domingo, 30 de maio de 2010

30* O que é um texto ibis redibis?

Porto Alegre Ano 4 # 1396


É um domingo para (quase) encerrar maio. A noite parece resistir para ceder seu lugar ao dia. Num magnífico poder ser lido, agora, em diferentes latitudes, tenho leitores que agora já estão em uma manha dominical avançada e outros a quem resta algumas horas de sono.

Apresento um registro fotográfico do ‘Café Filosófico’ promovido por acadêmicos de Filosofia do Centro Universitário Metodista - IPA na Livraria Roma em Porto Alegre, na tarde de ontem, em atividade que anunciei na edição anterior. Foram momentos que senti o quando a trazida de discussões do porque somos machistas foi muito importante. Na tarde plúmbea havia cerca de 30 pessoas (todos os lugares disponíveis estavam tomados) de diferentes formações, algumas das quais participando pela primeira vez do evento. Houve problemas com o funcionamento do data show, no que fui consolado por alguns alunos dizendo que os filósofos preferem a ausência deste aparato.

Nas duas primeiras fotos estou com o Claiton Prinzo e com a Gabriela da Silva. Os dois são os organizadores da atividade. Registro que ela foi também uma muito disponível livreira e ele não só um perspicaz fotógrafo, mas também fez esforços inenarráveis para que eu tivesse as fotos para esta edição. Na terceira foto o casal Adão e Márcia, ele licenciado em Filosofia e ela Pedagoga, que como no filme Ágora vieram desde Esteio para a o Café Filosófico. Completa o quarteto uma vista parcial da plateia que buscava entender porque A Ciência é Masculina.




Agora, na já tradicional proposta de trazer blogadas domingueiras mais amena

s, respondo a pergunta que se fez manchete da edição de hoje: O que é um texto ibis redibis? Isso vetos com votos de um muito bom domingo para cada uma e cada um de meus amáveis leitores;

É usual quando lemos um texto, mais especialmente quando revisamos um trabalho de alunos, nos impacientarmos com ‘as vírgulas’. A resposta dos mesmos: ‘Mas, foi só uma vírgula!’ É clássica a resposta dada pela Sibila a um soldado que havia consultado o oráculo sobre o êxito de sua missão. Ibis redibis nunquam in bello peribis. Em português: Irás voltarás nunca na guerra perecerás.

A frase, como todas as respostas oraculares, é propositalmente ambígua - ou sibilina. Dá margem à dupla interpretação conforme a pontuação que se queira utilizar. O oráculo sempre poderá dizer ter acertado no prognóstico.

Veja-se a como a virgulação pode mudar a expectativa de sucesso ou insucesso do consulente ao oráculo:

SUCESSO

Ibis, redibis, nunquam in bello peribis.

Irás, voltarás, nunca na guerra perecerás.

INSUCESSO

Ibis, redibis nunquam, in bello peribis.

Irás, voltarás nunca, na guerra perecerás.

Na linguagem moderna, ser um ibis redibis se aplica aos documentos oficiais obscuros ou ambíguos.

Existe outra frase que envolve uma questão de gênero:

Se o homem soubesse o valor que tem a mulher moveria céus e terra na sua procura.

Se diz que homens e mulheres virgulam diferente:

* Mulheres, colocam a vírgula depois de MULHER...

* Homens, colocam a vírgula depois de TEM...

6 comentários:

  1. Mestre Chassot!
    Pelo visto o evento Cafe Filosofico foi marcante, tendo em vista o público que compareceu e prestigiou tua fala. Infelizmente já tinha compromisso e não pude comparecer. Peço que me retorne a impressão que tem sobre os ajustes no Blog. Abraço e bom domingo. JB

    ResponderExcluir
  2. Meu caro Jairo,
    obrigado pela torcida pelo Café Filosófico. Foi bom que consegui deixar de ser refém do data-show
    Um bom saldo de domingo que para ti como para mim ~~ meteorologicamente ~~ é plúmbeo
    attico chassot

    ResponderExcluir
  3. Boa noite, Mestre!
    Aaaah!Imagino o quão produtivo e prazeroso deva ter sido este "Café Filosófico"!
    Só agora estou me inteirando desse conhecimento [o senhor bem sabe, pois já cheguei a comentar aqui contigo acerca desta falha em minha vida acadêmica...], mas já me sinto fascinada pela visão de mundo!
    =]
    Um bom restinho de domingo ao senhor!!!

    ResponderExcluir
  4. Muito querida colega Thaiza,
    sempre é tempo para aprendermos. Eu fiz a primeira viagem à Europa aos 50 anos, Estudei Marx a primeira vez no doutorado, quando já era professor aposentado na UFRGS,
    Admiro-te pela curtição pelo aprender,
    Um gostoso ocaso de domingo/maio
    attico chassot

    ResponderExcluir
  5. Prezado Professor Attico,

    Foi uma grande honra para o Café Filosófico receber sua contribuição, meu muito obrigado de coração.

    Claiton Prinzo

    ResponderExcluir
  6. Meu caro Claiton,
    para mim foi um privilégio ser convidado por vocês para o Café Filosófico. Encantei-me com a proposta. Agradeço particularmente teu empenho para vencer as dificuldades operacionais e também para que as fotos chegassem a tempo de postagem.
    Recebe junto com meus agradecimentos a minha continuada disponibilidade,
    com crescente admiração
    attico chassot

    ResponderExcluir