terça-feira, 6 de abril de 2010

06* Escrita ↔leitura, um binômio sumarento

Porto Alegre Ano 4 # 1342

Hoje vou me permitir trazer algo do cotidiano de um bloguista. Mas antes, antecipo que encerrarei essa blogada com um convite muito especial para amanhã dentro das celebrações do Dia Mundial da Saúde. E mais já anuncio o tema de quinta-feira: Esquecer limpa a mente, ajuda a abstrair e a generalizar. Vale conferir as duas próximas edições.

O ‘diário do mestre-escola’ das terças-feiras nesse semestre parece ter um registro de sua ocorrência entre os dois momentos maiores de minha semana acadêmica. Ele ocorre depois das aulas na Universidade do Adulto Maior e antes do encontro de Prática Pedagógica com a turma da Filosofia. Ontem, mais uma vez houve momento de muito emoção com ver grupo da UAM se abeberar nas discussões propostas; para esta noite já prelibo novos momento de envolvimento de buscas de como trabalhar as grandes questões filosóficas.

Na noite de sábado, um professor goiano que só conheço deste blogue deixou um comentário do qual trago um pequeno excerto: +Mestre Chassot, Boa Noite. Que alegria volto de uma pequena viagem feita com a minha Família (Esposa, Filho e Filha) e ao acessar o vosso Blog, verifico suas dicas de leitura. [...] Feliz páscoa para você e sua Família, Mestre!

Respondi emocionado assim: * Meu querido colega Luís Carlos, nessa noite quase à hora de soar aleluias lia para minha esposa uma citação que está na Folha de S. Paulo de hoje que diz “Um texto só se concretiza plenamente quando lido”. Pois aí em Goiás tu concretizas a blogada de hoje. Aliás, querem os deuses que me amealham leitores que os comentários na blogada de hoje seja de dois goianos que espero encontrar no ENEQ em Brasília. Obrigado por me leres e obrigado por deixares marcas de tua passagem. Uma boa noite de vigília pascal para ti, tua esposa filho e filha, achas.

Nessa segunda-feira recebi entre outros dois comentários que atestam o quanto há leitores atentos. Vale conhecer fragmentos dessa correspondência.

Eis um excerto da mensagem que Matilde Kalil escreveu do Equador: +Muy querido

Profesor Chassot, […]me llama la atención que la capa del libro se la atribuya al artista plástico Iván Pinheiro. En realidad, es una pintura de Moshe Shagal, más conocido como Marc Chagall y se titula "Crucifixión Blanca". La representación del Dios muerto como ser humano conmueve, más aún por tratarse de un pintor judío que con ello trata de expresar ideas ~valores, dolores, problemáticas~ universales.
Eis parte de minha resposta: *El equívoco es mío. La capa del libro es una creación de Ivan Pinheiro Machado aprovechando un cuadro de Marc Chagal. Como ves yo no he sido completo en los dados. Ivan es el PM del nombre de la Editora L&PM. [Chagal] es de los artistas que yo más admiro. A propósito, el unos años antes de morir, con 98 años, dice de su mujer: “Tu amor me hace rejuvenecer!” […].

Marcos VP Bastos, com pertinência, alerta: +Apenas uma pequena retificação, mestre: o nome do livro de Victor Hugo é "Notre Dame de Paris". O nome "O

Corcunda de Notre Dame" é um título usado, se não me engano, para a primeira adaptação cinematográfica da obra, feita, acredito eu, ainda nos anos 1920, e é, também, o nome utilizado pela empresa Disney em sua adaptação animada e infanto-juvenil da obra de Hugo. Respondo: *Obrigado pelo esclarecimento acerca do nome da obra de Vitor Hugo. Encontro esse registro acerca da obra: “Notre-Dame de Paris, também conhecido como O Corcunda de Notre-Dame, é um livro de autoria de Victor Hugo, publicado em 1831. A obra gira em torno de um homem coxo e deformado que foi adotado pelo arquidiácono Claude Frollo. Batizado de Quasimodo, enfrenta uma série de peripécias por conta de um amor não correspondido por uma bela cigana, Esmeralda (na reprodução)” Sabes que tive o privilégio de estar várias vezes na Notre Dame de Paris, sempre procuro o Quasimodo.

Há leitores que hão de perguntar-se: qual a razão da trazida desses excertos. Não por falta de assunto para a ‘blogada nossa de cada dia. A afirmação, contida na minha resposta ao Luiz Carlos é genuína: “Um texto só se concretiza plenamente quando lido”. O binômio ‘escrita↔ leitura’ não é um ato solitário. Gostaria de poder contar o que significa o escrever e postar cada uma dessas edições diárias.

Mesmo que possa acompanhar o número de visitas e as cidades e países (a crer no indicador) o texto só se concretiza nos comentários. O blogue tem cerca de 80 a 100 visitas diárias. Dois a três comentários (às vezes o dobro). Esses são significativos para mim. Eles são como aqueles alunos que em sala de aula se fazem presente nas interações traduzidas pelos diálogos. Sei que tenho leitores quase diários que nunca deixaram um comentário. Concordo que desde que mudei, em 01 de dezembro de endereço, perdi comentaristas. Eles são preciosos para mim. Há outros que até sei onde estão, mas não tenho a mínima ideia quem são. Claro que gostaria, pelo menos uma vez um ‘Adsum’ isto é, ‘eu estou aqui!’. Sei que estou um ‘pedichão’ (ação pela qual éramos muito vituperados em minha infância. Mas o Luiz Carlos, na noite de nostalgia de um sábado de aleluia quando os sinos teimavam em avisar a um cético-crente que era hora de despir o luto e cantar para o ressuscitado. Então ele chega diz: ‘Cheguei de viagem e vim lê-lo!’ e o texto ganhou materialidade. Era isso que queria contar. Claro que sei me abster de pedir.

Como anunciei no preâmbulo, esse blogue amanhã – Dia Mundial da Saúde – quer entrar em ressonância com ter começado nessa segunda-feira 3ª Etapa de vacinação contra a População com idade entre 20 e 29 anos. Nas etapas anteriores [1ª Etapa Profissionais de saúde / Povos indígenas. 2ª Etapa Gestantes / Etapa Doentes crônicos / Crianças de seis meses a dois anos] sobrou vacina, isto é a parcela de cobertura desejada ficou aquém do previsto. Agora, digo que é a sadia população internética. Esta especialmente vem sendo desestimulada a não vacinar-se por mensagens mentirosas e catastrofistas. Chega-se a falar até em plano de dizimação em massa. Para amanhã um convite especial, que quer fazer um contraponto, aditado a votos de uma muito boa terça-feira.

2 comentários:

  1. Mestre Chassot, um texto é composto, ao meu ver, por, no mínimo, duas pessoas: uma delas é a que escreve, e a outra é a que lê. Acredito que não se escreve nada sem a intenção da que, mais tarde, o escrito seja lido. Se não fosse assim, não haveria sentido em registrar materialmente um pensamento.

    Referente a vindoura blogada de quinta-feira, arrisco-me a pensar que a frase de Nietzsche - que eu postei uma vez em um comentário de uma blogada sua - estará presente.

    Continue com suas blogadas, pois o prazer que o senhor tem em escrevê-las não é maior do que o prazer que eu tenho em lê-las.



    Ótimo dia.

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  2. Meu caro Marcos,
    muito obrigado pelo continuado estímulo.
    Realmente tu fazes a transubstanciação de muitas de minhas blogadas.
    Recordo que Nietzsche dizia algo como: o esquecimento nos enseja o sabor de da ‘primeira vez’.
    Com estima
    attico chassot

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