domingo, 13 de fevereiro de 2011

13.- Sinal de novos tempos

Porto Alegre * Ano 5 # 1655

Domingo ainda marcado pela curtição do retorno à Morada dos Afagos. Ontem, foi um sábado chuvoso, muito apropriado para mexer nos jornais dos dias fora. Recebemos a visita do querido trio Clarissa, Carlos e Maria Clara. Curtiram os presentes que trouxemos e trocamos emoções dos dias de ausência.

Uma notícia amena, mas sintomática para um domingo. Ela traduz sinais de novos tempos: No Japão, leitores digitais ampliam espaço caseiro ao remover estantes.

Eis o que contam Pavel Alpeyev e Yoshinori Ekida na agência estadunidense de jornalismo Bloomberg, que mantem um serviço de notícias em tempo real em língua portuguesa:

Os 2.000 livros de Yusuke Ohki ocupavam espaço demais em seu apartamento de Tóquio, e por isso ele os digitalizou para leitura no iPad. Passados seis meses, o empresário de 28 anos comanda a Bookscan, uma empresa com 120 funcionários que executa o mesmo trabalho para clientes pagantes.

O aperto das casas japonesas e a chegada do iPad, em maio, resultaram no surgimento de pelo menos 60 empresas que transformam livros de papel em livros eletrônicos, pois as editoras demoram a fornecer conteúdo para os leitores digitais.

O Japão está atrasado quando comparado aos Estados Unidos na introdução de livros

eletrônicos devido a um sistema rígido de preços, incertezas quanto a direitos autorais e problemas na reprodução dos ideogramas japoneses nos aparelhos, diz Toshihiro Takagi, analista do grupo de pesquisa de mercado Impress R&D, de Tóquio.

O mercado japonês de livros e revistas em papel é o maior do mundo. Ele movimenta US$ 24 bilhões ao ano e pode viver uma explosão de livros eletrônicos por causa da chegada dos novos leitores digitais. As vendas de livros eletrônicos no país provavelmente mais que dobrarão nos próximos três anos. O valor deve chegar a 153 bilhões de ienes (US$ 1,9 bilhão), de acordo com o Yano Research Institute, de Tóquio.

Minha biblioteca é mais que 1,5 vezes a do senhor Yusuke Ohki. Estava pensando em mandar fazer algumas torres suplementares para colocar mais livros. Quase mudo planos.

Desejo que este domingo que encerra para muitos as férias – como é meu caso – seja muito bom. Na expectativa de uma segunda-feira que advém, com marcas de novos tempos.

6 comentários:

  1. Ave Chassot,

    a modernidade sempre traz conforto e remove o charme. Imagino que horror uma sala vazia, fria, sem lombadas coloridas nem estantes abarrotadas que aquecem nossos olhos e intelectos. Não acho que estes e-books irão substituir os livros, pelo menos "em espírito". É um conceito ecológico, prático etc; Mas nada substitui manejar um livro e sentir seu aroma da prensagem recente ou dos anos na prateleira. Fora que a luz do e-book fere os olhos depois de muito tempo lendo. E, na ausência de bateriam, desliga-se. Viva Gutenberg!!!!!

    Ass. Guy, o ácaro.

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  2. Ave Guy, o ácaro,
    perfeito teu comentário. M mim traz deleite passear nas lombadas dos livros e lembrar sua história na humanidade e na minha biblioteca. Imaginar seu conteúdo. Fazer plano de (re)leituras. Tu, por seres muito jovem não sabe o que fizeram com as cozinhas de nossas avós ao substituir o crepitante fogão a lenha pelo asséptico e inodoro micro-ondas. É esse o prognostico que se faz, numa versão pós-moderna do Fahrenheit 451 com nossas bibliotecas;
    AChassot, a traça adere ao teu comentário

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  3. Mestre Chassot! Tambem acredito, como o Prof. Guy, nao haver nenhum charme e encantamento com a versao eletronica de títulos. A possibilidade de manuseio, além de riscos e rabiscos com a lapiseira, como faço costumeiramente, me impede de pensar em transmutar minha biblioteca a um sistema desses. Um grande abraço desde a terra de Beto Carreiro, onde entre banhos de sol e de mar, me delicio com Boris Fausto e Antonio Devoto numa história comparada entre Brasil e Argentina, em versão papel, é claro. Abraços do JB.

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  4. Meu querido mestre Jairo,
    me encanto com dois queridos leitores em férias (o Guy em USA e tu na bela Santa Catarina) trazem dois comentários tão pertinentes a blogada de hoje.
    Não posso imaginar, ne que o serviço fosse gratuito levar meus livros (nenhum sequer) a uma ‘bookscan’ para serem cortados e digitalizados.
    Desejo-te os melhores dias de férias curtindo, também, livros em suporte papel.
    Com admiração
    attico chassot

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  5. Attico querido, me encanto pela tecnologia,mas não consigo me desapegar dos livros em papel. Eles têm um charme e encanto que me fascinam. Gosto de admirar as capas, me divirto ao folhear as páginas e até sentir cheiros. Para quem tem memória visual como eu, penso que teria problemas até para lembrar o nome dos livros.Tenho certeza que minhas prateleiras de que tanto orgulho continuarão por aqui...bjos. Vândi

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  6. Muito querida Vândiner,
    primeiro vibro com tua chegada aqui. Estava com saudade de um comentário teu.
    Se houvesse caráter de pesquisa, os resultados coincidentes do Guy e do Jairo (que recebem cópia desta resposta) são amplamente favoráveis ao livro em suporte papel.
    Assim, torçamos que ele continue também com sua dimensão sedutora.
    Afagos agradecidos com admiração do
    attico chassot

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