sábado, 5 de fevereiro de 2011

05.- Algo de uma sexta-feira na ‘Big apple’.

Nova York 5 Saturday * Ano 5 # 1647

Para iniciar, justifico de neste sábado não trazer a usual dica de leitura, mesmo que estivesse muito envolvido com leituras. Hoje conto algo daquele que foi o primeiro dia completo em New York City,

Como ontem, faço relatos em dois tempos: diurno e noturno. Uma vez mais, vou buscar colocar as muitas emoções em algumas poucas linhas.

Já vencida uma parte da manhã deixamos o hotel e passamos, mais uma, vez próximo ao Empire State Bulding – que na minha infância era destaque na coleção de estampas Eucalol, como o edifício mais alto do mundo, mas, com o título pérfido, ainda é alvo da curiosidade turística – e fomos à imponente Central Station, – a cinco quadras de nosso hotel --. Este muito lindo prédio do começo do século passado é ponto de cruzamento de linhas do metrô e também de partidas e chegadas da malha de trens de passageiros estadunidense.

Na Central Station compramos, cada um, um cartão para sete dias de metrô+ônibus, por 29 US$ (no dia de ontem, em 4 viagens cada um já gastou o correspondente a US$ 9,00. Uma primeira surpresa para mim: Para validar a compra no cartão de crédito, a senha era – como me surpreendia em 2005 – o meu código postal de Porto Alegre.

Estreamos nossas andanças de metrô indo até a Canal Street para mergulhar numa outra Nova Iorque: a Chinatown. Nela vivem e trabalham 150 mil chineses (ou melhor, orientais, pois há coreanos, vietnamitas, malásios, tailandeses...) que têm inclusive jornais próprios e muitos não entendem inglês. Ainda havia sinais da comemoração do Ano Novo Lunar – Ano do coelho– comemorado há três dias.

É um mundo indescritível. Sentíamo-nos um pouco China. A língua corrente é o mandarim. Percorremos algumas lojas e nos surpreendemos com mercadorias de todas as partes do mundo. Fomos a um supermercado. Quase todos os produtos eram chineses e por demais exóticos para nós.

Sair de um supermercado e não levar nenhuma aquisição material (e portanto, não gastando um cêntimo) não significa que tenhamos perdido tempo: adquire-se muitos conhecimentos. Entre produtos exóticos disponíveis: ovos de pata temperados e cozidos; milho cozido, embalado com a palha, vindo da China; costela de porco assada e embalada com folhas de bananeira; gemas de ovo de patas da Tailândia embaladas a vácuo; ostras, camarões e variedades de peixes seco; sardinhas de Marrocos. Os mercados de peixes e frutos do mar na Chinatown é algo que merecem ser visitado.

Almoçamos num restaurante (chinês, é claro). Comemos algo muito típico que recordou a nossa estada na China: pato laqueado. A bebida era chá. Compramos uvas e cerejas – a preços muito apetitosos 2 US$ a libra (estas da Califórnia) e uma fruta "Dragon Fruit" que se assemelha (internamente) a um kiwi, mas bem maior.

Nos decepcionamos um pouco com o acúmulo de volumosa quantidade de lixo a recolher em meio a neve já suja por vários dias de derretimento. Encerramos a visita a Chinatown, tomando o metro e voltando a Central Station e daí para o hotel.

Às 17h, noite fechada, estávamos na rua caminhando em direção a Central Station para tomar o metro para reencontrar Marilyn Frankenstein no Whitney Museum of American Art. O Witney – como é conhecido – especializado em arte estadunidense do século XX. Localizado no número 945 da Madison Avenue com rua 75 abriga uma coleção permanente de mais de 18.000 obras. O Museu Whitney tem especial atenção à exposição de obras de artistas vivos e mantem um grande acervo permanente com obras de primeira metade do século. Gertrude Vanderbilt Whitney , fundadora do museu e que deu seu nome, foi considerada uma escultora e grande colecionadora de arte.

Mesmo sendo frio, aguardamos em extensa fila a chegada das 18h, pois a partir deste horário para ingressar se paga o que desejar, ao invés dos 18 US$, em horário anterior. Aqui mais uma vez nos valemos do privilégio de estarmos com a Marilyn – uma estudiosa da arte contemporânea – para a seleção do que visitar.

Por primeiro visitamos a exposição: workworkworkwork de Charles De Ladray. Algo quase indescritível, nesta tentativa de relato.

Charles LeDray é um misterioso artista estadunidense nascido em Seatle, em 1960, que se mantem incógnito e do qual pouco se sabe. Um dos temas de seu trabalho é em tecido é principalmente roupas, no entanto ele não é um designer de moda. Tudo o que ele faz é

cosido à mão. Cada peça de roupa por LeDray conta uma história, e cada parte indica alguns traços que poderiam ser encontrados em seus usuários. Um dos temas mais frequentemente visitados por Ledray é ternos. As roupas incluem, "miniaturizadas jaquetas, camisas, camisetas, calças, gravatas, laços, luvas, cabides". Estas esculturas têm sido interpretadas como "maravilhas do artesanato meticuloso e os símbolos poéticos da identidade masculina".
Ledray também objetos de cerâmica.

Milk and Honey (1994-1996), é uma dessas obras. Contido dentro de um armário de vidro, esta peça é composta de 2.000 vasos de cerâmica em miniatura incluem bules, vasos e outros utensílios.

Workworkworkworkwork (1991) é outro exemplo da habilidade LeDray para criar coleções de peças. Workworkworkworkwork consiste de 588 objetos, incluindo camisas, cerâmica, quadros, colares e revistas que recriam exposições de objetos para venda que moradores de rua frequentemente colocado nas calçadas de Nova York. A obra não é qualificada pelo objeto, porém, por profusão de pedaços.

Ledray tem peças feitas de osso humano. Seus primeiros trabalhos nesse meio eram representações de modelos do sistema solar. Ele também usou osso de talhar esculturas da escada de uma pulga, uma estante de música, uma porta e um pé tamanho de trigo.

Depois de nos empolgarmos com Charles Ledray, desejávamos olhar mais nada. Mas não podíamos deixar de dar uma mirada na exposição acerca da importância de Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967), um artista estadunidense mais lembrado por suas misteriosas representações realistas da solidão na contemporaneidade.

Assim encerramos nossa estada no

Whitney visitando a loja do museu e depois com a Marilyn fomos tomar o Metrô, desembarcando nós na Central Station e vindo para o hotel, aqui chegando quando no Brasil começava o sábado.

Desejo que este sábado seja o melhor. Agradeço os comentários de meus leitores e peço que me relevem se não os tenho respondido, mas são muito apreciados. Amanhã pretendo trazer algo mais da ‘grande maçã’.

Um comentário:

  1. Bom dia Professor!
    Aaaaaah!Deu 'água na boca' viu?!
    =]
    Que maravilha! Confesso que fiquei com vontade de conhecer pessoalmente NY, praticamente nunca saí do Brasil, a não ser uma passada rápida no Paraguai e na Argentina quando adolescente!
    Fiquei até curiosa com os produtos do supermercado que o senhor comentou em China Town! Já fico horas num supermercado analisando rótulos, embalagens e viabilidade dos produtos[rsssss],acho que ali me perderia no tempo!!
    kkkkkkkk!!
    Um forte abraço, mestre!
    Aproveite bem!

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