrescentou com graça: ‘... e de cinco: judeu!’

Mais recentemente, no cenário editorial mundial surgiu um significativo número de títulos, que se transformam em sucesso de vendas e também de discussões, e que poderiam receber a classificação de ateológicos, isto é, que mostram possibilidades de um mundo onde se possa prescindir de Deus ou deuses e, por extensão, de religiões. Os fundamentalistas religiosos encaram o fenômeno como uma tentativa dos ateus em fazer uma queda de braço com os religiosos, procurando dar sentido a uma vida sem religião. Quando falo destes livros digo que ‘os ateus estão saindo do armário!’.

Quanto a livros acerca do tema trago duas sugestões. São recomendados a aqueles que desejarem fazer uma leitura mais crítica do papel das religiões na história dos homens e mulheres: “Deus, um delírio” e Tratado de Ateologia”.

O primeiro, Deus, um delírio [Richard Dawkins, São Paulo: Companhia das Letras, 2007], o autor, um dos mais respeitados cientistas da atualidade, num texto sagaz e sarcástico, ataca impiedosamente o que considera um dos grandes equívocos da humanidade: a fé em qualquer divindade sobrenatural. Richard Dawkins (nascido em Nairobi, 26 de março de 1941) é conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no gene, exposta em seu livro ‘O Gene Egoísta’, publicado em 1976. Desse autor vale referir também O Gene Egoísta, O Relojoeiro Cego e O capelão do diabo.

O outro, Tratado de Ateologia [São Paulo: Martins Fontes, 2007, 240 p.], foi escrito pelo filósofo mais popular da França na atualidade, Michel Onfray (Argentan, 1 de janeiro de 1959). A obra é um ataque pesado ao que o autor classifica como "os três grandes monoteísmos". Segundo Onfray, por trás do discurso pacifista e amoroso, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo pregam na verdade a destruição de tudo o que represente liberdade e prazer: "Odeiam o corpo, os desejos, a sexualidade, as mulheres, a inteligência e todos os livros, exceto um". Essas religiões, afirma o filósofo, exaltam a submissão, a castidade, a fé cega e conformista em nome de um paraíso fictício depois da morte.

Religião e Ciência, mesmo que, como defende Claude Allègre, tenham uma ambição comum de oferecer uma leitura coerente do mundo sensível, religião e Ciência ocupam o mesmo espaço: o espaço do pensamento humano. E parece que termina aí a isonomia de ações. As demais, usualmente, estão em campos separados. A dicotomia pode ser assim limitada:

As religiões afirmam a existência de uma verdade global, imanente, eterna, completa, que trata tanto da natureza como do homem. Essa verdade só tem uma exigência para crê-la: a fé. A fé é a razão necessária e suficiente para a aceitação da verdade inquestionável. Os dogmas, arcabouços de uma determinada religião, devem ser aceitos mesmo com o pressuposto de paradigmas inexplicáveis; e mais, indiscutíveis. Uma boa ilustração disso é a cena que se conta de Agostinho tentando entender o dogma da Trindade e quando questiona um menino que tentava, com uma concha, colocar a água do mar em um buraco, na areia, esse menino, que era um anjo, disse-lhe que a sua era tarefa mais fácil que a dele, que queria colocar em sua cabeça o entendimento de um dogma. Aqui, é importante ter presente que não se está prognosticando uma fé cega, até porque é Santo Agostinho que ensina que “não devemos esquecer que se é a fé que busca, quem encontra é a inteligência”.

Todavia há uma continuada exigência, alertada por João 23, ao abrir o Concílio Vaticano II, que é recordada por João Paulo 2º: “É preciso que esta doutrina [religião cristã, católica e apostólica] certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada segundo as exigências de nosso tempo” (grifei). Esse é o magistério da Igreja. Aqui se estabelece a diferença com a Ciência.

A Ciência não tem a verdade, mas aceita algumas verdades transitórias, provisórias, em um cenário parcial onde os humanos não são o centro da natureza, mas elementos dela. O entendimento dessas verdades, e, portanto, a não crença nelas tem uma exigência: a razão. É o raciocínio, isto é, o uso da razão, a exigência fulcral para o conhecimento. Os paradigmas de qualquer conhecimento científico são constantemente postos à prova e substituídos quando deixam de oferecer explicações convincentes.

Agora, mesmo que advogue a existência de campos tão dicotômicos, cabe a pergunta: por que, por exemplo, a religião se faz tão fortemente presente em um texto como este? Houve um tempo, não tão curto e nem tão distante – aquele que medeia o entorno da virada do século 15 para o 16 até o Século das Luzes –, em que houve uma significativa interferência entre os dois campos, a qual ocorreu com disputas, ou pior, até com embates cruentos. Julgamentos como o de Galileu ou martírios como o de Bruno não foram atos isolados. Para a separação entre os dois campos, a contribuição do Iluminismo talvez tenha sido decisiva com a proclamação de Kant com o “liberta-te daqueles que querem pensar por ti, e pensa!”. Então a Ciência não apenas adquiriu / adquire status independente, mas trouxe superações, chegando, há um século, a ser tida como um sucedâneo à religião. Afortunadamente, essa interpretação, tida por alguns como um ápice ou refinamento, também parece superada.

Talvez tenha me espraiado de mais. Contenho-me votos de uma muito boa quinta-feira. E amanhã continuamos conversando, oxalá.

24 comentários:

  1. Bom dia Mestre!

    Cresci reebendo votos de fica com Deus, vindos de pessoas que sabia me amarem, então desejar esta companhia para alguém demonstra meu afeto. Até que minha amiga e colaga de apê me fez repensar a carga que posso, sem intenção, despejar sobre quem escuta: fica com Deus, ele está te vigiando, te comporta ou Ele te pune. Mesmo que para mim, esteja carregado de boas energias, para quem ouve pode não estar. Mas tmb não posso desprezar o meu contexto não é??

    ResponderExcluir
  2. Muito querida Marília,
    primeiro uma brincadeira: que bom que voltaste. Pensei que tinha te perdido para o blogue do querido prof. Garin. Claro que ali a concorrência seria desvantajosa para mim; brincadeira, tá.
    Quando estava no ginásio (segunda parte do ensino fundamental, hoje) havia na escola muitos avisos ‘Deus me vê!’, versão que a pós-modernidade transformou em ‘Sorria, você esta sendo filmado”. Imagina um aviso deste no banheiro.
    Se puder escolher, prefiro os deuses gregos ao Deus dos monoteísmos abraâmicos.
    Kibon que voltaste,
    afagos do
    attico chassot

    ResponderExcluir
  3. Como tenho acessado de lugares públicos, a leitura é na corridinha. E as vezes não tenho o q acrescentar...

    hehe, quem ganha sou eu, leitora de dois blogues.

    ResponderExcluir
  4. Bom dia Professor!
    Hoje passando rapidinho para deixar uma sugestão ao senhor para seus netinhos, em relação aquele nosso propósito dos livros na Páscoa. O nome é: O livro do Planeta Terra, e é de Todd Parr, da Editora Panda Books!
    Uma graça de livro!!
    Um mol de abraços ao senhor e aos seus!
    .
    Prometo retornar com menos pressa para ler toda a postagem de hoje.
    .

    ResponderExcluir
  5. Muy querido Profesor Chassot,
    Sus reflexiones me hicieron recordar la alusión que hace Marguerite Yourcenar de Flaubert, en sus notas a las Memorias de Adriano: "Cuando los dioses ya no existían y Cristo no había aparecido aún, hubo un momento único, desde Cicerón hasta Marco Aurelio, en que sólo estuvo el hombre." ¿Será cierto? ¿será cierto que el hombre -como símil de la humanidad- puede del todo prescindir de un Dios? Buena semana,

    ResponderExcluir
  6. Transcrevo, à guisa de comentário, trecho de matéria que publiquei em data remota: "Os criacionistas, em sua grande maioria, são cristãos fundamentalistas cuja premissa principal é a interpretação literal da Bíblia e a crença na sua infalibilidade. Decorre daí que, a bobajada criacionista, frente às robustas e avassaladoras provas que o evolucionismo apresenta, acabou cindindo-se em várias frentes, algumas menos intransigentes que outras, mas todas dogmáticas, ou seja, é assim, porque assim é, não há necessidade de explicar os fenômenos. Lembrando que dogma é: “Ponto fundamental e incontestável de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar”. Os criacionistas mais radicais, aqueles que acreditam na verdade literal da bíblia como George Bush, por exemplo, ainda são maioria, mas há outras “escolas”, por assim dizer.

    Entre as dissidências, existe aquela, cujo membro mais ilustre foi João Paulo II, a qual admite que a bíblia explica os fenômenos com parábolas e fábulas, ou seja, o livro de Gênesis das escrituras apenas adaptou a forma da criação do universo para melhor entendimento das massas. Mas a ciência explica as leis (criadas por Deus) que regem o universo, o Planeta e a vida os quais foram criados conforme as teorias vigentes, apenas existe um anterior Ser supremo – o qual não explica sua origem - que tudo comandou e tudo supervisiona nos seus mínimos detalhes. Neste caso, o “Big Bang” seria Deus, é só lembrar do “Faça-se a Luz” do Gênesis".

    ResponderExcluir
  7. Thaiza querida,
    obrigado pela sugestão. Vou atrás do livro. Para esta páscoa já 2 x 7 conjuntos comprados.
    Obrigado pela escapadela aqui,
    Um mol de afagos
    attico chassot

    ResponderExcluir
  8. Estimada Matilde,
    gracias por tu retorno tan denso de reflexiones. La no necesidad de dios solamente ha de ocurrir en el día que hombres y mujeres habrán explicado por su lenguaje (la Ciencia) el Universo. Tal vez por ora eso sea muy distante.
    He leído Memorias de Adriano a más de 20 años, así no tengo como adherir a tu interpretación.
    Pienso que en mi texto no pronostico un embate entre la racionalidad de la ciencia y las certezas de la fié. Al contrario sueño con los utopías de cada un haciendo su papel en fructuoso dialogo;
    Ha sido muy preciosa tu presencia en este blog
    attico chassot

    ResponderExcluir
  9. Muito estimado Jair,
    penso que no meu texto trouxe João Paulo 2º mostrando a radicalidade da diferença entre Religião e Ciência: “É preciso que esta doutrina [religião cristã, católica e apostólica] certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada segundo as exigências de nosso tempo” (grifei). Esse é o magistério da Igreja. Aqui se estabelece a diferença com a Ciência.
    Amanhã no teu texto ao colocar ‘cada um no seu quadrado’ essas diferenças poderão se r um pouco mais esclarecidas.
    Com expectativa


    attico chassot

    ResponderExcluir
  10. Caro Cahssot,

    há dias nos quais as atividades fazem uma "fila" e a gente não chega nunca naquilo que tem prazer em realizar: consegui chegar no teu blogue somente agora.

    Gostei da reflexão da Marília: nunca tinha pensado dessa forma. Na qualidade de pastor, cuja função desempenhei por 36 anos, sempre pensei que desejar as bênaçãos de Deus era acrescentar felicidades às pessoas (crentes, é claro). Mas a Marília tem razão: há visões e visões de Deus.

    Ao ler o comentário do Jair lembrei de uma recomendação que sempre fiz no decorrer da minha docência: todas as pessoas deveria fazer um curso (sério) de Teologia - não importando a denominação ou a religião. A Teologia é uma disciplina que "liberta" as peassoas.

    Tu nos deixaste uma pergunta: "por que, por exemplo, a religião se faz tão fortemente presente em um texto como este?" Acho que tu não esperas que qualquer de nós ofereçamos uma resposta cabal.

    Entretanto, poderia ser, a guisa de resposta: por que não se faria presente? Vivendo no contexto do ocidente, sejamos crentes, agnósticos, céticos ou ateus é quase impossível não se defrontar com temas relacionados com a religião: para apoiar, para contestar, para negar ou para justificar posições.

    Cá entre nós, mesmo os cientístas mais céticos acabam por partir de alguns pressupostos quase absolutos, quase "fés".

    Desejo uma noite reparadora de sono: amanhã nos veremos às 8h, se Deus quiser!

    Um abraço,

    Garin

    ResponderExcluir
  11. Meu querido colega,
    não foi sem razão que visitei teu blogue antes ir a Academia. Depois foi envolvimento com a agenda de amanhã: manhã ,nosso seminário, que me agrada muito e a tarde, uma banca.
    Hoje quando uma querida senhora que trabalha na minha casa disse queridamente: “Fiques com Deus!” pensei – pela ´primeira vez – na leitura da Marília. Jamais a D. Eunice poderia dizer-me ‘te cuida, que Deus vai te controlar!”
    Realmente: porque tantas blogadas envolvendo religião?
    Talvez, na blogada de sábado, dia de dica de leitura, comente: EM QUE CRÊEM OS QUE NÃO CRÊEM? (In cosa crede chi non crede?) Umberto Eco e Carlo Maria Martini.
    Para amanhã tenho uma ansiedade a mais: Talvez saia o resultado dos livros selecionados pela Editora e estou concorrendo com o meu Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto. Este dia 15 de abril se faz expectativa há um mês.
    Uma boa noite e amanhã às 8h na A 0002,
    Com expectativa

    ResponderExcluir
  12. ola, professor!tenho uma curiosidade dia 18 de junho é feriado só aqui em rondônia? voce cita em alguns de seus textos sobre suas obras Richard Dawkins, tbm gosto das obras dele, ma svoce já leu?
    um otimo dia!
    ana maria.
    =**

    ResponderExcluir
  13. Caríssimo mestre Chassot,

    Após ler alguns de seus livros e artigos durante minha vida acadêmica, não posso deixar de aproveitar este espaço para registrar que alguns de seus escritos foram (e são) importantes na minha prática educativa, e porque não dizer, também pessoal, cotidiana.

    Gostaria de deixar uma sugestão aqui para tentar enriquecer essa discussão religião x ciÊncia. Minha orientadora de mestrado faz um trabalho bastante interessante sobre atividades científicas e crenças religiosas. Não era exatamente a minha linha de pesquisa, mas como seu orientando, acabei lendo alguns de seus trabalhos. Como exemplo, gostaria de deixar indicado o trabalho de uma amiga que se embrenhou nessa área de pesquisa:

    GIBERTONI, Gabriela Baptista.
    Formação de Biólogos: o que Deus tem a ver com isso? Rio de Janeiro, Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, UFRJ, 2003. Dissertação de Mestrado. (Orientadora: FALCÃO, Eliane Brígida Morais).

    De lá para cá vários outros trabalhos foram publicados nessa linha(anteriores também) e, creio (risos), poderiam enriquecer bastante este debate. Fica a sugestão e o agradecimento pela contribuição que me destes, mesmo sema a consciência direta.

    “Sete escritos sobre educação e ciência" já está comprado e na fila para leitura...

    Mais uma vez, obrigado.

    Eduardo Freitas

    ResponderExcluir
  14. Muito caro Eduardo,
    recebo emocionado tua mensagem, apenas lamentando que não tenho teu endereço.
    Não é trivial, numa manhã de domingo receber uma declaração como ‘aproveitar este espaço para registrar que alguns de seus escritos foram (e são) importantes na minha prática educativa, e porque não dizer, também pessoal, cotidiana’. É muito significativo isso. Ontem um paleontólogo, que nunca foi meu aluno – como tu – escreveu ‘Você tem sido uma pessoa marcante no meu percurso acadêmico e além da academia..’ Isso tem um significado maior que uma massagem no ego. É um excelente estímulo para continuar usando a escrita como artefato cultural para disseminar ideias.
    Vou atrás da dissertação que me recomendas,
    E um emocionado agradecimento.

    attico chassot

    ResponderExcluir
  15. Estimada Ana Maria,
    lamento que não tenha teu endereço para responder: ao que me consta somente em Rondônia se comemora ‘O dia do evangélico’ como resposta a ser este estado que tem o mais significativo número de evangélicos.
    Li do Dawkins, além do ‘Deus é um delírio’ (que li e reli) alguns outros total e parcialmente.
    Obrigado por me leres aqui

    attico chassot

    ResponderExcluir
  16. Olá, cá estou novamente,

    Bom que o senhor pense desta maneira, pois suas ideias ainda devem ser bastante disseminadas por esse mundo afora. Sou um biólogo carioca, cheio de defeitos (quem não os tem), educador reflexivo, incorformado e angustiado com os caminhos de nossa profissão... Tempos difícieis... Daí, luzes no túnel(não ao final, mas durante) que venham iluminar nossa prática diária devem ser sempre consideradas, especialmente no ensino de ciências, tão envolvido com as contradições do ser e do ter, com o mundo do consumo e do trabalho, com o senso comum e a reificação do âmbito científico, com o pragmatismo e a ética envolvida... Enfim...

    A declaração dada é só uma constatação. Quisera eu agradecer a todos que auxiliam minha construção pessoal. Neaste caso, o senhor, bem como outros, mereceriam muito mais elogios.

    Aproveito para disponibilizar meu e-mail: efreitasbio@gmail.com

    Abraços

    ResponderExcluir
  17. Muito estimado Eduardo,
    mais uma vez agradeço tuas mensagens tão densas de afetas. É bom que na a Academia não soneguemos esta dimensão.
    Fico gratificado que tenha em biólogo carioca no fazer alfabetização científica. Sigamos juntos e renovo minha disponibilidade em parcerias,
    attico chassot

    ResponderExcluir
  18. Olá, kkkk, é obvio que não poderia ficar fora dessa... Apesar de chegar atrasada. kkkkk
    Querido, odeio o tal de Darkwins, acho a teoria dele simplista,desculpem-me os crentes dele...
    Acho meramente que a crença de não acreditar, também é uma crença... Afinal, quais são as certezas ciêntíficas que não são abaladas. Devemos resaltar ainda que, o afinco do ciêntificismo, também leva a própria ciência a se prejudicar. Veja para derrubar uma teoria inraizada é algo mais duro que dogmas cristãos. Hoje em dia, o dogma do matrimônio é factualmente derrubado, nem por isso as pessoas deixaram de ser cristãs. O mesmo acontece com aticoncepcionais. Podemos até dizer q o Papa não permite... Mas quem, na vida cotidiana, realmente, liga para o que o Papa diz? Podemos discorrer sobre os absurdos de todas as religiões, porém devemos lembrar que a maioria da humanidade acredita com bom senso. Caso contrário não teríamos a multiplicação das universidades, e a tecnologia avançada inclusive em países muito religiosos (Índia, Irã, Itália, Israel).
    Igualmente,é dificílimo conseguir derrubar uma teoria ciêntifica... Por mais que esteja certa, as pessoas acreditam naquela verdade... Não foi isso com a relatividade?
    O meu problema com o cientificismo é a impossibilidade de obvervar coisas que não podem ainda, ou não, serem tangíveis. O amor não é tangível, como há de se explicar o amor verdadeiro. Necessidade de perpetuar a espécie? Uma ação de neurotransmisores? Só para quem nunca amou de verdade...
    A caridade não é tangível... Necessidade de auto preservação da espécie? Só para quem não consegue sentir a dor do outro em si, inclusive quando se trata de animais.
    Essas coisas a ciência não tem como explicar, e pasme! Elas existem! Eu chamo isso de presença de Deus e o clamor da unidade.
    Já o segundo livro, fiquei curiosa, parece o absolutismo cientifico negando a realidade. Afinal, não são católicas inúmeras universidades? Não são católicas as maiores bibliotecas do mundo? Intrigou-me quando a pessoa falou de só um livro...
    Desta feita, tenho a necessidade de dizer, para não ser mal interpretada, estou me formando na segunda faculdade, em absoluto nego a ciência e as verdades ciêntíficas, até por que a dupla graduação seria um contracenso. Adoro ciência, adoro avanços ciêntíficos, amo ler sobre tudo que envolva ciência... Mas odeio ler sobre a religião ciência... Amo a ciência aliada a filosofia... Ahhh essa sim... Essa é saborosa! Afinal, Descartes nos fez desconfiar de tudo, ainda mais do que é absoluto... E isso vale para os dois lados.

    ResponderExcluir
  19. Muito querida Eunice,
    o assunto que agora comentas é polêmico. Não aceitar Charles Darwin (me referi no Richard Dawkins, o darwinista autor de Deus é um delírio) é uma opção. Há opção de olharmos nosso cosmogonia com os óculos da Bíblia judaico-cristã e ter na criação do mundo a narrativa do gênesis.
    Votos de uma Páscoa abençoado para ti e para os teus.
    attico chassot

    ResponderExcluir
  20. Poxa, escrevi super errado o nome do Dawkins, é claro que nunca poderia falar isso do Darwin, fiz escrita errada justamente pelos nomes serem parecidos. \é claro que aceito a teoria da evolução, por obvio, nunca poderia dizer isso.
    Qnd ao Dawkins, é esse que julgo simplista. O conceito de deus é o do gêneses! Quanto o conceito de Deus é maior que o do livro do Gêneses. Se alguem refere o não crença baseada no livro do gêneses, ele apenas afasta as religioes que os tem como sagrados, nunca a Deus, pois o conceito é maior. Além disso, um cientista que não consiga visualizar a simbologia desse mesmo livro desconhece história. Simbologia para simplicar o entendimento, já que foi escrito para pessoas à séculos atrás que viviam em desertos.
    E assim, a opção de olharmos o cosmos sem o óculos da narrativa do livro do Gêneses, não é rechaçada.
    Existe a visão do cosmos da forma sensível. Veja, São Francisco de Assis se intitulava filho do universo, era irmão do sol e da lua. No meu modo de pensar, o q ele via lipidamente de forma sensível, a ciêcnia vi de forma inteligível. Descendemos todos da grande explosão, que formou as escrelas, as galaxias, e em ultima análise me formou também. Somos todos irmãos.
    desta feita, nunca rechacei o darwin, escrevi errado apenas. Já o Dawkins acredita-lo é questão de fé.

    ResponderExcluir
  21. Eunice querida,
    encanta-me teus comentários e agradeço o teu muito oportuno esclarecimento.
    Estou contente por reapareceres e te convido para de vez em vez dar uma espiadela aqui. Não vou usar como argumento o comentário do editor de `Um blogue inteligente’ postado ontem: “Excelente post, não poderia ser mais informativo e interessante. Continuo achando o teu espaço o mais erudito da blogsfera” porque reconheço exagerado.
    Um saldo de sexta-feira santa
    attico chassot

    ResponderExcluir
  22. Ahhh, querido, vc sempre muito atencioso. Aqui é um ótimo espaço para discutir de tudo um pouco. um beijo
    Eunice

    ResponderExcluir
  23. Continuo as sugestões, que acho pertinente, porque conheço a responsabilidade desta pesquisadora:

    Eliane Brigida Morais Falcao . The conflict between science and religion: a discussion on the possibilities for settlement. Cultural Studies of Science Education (Print), v. 5, p. 47-54, 2010.

    Eliane Brigida Morais Falcao . Religious beliefs: their dynamics in two groups of life scientists. International Journal of Science Education, v. 30, p. 1249-1263, 2008.

    Eliane Brigida Morais Falcao ; Alessandra Guida dos Santos ; Ronir Raggio . Conhecendo o mundo social dos estudantes: encontrando a ciência e a religião. REEC. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 7, p. 420-438, 2008.

    Eliane Brigida Morais Falcao (Org.) . Fazer Ciência e Pensar a Cultura: Estudos sobre as Relações entre Ciência e Religião. Rio de Janeiro: UFRJ/CCS/PLANIT, 2005. 180 p.

    Rafaela Monteiro da Gama Alves. Estudantes do Ensino Médio e suas Representações da Ciencia e da Religião. Início: 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em BIOLOGIA) - CEDERJ. (Orientador)

    Não li todos os trabalhos citados acima, mas confio no trabalho da pesquisadora. Talvez interresse a alguns...

    abços

    ResponderExcluir
  24. Meu caro Eduardo,
    cada um dos títulos da professora Eliane mas faz sequioso de conhecer sua obra, pois encontro uma grande identidade com os temas que tenho me envolvido.
    Estou anexando um texto que trabalhei nos últimos dias com meus alunos de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa na graduação. Espero que te agrade,
    Repito meu interesse de conhecer mais as sugestões que me fazes.
    Com agradecimentos

    attico chassot

    ResponderExcluir