quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

2.- Acerca de um uma super-quarta-feira


Boa Vista Ano 5 # 1582

A inauguração de dezembro foi, talvez, com um dos dias de mais extensa programação de atividades profissionais que tenha vivido. Mas antes de comentar o 1º de dezembro algo sobre a previsão de meu último dia completo em Roraima.

Na programação que recebi consta: Palavras à comunidade Indígena da Taba Lascada pelo Prof. Chassot. Desde o começo esse item tem me parecido o mais instigante e do qual sei menos. Esta manhã, às 8h, com um grupo de professores da UFRR, liderados pela prof. Ednalda – pró-Reitora de graduação – vamos a uma comunidade da etnia macuxi.

Às dez parto com alguns colegas para uma visita à Santa Elena de Uairén, uma cidade venezuelana, de colonização espanhola, que está a 2,5 horas daqui. À noite devo estar presente no encerramento do no 1º Workshop de Ensino em Química de Roraima.

Tento primeiro uma pré-postagem desta edição, pois a internet esta instabilíssima (=quase inexistente). Assim deixo um registro ante a impossibilidade de conseguir ser mais detalhes. Cada vez mais me surpreendo com haver um Estado brasileiro onde a internet tem tal restrição no seu uso. Se conseguir, edito um complemento.

ADENDO 1: Tive um momento de internet quando coloquei o que esta acima. Faço uma nova tentativa. A assim chamada super quarta-feira, começou com um encontro no café da manhã, com colegas da UFPA, que estão no hotel onde estou hospedado. Evocamos atividades que fizemos juntos em Belém.

Logo em seguida com a Irene, a Bete, a Ana e a Marina fomos ao 7º BIS – um batalhão de fronteira que reúne cerca de 1.200 militares do exercito brasileiro em Roraima – que há 10 anos mantem um Mini-zoo, formado por animais sofreram maus-tratos pelas atividades ilegais e hoje do tráfico de animais silvestres e hoje são cuidado pelo Batalhão e pela prefeitura de Boa Vista.

Fomos recebidos pela Ten. Ilene, uma médica-veterinária que nos conduziu a um encontro protocolar com Ten-Cel. Cruz, comandante do 7º BIS. Colhi mais um ineditismo deste périplo amazônico: ser recebido por um comandante militar. Visitamos então os animais. A proposta é poder entrar na maioria das gaiolas. Claro que não na gaiola das onças, por exemplo. Tenho fotos com araras, papagaios tucanos. Macacos e veado em meus ombros. Por limitações de internet, deixo para postá-las na edição de domingo.

Após fiz a abordei o tema: “Como formar jardineiro para cuidar do Planeta” para cerca de 200 professoras e professores que trabalham de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Após a palestra, que foi muito aplaudida, almocei no Aipana Plaza Hotel com dirigentes do evento e com a Rita, que coordena no MEC as ações de Educação Ambiental.

Depois uma breve passada no meu hotel para uma vez colocar uma bermuda para as três ultimas horas de aula no minicurso A História e Filosofia da Ciência facilitando ações transdisciplinares. Ontem foram discutidas duas revoluções muito polêmicas: darwiniana e a freudiana.

Entre esta sessão e as atividades da noite tive um intervalo de uma hora para reorganizar as duas próximas fala. De volta a UFRR por primeiro avalia e classifiquei três dos 16 trabalhos apresentados no 1º Workshop de Ensino em Química de Roraima. Surpreendi-me por quatro dos trabalhos terem entre as obras de referência o meu livro: A Educação no ensino de Química (1990). Impressiona-me a vitalidade daquele que foi, provavelmente, o primeiro livro da área de Educação Química publicado no Brasil. A professora Ednalva, que assistiu às oito horas do minicurso, minhas duas palestras no 10 WEQR e a minha intervenção na mesa redonda e também as quatro jantas em peixarias boa-vistenses, pediu que eu apensasse em um surrado exemplar, que já foi matriz para incontáveis cópias, uma dedicatória.

Às 19h iniciava minha palestra para qual havia sido proposto o título: As três perguntas capitais: O que ensinar em Química? Por que? E como?”que é um dos capítulos do A Educação no ensino de Química. Parecia-me um título ‘velho’ que evocava dezenas palestras que fiz no século passado. Propus a troca por “A indisciplinaridade como alternativa para alfabetização científica.” Por mais de uma hora falei a um atento auditório a cerca das modificações na Escola e trouxe uma leitura ao avesso da disciplinarização.

A última atividade da noite foi a mesa-redonda: “Como formar jardineiro para cuidar do Planeta.” Com Prof. Dr. Antonio Alves de Melo Filho (UFRR), Profa. Dra. Ivanise Rizzatti (UERR) e Prof. Dr. Attico Chassot (IPA/UAM). O singular é que os organizadores do 1º WEQR foram buscar no segundo capítulo do meu livro Sete escritos sobre Educação e Ciência inspiração para a proposta de discussão. No livro conto que numa destas surfadas quase aleatórias pela rede mundial de computadores, encontrei um texto poético de Leonardo Boff. Trago, no livro, um breve excerto de Milagres acontecem[1], com o qual o renomado teólogo não apenas inspirou o título destas reflexões, mas terminou por definir o escopo deste texto. Ele diz: Em 2003 visitei pela primeira vez a ilha de Fernando de Noronha, prova de que um pouco do paraíso terrenal ainda perdura. A população, em grande parte, cumpre o preceito divino dado a nossos pais originários, o de serem jardineiros e cuidadores daquela herança sagrada. Contrariei a sabedoria popular: falei do santo, mas não conto do milagre. Este é bonito. Vale visitar o endereço http://www.verdestrigos.org/religare/2005/05/milagres-acontecem-por-leonardo-boff.asp acessado em 10 de julho de 2005. Texto datado de 14 de maio de 2005.

Tanto o Prof. Antonio quanto a Profa. Ivanise trouxeram excelentes considerações educando, com posturas preocupadas com o ambiente natural. Eu trouxe excerto da fala que fizera pela manhã, apresentando uma contribuição para formar jardineiros – professoras e professores de Ciências – que sejam cuidadores do Planeta.

Após prologado debate proposto pelo auditório, fomos um grupo de colegas confraternizar em uma peixaria no ‘Ver o Rio’. Já era quinta-feira quando cheguei ao hotel, sendo que em Porto Alegre a madrugada já ia adiantada.

Peço que relevem a precariedade da edição, sem fotos. Admito que Boa Vista, com quase 300 mil habitantes não tenha shopping ou edifícios altos, mas não ter internet banda larga, traz precariedades. Preparando-me para viver as expectativas de jornada de hoje, desejo um muito bom 2 de dezembro a cada uma e cada um. Para amanhã anuncio a edição de despedida da região equatorial.



4 comentários:

  1. Boa tarde Professor.
    Primeiramente peço perdão pelo sumiço, e logo adiante já venho pedir perdão por não ler o texto de hoje, só estou mesmo 'passando' para deixar notícias.
    Minha Ellen resolveu chegar mais cedo!Pra quem era esperada para o Natal, chegou na última segunda feira[29/11/10], em plena consulta.Não, não entrei em trabalho de parto, o final da gestação é que estava se tornando problemática para ela..uma loucura! Nem sei mais se tenho água em mim, de tanto chorar, de tanto nervosismo e tudo o mais..Eu vim para casa ontem, ela teve que permanecer ainda na UTI..se recuperando aos poucos, mas tenho fé, muita fé!E o quadro dela já está bastante estável, graças a Deus!
    Sei que não terei tanto tempo disponível na internet, ao menos por hora, e devia essa explicação ao senhor.
    Deixo um grande abraço!

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  2. como gostaria de estar neste jardim e ouvido sua fala!
    e eu pensando ser o fim uma cidade que dispõe apenas de internet discada, ainda que ela tenha apenas 11 mil habitantes, heim?
    mas sabe, Mestre, que uma edição não acompanhada de fotos estimula a imaginação, semana que vem volto para conferir se correspondem ao que imaginei ^^

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  3. Muito querida Thaiza,
    que noticia espetacular. Ellen é novembrina como eu.
    Essa antecipação da outra dimensão para o Advento.
    Vibrei com a notícia.
    Um afago para mãe e filha

    attico chassot

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  4. Querida Marília,
    teu Passo do Segredo não perde para a linda Boa Vista em termos de internet.
    Um afago com agradecimentos pela tua querida presença aqui
    attico chassot

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