sábado, 6 de novembro de 2010

06.- Anunciando um ovo ainda na cloaca da galinha

Porto Alegre Ano 5 # 1556

Primeiro um registro da sexta-feira: ao entardecer/noite de ontem a Gelsa e eu fomos a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Participantes históricos de evento, que nas últimas edições nos decepcionara, este se reabilitou. Agora precisaríamos de algumas semanas leves para saborear o adquirido.

Não há data que nós humanos temos mais em evidência que aquela de nosso aniversário. O número de vezes que, durante nossa existência, devemos informa-la nos faz tê-la sempre presente. Em nossa infância ela, juntamente com a data do natal, para as famílias cristãs, eram talvez os eventos mais esperados.

Sempre foi tido como de pouca sorte alguém que aniversariasse no entornos de 25 de dezembro. Convenhamos que dividir a data com o Menino Jesus não é cômodo, pela concorrência que ele faz. Aliás, lembro ainda, quando preparei a primeira comunhão, o desconforto que o padre impôs aos que, como eu, não sabíamos a data de nosso batismo. Esta era considerada pelo sacerdote como mais importante que a do aniversário, pois segundo se afirma ‘só então nascemos verdadeiramente’. Discordo do padre: o aniversario é o primeiro de 365 dias que percorremos ao redor sol.

Pois quando tenho que preencher a data de meu aniversário, coloco a data de hoje. E se for pedida a data de nascimento, como possuo respeitável DNA (Data de Nascimento Avançada) acrescento 1939.

Este preâmbulo não é para lembrar a data, mas para justificar uma exótica dica de leitura. Sua inusualidade já está anunciada – de maneira não muito poética, mas civilizada – na manchete desta blogada natalícia. Claro que me pareceria despudorado se substituísse a câmara em que se abre o canal intestinal, o aparelho urinário e os ovidutos das aves por um monossílabo chulo. Mesmo que cloaca possa ser usada figuradamente como Lugar imundo, pestilento ou conjunto de vícios, torpezas, imoralidades.

Durante este 2010 embalo um sonho: celebrar em março de 2011 o meu 50tenário de professor com um livro de memórias. Meus leitores de antanho já conhecem algo deste propósito. Como amealho a cada dia novos leitores [válidas as médias do último trimestre: AGO 078,4 SET 101,9 OUT 120,9 e nos cinco primeiros dias de NOV 140,1] assim aos recém-chegados, neste sábado natalício conto um pouco de um livro ainda adventício, fazendo-o dica sabática.

O livro está concebido para ter 51 capítulos, balizados com os anos de 1961 a 2011. Cada capítulo devera ter em média 6 páginas. Eles começam sempre com uma breve contextualização do ano em termos mundial e/ou nacional seguido de memórias pessoais não apenas – mas, principalmente – de sala de aula. Viajo até mais remota evocação de minha infância em Jacuí, das diferentes etapas de minha escolarização e do meu meio século de sala de aula.

Nesta semana, por ter um feriado e não ter viagem (algo raro neste 2010), dediquei-me muito ao livro. Ele já tem mais de 30 capítulos que podem ser considerados prontos. Encontrei algumas pérolas (na ótica de minha lupa) que me pareceram válidas brindar para meus leitores.

Trago primeiro o ensaio dos nomes de cerca da metade dos capítulos. Escolhi alguns dos que já estão (quase) prontos:

1961

O ano em que foi dada a partida

1962

Mais aluno, menos professor

1963

Um garçom no restaurante da reitoria

1964

O ano do golpe e o professor de pré-vestibular

1967

Uma assemblage de evocações

1969

Quando da chegada à Lua uma interrogação: Por que Attico?

1974

Ateu: um solitário converso

1975

Na andaluzia uma semana (ainda mais).

1976

Sobre ser um quase adito bloguista

1982

As reminiscências de Jacuí

1983

A vinda para Montenegro e genealogia paterna

1986

Um ano de sofridas e silenciadas perdas

1987

Uma nova vida com novas histórias

1991

Uma paixão: minha biblioteca

1992

Esquelas: gosto delas, e daí!

1993

Direção do Israelita: Chassot, o breve

1999

Sessentinha na Morada dos Afagos, com câncer, mas avô

2000

A volta a Jacuí: uma esterilidade intelectual

2001

O 11S e o membro do Conselho Estadual de Educação

2002

Pós-doutoramento em uma Madrid imperdível

2003

Sobre fazer diários

2004

Um hobby há muito cultivado: ser resenhista

2005

Quando o impronunciável Eyjafjallajökull faz tessituras

2006

Meu pai: Ele existiu e existe, pois narramos sua história.

2009

Com mãos de fadas fez trabalhos de uma mulher forte

Espero ter dado uma panorâmica do desenho do sumário. Agora um excerto do capítulo 1986.

Mas a marca deste capítulo é outra. Mas antes mais um registro de sucesso. No capítulo 1983, contei que foi laureado com o Nobel de Química daquele ano: Henry Taube (1915 – 2005), um químico estadunidense nascido no Canadá. Então anunciei que ele seria destaque neste capítulo. Taube desvendou os segredos do comportamento lábil/inerte dos íons metálicos em solução, e a complexidade das reações de transferência de elétrons, demonstrando pela primeira vez, o mecanismo de tunelamento através de uma ponte molecular. Através de um enigmático complexo, conhecido como de Creutz-Taube, acabou despertando e renovando a Química dos compostos de valência mista, antecipando a atual era dos fenômenos intervalência e da eletrônica molecular.

Taube, em 4 de novembro, veio em companhia de Walter Mors ao Instituto de Química da UFRGS para visitar o GTLPC [Grupo de Trabalho para uma Licenciatura Plena em Ciências, instituído na UFRGS na década de 80, reunindo professoras e professores de diferentes departamentos, onde eu representava o Instituto de Química]. Nossas propostas de então ressurgiram nas propostas governamentais de mudanças no currículo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, mais recentemente. Isto me faz muito feliz porque vejo que as ideias dos anos 70, naquela reforma pretendida no ensino por áreas, e - mais tarde - nos nossos estudos no GTLPC estão mais atuais do que nunca.

Mas volto à visita de Henry Taube e do Professor Walter Baptist Mors [nascido em São Paulo em 1920; um dos fundadores do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais (NPPN) da UFRJ, onde atuou até o ano de 2000. Faleceu com 87 anos, em 7 de outubro de 2008]. Pode-se imaginar a repercussão quando, pela primeira vez um prêmio Nobel, acompanhado de um dos ícones da química de produtos naturais no País, vem ao Instituto de Química e mais, um e outro restringem suas visitas à área de ensino.

Quando almoçamos juntos no hotel Plaza, pudemos conversar um pouco. Ele falava um pouco de português e eu com meu precário inglês podemos nos entender. Ele era Nobel há três anos, mas disse que as pessoas lhe faziam acerca disto as perguntas mais estranhas como se um Nobel colocasse primeiro os sapatos e depois as meias.

No restaurante, ousei pedir que ele deixasse algo registrado no meu diário. Eis seu texto e a tradução.

Texto original no Diário em 04NOV1986

Versão no mesmo diário

Visiting in Porto Alegre is a first experience for me. I saw enough in a few hours, to wish Walter Mors and I had more time to spend here. As Mors, I must confine myself to professional matters and pass by the attractions of the city and its surroundings.

Increase the scientific sophistication of the general public ia one of the greatest responsibilities of the scientists who live their time.

I applaud your efforts to present science as a whole subject, and interest young people in the subject, and I wish you continued success in your efforts.

With best wishes

Henry Taube

Visitar Porto Alegre é uma primeira experiência para mim. Eu vi o suficiente, em poucas horas, para desejar que Walter Mors e eu tivéssemos mais tempo para ficar aqui. Como Mors, eu devo me restringir a assuntos profissionais e deixar de lado os atrativos da cidade e seus arredores.

Aumentar a sofisticação científica do público em geral é uma das grandes responsabilidades dos cientistas que vivem o seu tempo.

Aplaudo seus esforços para apresentar a ciência como um todo e interessar os jovens neste assunt,o e desejo a vocês continuadosucesso em seus esforços.

Com os melhores votos

Henry Taube

Meus leitores sabem o quando falar de Prêmios Nobel é recorrente em minhas palestras. Imaginem então a emoção há quase um quarto de século. A contiguidade vivida com Henry Taube nunca foi superada.

Assim a dica de leitura ainda é uma promessa. Espero torcidas para não fraudar expectativas. Um muito bom sábado. Para amanhã há promessa de um novo encontro.

17 comentários:

  1. Professor Chassot,
    Mesmo calada aos comentários (tive problemas ao tentar enviá-los), continuo por aqui, leitora quase diária do blog.
    Hoje, um dia especial, inadmissível ocultar minha manifestação: FELIZ ANIVERSÁRIO!
    Alegrias, realizações... e sucesso na atual empreitada: um novo livro. (Viva! Já estou reservando lugar em meu modesto acervo pessoal.)
    Um forte e carinhoso abra@o, Adriana.

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  2. Bom dia Professor!
    Antes de mais nada, desejos de um aniversário calmo, ameno, em família, e repleto de saúde!
    p.s.:adorei o "DNA", rssss!
    =]
    Quanto à pouca sorte aos aniversariantes próximos ao 25 de dezembro, espero que minha filha possa vir contradizer!hehehe!
    O médico me deu o 23 como data limite para seu nascimento; dá para imaginar a ansiedade em que me encontro, né?!
    ^^!
    Quanto ao livro do senhor, conto no calendário desde que o anunciou, rssss!
    Acho que a ansiedade é o que me rodeia ultimamente!
    Rssssss!!
    xD
    Um ótimo e abençoado sábado ao senhor, este mais especial do que qualquer outro!
    Felicidades!!

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  3. Nossa, Mestre. Que sutilidade em anunciar o aniversário, vejo que o professor não gosta de festejos nesta data. DNA, muito boa essa.

    Já bloguista em 1976? Lembro de quando este livro foi anunciado no blogue, e da minha sugestão de que vez e outra fosse postado um "tira-gosto", heheh

    Abração duplo: pelo DNA e pela vinda do livro!

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  4. Querido professor Chassot

    Hoje, faremos um brinde em homenagem ao seu aniversário, lembrado muito cedo, logo após termos tomado um café da manhã com tapioquinha (pelas tapiocarias de bairro, como seu amigo gosta). São 70 anos? Segundo o Carneiro, esses números redondos são cabalísticos.
    Com o desejo de muita saúde, felicidades e vida longa (com qualidade, é claro), deixo aqui o meu abraço
    Conceição

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  5. Niver!!!! Como soa emoção para nós!!!talves por esta historica memoria que temos de nossa infancia...nunca podia passar em branco...como é bom relembrar o dobrado carinho que recebiamos de nossos pais nesse dia. Hoje, na ausencia deles temos os filhos, os netos, os amigos...Parabens Mestre Chassot...(comentario sobre o menino de capacidade superior..)
    Pensando ainda sobre o genio, sempre me chamou atençao as pessoas com grande capacidade de memoria...Como seria interresante se a gente pudesse aumentar nossa capacidade de memoria...como gostaria de saber falar fluentemente: algumas linguas de indigenas, alemão, ingles, etc...mas temos tantos limites...EU ESTUDO MUITAS HORAS PARA SABER CONVERSAR COM UMA VISITA QUE VOU TER NO FINAL DO ANO, ELA VEM COM MINHA FILHA PARA CONHECER O BRASIL....ME FALTA MEMORIA....
    ELZIRA.

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  6. Caro amigo prof. Chassot;

    A Conceição me alertou, cedo, para o seu aniversário. Abrindo o blog agora, deparei-me com a excelente (perdoe a recorrência do termo) postagem, que mencionou tanto o niver quanto o livro. Para continuar sincero, posso dizer que você deixou a pista do seu aniversário e, ao mesmo tempo, nos brindou com um presente, que foi o anúncio do livro. Gostei e muito desse livro de memórias. E já gostei mais ainda por causa do nome dos capitulos. Estou ansioso para ter o livro em mãos e espero ter paciência para aguardar a publicação. Não quero lê-lo no computador, entendeu, não é?
    Ao lhe dar os formais parabens, confesso um pecadinho meu: fiquei com inveja do seu contato com o prêmio nobel. Mas é uma inveja no bom sentido, se é que existe isso.
    E mais inveja ainda (aumento os meus pecados) é a Feira do Livro de Porto Alegre. Já planejei várias vezes estar ai mas nunca deu certo.
    E fico por aqui, com o meu melhor abraço de felicitações. E a honra de tê-lo como amigo.

    José Carneiro

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  7. Mestre Chassot,

    primeiramente quero dizer que acabo de tomar conhecimento desta data tão especial. Desejo-lhe um Feliz Aniversário e agradeço a bondade em todos os dias compartilhar conosco um pouquinho de sua vivência. Parabéns!!

    Quanto ao seu novo livro, fiquei muito curioso em especial sobre alguns capítulos mencionados, pena que tenha que aguardar até março, mas sei que serei recompensado!

    Também tive a oportunidade de assistir, pela primeira vez, a abertura da Feira do Livro de Porto Alegre (durante minha participação no XXX EDEQ) e confesso que fiquei encantado, só lamento não poder trazer todos livros que me interessaram (eles são muitos).

    Compartilho da sua felicidade em conhecer Henry Taube, em uma palestra proferida aqui na UFPR, não me recordo a data, mas me lembro que na época eu ainda estava começando a descobrir o que era a química e fiquei muito emocionado com o seu belíssimo depoimento.

    Reitero meus votos de um Feliz Aniversário e deixo-lhe um grande abraço.

    Moisés Lara

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  8. Professor Chassot,
    já faz mais de um ano que acompanho assíduamente seu blog, nem sempre consigo comentar, e hoje quero registrar aqui um FELIZ ANIVERSÁRIO. E também quero dizer que estamos aguardando com certa ansiedade, o seu livro referente do seu 50entenário como professor. Com certeza será uma obra muito rica.
    Forte abraço,
    desejo de um final de semana marcado pela comemoração dessa data tão marcante na nossa breve passagem terrena.

    Ass. prof. Luis D.

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  9. ¡Feliz cumpleaños Profesor Chassot!!! Que sus 71 años sean muy celebrados en unión de su querida familia. Un saludo cariñoso desde la otra cara del continente,

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  10. Parabéns querido Chassot!Tanto pela tua trajetória de vida, como pelo dia de hoje! Mais do que um professor, (quando entrei como uma simples bolsista do ProUni na Unisinos)foi tu que me fez acreditar que não existe limites quando temos um sonho! Te agradeço por tudo e mais do que isso te desejo MUITAS felicidades!Abraços Alessandra ( mãe da puxadora de palmas lembra?)

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  11. Olá Mestre Chassot, meus mais sinceros parabéns por esse dia e, todos os outros anos de vida que tens pela frente, com muito mais alegrias para o professor e toda a sua família.
    Este parágrafo a baixo que coloquei nos meus agradecimentos na nossa disserteção, espero que goste, abraços seu amigo Mateus.
    Contudo, agradeço com muito entusiasmo ao Mestre Chassot, por contribuir diretamente e indiretamente em nossa pesquisa. Fico realmente lisonjeado e com uma imensa gratidão, por sua colaboração e pela sua atenção para com esta dissertação e também pelos seus importantes escritos que tanto me auxiliaram para a conclusão desta pesquisa.

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  12. Olá, professor!
    Queria lhe desejar um ótimo aniversário! Que seja mais um ano em sua vida repleto de alegrias e paz, saúde!

    Parabéns!
    Abraços
    Maria Helena

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  13. Mestre Chassot

    Embora eu não esteja mais comentando no seu blog, continuo nutrindo grande admiração e carinho pelo senhor, tanto como o grande mestre que foi/é durante a minha graduação, quanto pela pessoa maravilhosa que se mostrou durante nosso contato diário durante um ano em suas blogadas.

    Desejo-lhe muita alegria, realizações, saúde, paz e felicidades, e que essa data se repita por muitos e muitos anos, Aos meus votos, fazem eco o Rafael, a Fabíola e a Camila.

    Um grande abraço, um Feliz Aniversário, e um ótimo dia.

    --
    Com carinho.

    Marcos Bastos

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  14. Ainda há tempo de parabeniza-lo...nem que seja por 26 minutos atrasada...rs.Consideremos então que não estamos no horário de verão e tudo se ajeita..rs
    Meu caro, meus dias andam corridos com a semana de extensão que começa dia 8, assim não tenho entrado muito na internet. Mas hoje ( nem que seja atrasada) tinha que passar aqui para desejar-lhe muita vida e vida à sua vida!
    Carinhosamente...

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  15. Muito queridas Adriana, Thaiza, Marília, Conceição, Alessandra, Maria Helena, Verena e Matilde
    Muito queridos José, Moisés, Luís, Marcos Vinicius,
    primeiro relevem fazer um agradecimento coletivo às manifestações de acarinhamento que postaram aqui. Não vou dizer que foi o dia prenhe de emoções que determinou esta opção. Talvez quisesse juntar pessoas que são muito especiais em um mesmo agradecimento. Por isso digo a cada uma e cada um apenas muito obrigado.
    Um afago com gratidão

    attico chassot

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  16. Chego um tanto tardiamente a essa data neste blog; mas chego. Poderia deixar registrado aqui um parabéns atrasado e dizer que vou aguardar o novo livro que este professor está a prometer. (Aguardar não sem curiosidade de lê-lo.) Mas comentarei mais, marcarei um pequeno depoimento, uma lembrença.
    Percebi Chassot por volta de 1965, no Colégio Júlio de Castilhos, Porto Alegre; ele professor de Química, eu aluno. Não tive o privilégio de tê-lo como professor. Mantém-se dessa época, no entanto, uma clara lembrança de vê-lo nos intervalos entre uma e outra aula no turno da noite que eu frequentava, caminhando pelo corredor desde a sala de uma turma, dirigindo-se à de outra. Terno e gravata, comedido. Um colega certa vez, enquanto ele passava, comentou: Este é um grande professor! A ideia ou noção de “grande professor” já está há muito em desuso. Entretanto, essa era uma expressão que, à época, empregava-se para condicionar determinados professores, pelo domínio do conteúdo da disciplina que professavam e habilidade em transmiti-lo. Do Julinho dos anos 1960, ainda recordo de alguns grandes professores, como Emílio Ripoll, Décio Floriano, Irene Bohrer, Eugênia, Kiel, Gilberto Gonçalves da Silva, entre outros. O então jovem Chassot já era considerado um deles. Ainda é um grande professor, conquanto a expressão tenha se tornado desútil. (Porém, se algum dia precisar me submeter a uma cirurgia, buscarei um grande cirurgião; quando entro no Boeing, penso com meus botões: tomara que no manche esteja um grande comandante.)
    Ao longo da vida reencontrei Chassot aqui ou ali. Foi a partir da segunda metade dos anos 1990 que mantivemos um relacionamento mais estreito na Unisinos, São Leopoldo, RS, onde ele desenvolvia suas atividades no PPG em Educação, e eu na Editora como editor. Incontáveis nesse período foram as nossas conversas após o almoço no câmpus da Universidade. (As maneiras de perceber as coisas deste mundo nem sempre são coincidentes, ainda que, considero eu, por caminhos díspares convergimos para o mesmo ponto essencial.) Muitas foram as ideias que ele trouxe para a Editora. Tive o prazer de editar dele A ciência e masculina?
    Agora, com satisfação, leio o esboço do sumário do seu novo livro, assinalando os seus 50 anos de magistério. Vai ser um prazer ler Chassot.
    Sempre, Gianotti.

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  17. Muito querido amigo Gianotti,
    ainda estou com os olhos embaçados de ler teu comovente comentário. As emoções se faz em duas dimensões: a primeira, a tua evocação de vários titãs, a maioria já pertencendo a outros pâramos. A segunda, as bonitas referências que fazes aos entrelaçamentos de nossa histórias em cerca de meio século.
    É muito bom chamar-te de amigo;
    Com muita estima
    attico chassot

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