sábado, 5 de junho de 2010

05* Deixando Rondônia no dia Mundial do Meio Ambiente

Ariquemes Ano 4 # 1402

** Dia mundial do meio ambiente*** A abertura desta edição não poderia ser outra. Aderir a cada uma das propostas que busca a preservação do Planeta. Trago nesta direção o alerta que nos faz Sir James Lovelock, que ainda na noite de ontem citei no preâmbulo de minha palestra aqui em Ariquemes:

"Temos que ter em mente o assustador ritmo da mudança e nos darmos conta de quão pouco tempo resta para agir, e então cada comunidade e cada nação deve achar o melhor uso dos recursos que possui para sustentar a civilização o máximo de tempo que puderem”

www.ecolo.org/lovelock

Hoje a postagem do blogue é de despedida Ariquemes, de Porto Velho. Dentro de alguns minutos estarei partindo com a Coordenadora do curso de Química da FAEMA, professora Filomena Maria Minetto Brondani e esposo rumo a Porto Velho. Mesmo que meu voo para Brasília seja às 15 h, a antecipação se deve a inclusão de visita esta manhã a uma mineradora, num desvio de rota.

Divido meus comentários de ontem em três momentos: manhã, tarde e noite. Destaco o primeiro e dos dois outro apenas uma menção: na parte tarde, das 14 às 18h, ministrei para cerca de 40 estudantes um mini-curso que tinha como tema central a história e filosofia da Ciência. Na parte da noite das 19h30min às 22h fiz a palestra ‘Das disciplinas à indisciplina’ para cerca de 80 professores e alunos. Em uma e outra atividade tive manifestações de satisfação dos participantes, aplausos e tietagens com inúmeros pedidos de fotos e autógrafos.

A parte da manhã foi excepcional. Talvez pudesse sintetizar dizendo que voltei, um pouco, a ser químico. O competente e dedicado Professor Vital J. R. Wanderley, um geólogo, qual um Moisés, me conduziu a duas usinas de produção de estanho a partir da cassiterita. Em uma e outra, vivi momentos de muito aprendizado, em companhia da professora Filomena.

Fomos primeiro a ‘Estanho de Rondônia SA' – ERSA. Então recebi informações acerca da chegada do minério da mina e sua transformação em lingotes do metal, em processos que envolve a fusão da cassiterita em fornos com carvão e calcário e a purificação do estanho líquido em cadinho. Encantei-me especialmente com o trabalho da Adenisia Almeida. Uma jovem aluna do 5º semestre do curso de Química da FAEMA. Ela na segunda semana de curso

(da primeira turma) faz seleção para trabalha para ERSA e hoje executa análises com sofisticados aparelhos em laboratórios modernamente equipados e transita com desenvoltura pelo chão da usina explicado os processos que envolvem a transformação da cassiterita negra no brilhante estanho. Se nesses dias de Ariquemes, onde a surpresa maior foi ver o surgimento do ensino superior, precisasse eleger um ícone para o trabalho da FAEMA diria que ele se chama Adenisia. Foi significativo à tarde poder relatar isso a Professora Dra Rosiele Alves Chiaratto, coordenadora do Serviço Didático Pedagógico de Apoio da FAEMA e ver o quanto ela acompanha esta e ootros estudantes. Ontem à noite, ao ver a Adenisia, mais uma vez assistindo a uma de minhas palestras, fiz esse registro de encantamento: ela sabe transformar o pátio da faculdade em chão da fábrica. Nas duas fotos seguintes apareço na primeira recebendo explicações acerca do funcionamento de uma bureta digital, evocando as muitas titulações com buretas manuais que fiz em laboratório de Química Analítica Quantitativa; na outra foto lingotes de estanhos prontos para deixar a usina.


No segundo momento da manhã o professor Vital conduz a mim e a professora Filomena à usina da White Solder, onde Vagner de Moraes Torrente – um químico, que como um maestro gere um complexo de usinagem de estanho como se fosse uma orquestra afinadíssima – ofereceu uma das melhores aulas que já recebi. Talvez minha emoção maior foi ver o estanho líquido e os fornos incandescentes que se assemelhava a vulcões que nos eram próximos.


Essa visita ficará materializada em minha casa com uma autentica obra de arte que me foi oferecida: uma porção de estanho que se solidificou quando da retirada do metal do forno que foi coletada e que o Vagner fez coletar e afixar sobre um lingote do mesmo metal para oferecer-me como recordação de minha visita, onde vi a negra cassiterita transformar-se no brilhante estanho.

Ter vivido esses dias em Rondônia me fez evocar a recente estada em Ålborg. Vivi numa e outra situação o alfa e ômega. Isso fortalece a esperança.

Mas sábado é dia de dica de leituras. Para na dizer que o périplo rondoniense obliterou a proposta sabatina, apenas um aperitivo, que prometo transformar em manjar em outro sábado. Trouxe para ler nessas quatro etapas de voos El himen como obstaculo epistemologico. Relatos sexuales de una filosofa’ de autoria de Esther Díaz, com quem muito recentemente tive o privilégio de conviver.

"O sexo fruído e padecido, o sexo dos ricos e o dos pobres, o sexo dos celibatários e dos viciados, o sexo dos jovens e o dos velhos, o sexo buscado e o imposto... Esther Díaz narra historias sexuais com personagens entrecruzados pelo desejo, que nem sempre outorga prazer e muitas vezes promovem pena e até horror. Sua escritura as vezes arde em chamas, regalando-se em obscenidades indecorosas, e em outras submerge com timidez em recatadas sutilezas.

Estes relatos são postos em cenas com certos simulacros que irrompem na atividade de uma autora até agora conhecida por seus textos filosóficos e sua atividade docente em universidades argentinas e em diferentes países. Sua condição de filósofa não está ausente nestas páginas, que esperam ser embaladas, penetradas e recorridas pela leitura que – como a escritura e o amor - costumam fazer-se no privado."

Um bom sábado para cada uma e cada um de meus leitores. O meu em seu ocaso devera estar me fazendo chegar à Porto Alegre. Amanhã queiram os anjos da guarda nos leiamos da Morada dos Afagos.

2 comentários:

  1. Olá meu caro Mestr Chassot! Neste dia 05 de junho parece que combinamos realmente. Citar Lovelock na datad e hoje creio que tem muito a ver com a preocupaçao que temos em relaçao às questoes ambientais. Estou lendo GAIA: ALERTA FINAL e muitas questoes são de causar panico. Lovelock exemplifica a temperatura do planeta tal como um copo de uisque com uma pedra de gelo em fase terminal. Segundo ele o uisque permanece gelado até que o gelo se acabe. Da mesma forma nosso planeta está sob temperatura adequada à vida, pelo menos até que as últimas reservas de gelo polar sejam suficientes para mantê-lo assim. É preocupante!!! Não? Feliz Dias do Meio Ambiente!!!JB

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  2. Meu caro Jairo,
    retomando Porto Alegre encontro nessa manhã teu comentário no blogue. Obrigado. Realmente um e outro de maneira independente, tivemos inspiração comum: Sir James Lovelock.
    No blogue de hoje que ainda não escrevi vou colocar algumas fotos da devastação que faz a mineração. Mostro também o quanto a piscicultura possa ser uma alternativa a devastação da mineração.
    Muito bom lindo primeiro domingo junino
    attico chassot

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