sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

18.- Apreensão e luto nas letras gaúchas

Porto Alegre * Ano 5 # 1660

Nesta sexta feira, primeiro devo repartir as emoções que vivi/vivemos na defesa da Thaíssa, que ontem assuntei aqui. Tanto a Profª. Dra. Ane Lise Dalcul como o Prof. Dr. Jerri Luiz Ribeiro trouxeram sugestões muito pertinentes que vão enriquecer ainda mais o texto Cadeirante + cadeira de rodas: um (quase) Ícaro que busca a inclusão social e individual – um estudo de caso. Um pouco mais detalhes na edição de ontem. A Thaíssa houve-se com muito segurança, trazida pela sua experiência enquanto uma psicoterapeuta de orientação psicanalítica.

Um momento muito emocionante da sessão foi quando dei a palavra a um convidado muito especial: Eduardo Purper, jornalista, formado na instituição. Por ser portador de paralisia cerebral, durante o curso fez todas as provas de maneira oral e sua monografia de conclusão de curso foi um vídeo ao invés de um texto em papel. Ele, que em mais de uma oportunidade já me entrevistou na TV-IPA. Disse o quanto ter ouvido o trabalho da Thaíssa foi bom para ele enquanto cadeirante. Comentou acerca de sua relação com a cadeira de roda, onde já houve situações em que perguntou a uma menina que o tirou para dançar, se ela não reparara que ele era cadeirante. Nas fotos alguns momentos da sessão de ontem.

No resto do dia ainda me envolvi em diferentes atividades do XI Seminário de Pedagogia Universitária e esta manhã volto ao Centro Universitário Metodista do IPA para um sessão de aprendizagem em Sistema Integrado de Gestão de Aprendizagem – SIGA

Duas notícias que justificam a portada desta edição. Não comentei aqui, mas já há vários dias vivemos apreensões com a saúde de Moacyr Scliar, que em mais de uma vez, por seus livros e suas crônicas, foi referido aqui. Também ontem recebemos a notícia de uma perda de um reconhecido homem das letras que fora companhia por suas saborosas crônicas: morreu Sérgio Jockymann. O Jairo Brasil ontem me alertava para a perda de mais uma biblioteca que queimava com esta morte. Encerro esta blogada com excerto de notícias de jornais de ontem, acerca dos dois escritores. Para o Scliar a mensagem de esperança. Para o Jockymann a homenagem enlutada. E por falar literatura, amanhã tem dica de leitura.

Moacyr Scliar é mantido sedado Internado há um mês no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, o escritor gaúcho Moacyr Scliar, 73 anos, permanece em situação estável, conforme boletim médico divulgado ontem. Segundo a equipe que trata de Scliar, ele não apresenta alterações significativas em seu quadro neurológico.

O escritor está sedado, respirando com o auxílio de aparelhos e recebendo tratamento para as intercorrências (problemas decorrentes) que surgem, como uma infecção respiratória diagnosticada na semana passada. O autor, um dos maiores expoentes da literatura brasileira, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), autor de mais de 70 livros, foi internado em 11 de janeiro para se submeter a uma cirurgia de retirada de pólipos (formações benignas) do intestino. Sofreu o AVC no próprio hospital, no dia 16.

O fotógrafo Beto Scliar, 31 anos, filho único do escritor, comenta que o estado do pai é considerado preocupante, inspirando muitos cuidados – mas têm sido verificados pequenos progressos. Beto atende a amigos, companheiros da ABL e admiradores de Scliar por e-mail e por telefone, além de atualizar informações na internet. Não há previsão de alta.

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Morre Sérgio Jockymann O também ex-deputado de 80 anos teve passagem por redações da Capital. Jornalista, cronista, poeta, escritor e dramaturgo, Sérgio Jockymann morreu na tarde de ontem, em Campinas (SP). Aos 80 anos, encerrou uma longa história dedicada à comunicação.

Nascido em Palmeira das Missões em 1930, Jockymann morava em Florianópolis e tinha se mudado para a cidade do interior paulista para tratar problemas de saúde, que já haviam sido tema de uma coluna do colega Paulo Sant’Ana de 13 de maio de 2009. No texto, Sant’Ana destacou seu quadro de insuficiência renal. No hospital da Unicamp, Jockymann fazia tratamento de diálise, mas acabou não resistindo à doença.

O jornalista iniciou sua trajetória profissional na adolescência. Atuou em TV, rádio e jornal. Escreveu para diversos jornais, como Zero Hora, Folha da Tarde e Correio do Povo, e foi autor de telenovelas, seriados de TV e peças de teatro. Com Jockymann na RBS TV, Sant’Ana formava dupla no Jornal do Almoço que protagonizava embates sobre a dupla Gre-Nal. Por quase duas décadas, manteve uma coluna na Folha da Tarde.

– Ele foi, com certeza, um dos maiores cronistas gaúchos dos últimos tempos – avaliou o Presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Ercy Torma reforça os comentários sobre o dom de Jockymann para a crônica. A capacidade de estampar temas atuais com interpretação dos fatos é destacada por ele. – A imprensa gaúcha perde um grande cérebro, um intelectual sempre polêmico – afirmou.

Jockymann enveredou também pela política. Foi deputado estadual e concorreu à prefeitura de Porto Alegre. No cinema, teve o livro Clô – Dias & Noites adaptado para a tela grande pelo diretor Beto Souza, em Dias e Noites. Em 26 de setembro de 2008, sofreu um grande golpe: a morte do filho, o jornalista André Jockymann, aos 52 anos, vítima de câncer.

Sérgio Jockymann deixa a mulher, Simone, 70 anos, e cinco filhas, Iria (60 anos), Daphne (58 anos), Heliana (59 anos), Luelin (42 anos) e Karel (38 anos), além de netos e bisnetos.

2 comentários:

  1. Meu caro Mestre Chassot! Inicialmente os votos de sucesso à Thaissa, por sua defesa e futura vida profissional agora titulada. E tambem que exemplo nos dá esse "menino" Eduardo Purper. Limitado pela dificuldade na mobilidade, consegue vencer obstáculos de forma desafiadora. Siga assim, Eduardo. Quanto ao Sergio Jockyman, fui assiduo leitor de seus escritos na Folha da Tarde na década de 1970, quando apanhava o ônibus diariamente para ir até a PUC. Estou torcendo também pela recuperaçao do Scliar, esse expoente da nossa literatura. Um abraço do JB.

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  2. Muito querido Jairo,
    obrigado por teu comentário, especial pelos votos à Thaíssa e pela muito válida admiração ao Eduardo.
    Detalhe do 'diário de bordo' faço ete comentário no Laboratório de Informática do IPA, no intervalo de Curso do SIGA, que estou aprendendo para o gerenciamento acadêmico.
    com sempre continuada amizade,
    attico chassot

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