sexta-feira, 19 de março de 2010

19*SEX* Internet para todos

Porto Alegre Ano 4 # 1324

Hoje abro esta blogada com a trazida do cotidiano que é incomum. Tenho visitas queridas que me fazem gostosamente deixar o casulo de solitário habitante da Morada dos Afagos. O meu querido trio MCCC (Maria Clara, Clarissa e Carlos) está aqui para um passa-noite. Viajam amanhã cedo para São Paulo e por comodidade operacional esta noite estão comigo. Jantamos juntos nos jardins curtindo uma noite quente. Ainda para janta tivemos a companhia da minha irmã Clarinha, que há muito não encontrava. Ela veio especialmente de Novo Hamburgo para esse encontro. Tenho muitos quitutes que comprei para lhes oferecer um desjejum pela manhã. Abaixo um registro da noite, sendo que a foro onde aparecemos os quatro adultos foi clicada pela Maria Clara.


Antes de adentrar naquilo que se faz


título nesta edição, um registro quase dantesco desta Porto Alegre que se blasona (blosonar: agir ou expressar-se com orgulho ou vaidade a respeito de algo, ou para chamar a atenção sobre si, especialmente alardeando qualidades, virtudes, feitos etc., de modo mentiroso ou exagerado) de ser leal e valorosa. Eis do noticiário de ontem: trabalhador voltava de moto, cerca das 21h foi assaltado duas vezes em 10 minutos. Na primeira vez, um homem armado de revólver, numa sinaleira, tomou a carteira. Na sinaleira seguinte, dois menores, com facas lhe roubaram o celular. Minutos depois, na sinaleira seguinte, o bi-assaltado presta auxílio a uma mulher, que levara um tiro no abdômen quando lhe roubaram o carro. Mesmo sendo merecedor de ir para o Guiness de infortúnios esse é quadro do glorioso terceiro milênio. Para mim fez repensar nas transgressões a promessa que fiz para Gelsa de não voltar a pé, à noite, das aulas do IPA, Prometo cumprir o prometido.

Recebo a cada dia, sem ter solicitado, pela internet, dois jornais de cidades interioranas: Jornal do Povo de Cachoeira do Sul e a Tribuna Popular de Araraquara. Praticamente nem os espio, pois estou distante, ou melhor, não tenho ligações com as picuinhas e as diatribes comunais.

Cachoeira do Sul me remete às minhas origens. Estação Jacuí, era um vilarejo (ou uma capela da paróquia) de Restinga Seca, esta vila pertencia a Cachoeira do Sul. Recordo que quando fui diretor do Departamento de Controle e Registro Discente da UFRGS, nos anos 70, um dia fui procurado pelo Coronel Natalício, que era da Assessoria da Segurança. No período da ditadura, em determinados órgãos públicos estavam lotados militares com o fim específico de farejar possíveis insurgentes e aumentar seus proventos de aposentados. O coronel quer minha cumplicidade: “Professor, descobri que o senhor tenta esconder algo. Sua identidade tem problemas. Posso lhe ajudar, pois sei que o senhor é de confiança!” Não poderia haver maior contra-elogio nessas palavras. “Não tenho nada a esconder, Coronel!”. “Vi que em seus documentos; há ‘naturalidades’ distintas. Posso acertar isso...” “Não há nada disso!”. “Sim há documentos que constam natural de Cachoeira do Sul e outros de Restinga Seca!”. Tive dar uma aulinha de geografia para o milico e dizer que não era um clandestino.

O Jornal do Povo recebo porque, recentemente, opinei acerca de memorialismo de meu amigo Edni Oscar Schroeder, cachoeirense que vez ou outra vai beber das águas do Jacuí, com as quais foi batizado. Para tal tive que fazer um cadastro no jornal e a contrapartida é recebê-lo a casa dia.

Não sei por que recebo a Tribuna Popular. Não tenho ligação com Araraquara onde já estive proferindo palestra no Instituto de Química e, há mais de 40 anos, visitei minha irmã Tile quando ela lá morava e deu-me o primeiro sobrinho: o Cássio, meu afilhado.

Mas já justifico tão longa busca às reminiscências e disposição a evocar lembranças. Para tal, volto para março de 2010. Pois da Tribuna Popular chamou-me a atenção uma manchete: Internet para todos. Vi então que a prefeitura de Araraquara vai abrir o sinal de internet grátis no próximo dia 20 para toda a área urbana; os moradores da área rural receberão o sinal a partir do mês que vem.
As 16 antenas que permitirão a transmissão do sinal de internet custaram R$ 189 mil para o município e terminaram de ser instaladas. Agora, estão sendo realizados os testes finais para que o sistema seja implantado efetivamente.
O programa
Internet Para Todos tem como objetivo a inclusão digital, proporcionando o acesso à rede mundial de computadores às famílias que não têm condições de pagar um plano de banda larga. “Queremos que Araraquara seja transformada em uma cidade mais moderna, um modelo para outros municípios, a partir do Internet Para Todos. A meta é inclusão”, declara o prefeito Marcelo Barbieri.

Porém, apesar da gratuidade, o acesso à internet por meio do programa da Prefeitura terá restrições. “O internauta não poderá acessar sites pornográficos, ou baixar filmes e músicas. Não permitiremos pirataria”, exemplifica o prefeito.

Pesquisa realizada no ano passado apontou que, em Araraquara, 44% da população têm o hábito de navegar na internet e 56%, ou seja, 112 mil pessoas, de um universo de 200 mil habitantes, ainda não têm acesso à rede.
A estimativa da Prefeitura é de promover a inclusão digital de mais da metade destas 112 mil pessoas, por meio do Internet para Todos. “Claro que temos famílias carentes, que não têm condições de comprar um computador. Para estes, o acesso ainda dependerá de outras políticas públicas”, finaliza o prefeito.

Sei que isso não é original. Já vi referências inclusive a municípios do Rio Grande do Sul. Trago a notícia revelando meu encantamento por algo tão importante poder ser oferecido por um preço relativamente baixo. Quantos municípios brasileiros poderiam fazer o mesmo.

Essas iniciativas levariam a diminuirmos cada vez mais os participantes do MS@ – Movimento dos sem arroba, isso é daqueles que não tem em seus endereços um endereço de correio eletrônico. Na torcido para mais ações assim.

Desejo a cada uma e cada um a melhor sexta-feira. Que o shabath seja parte de um curtido fim de semana. À tarde vou a Fundação CEEE para a palestra que está no convite que reedito, pois apresenta uma das lindas fotos de Marie Curie que conheço. Ao entardecer, tenho agendado comparecer a Câmara de Vereadores onde meu colega do Centro Universitário Metodista – IPA, Marcos Rolim recebe o merecido e honroso título de cidadão portoalegrense. Por fim, vale lembrar que amanhã se fala aqui de livros e autores, numa dica leitura com formatação diferente

2 comentários:

  1. Mestre Chassot, a violência no Rio Grande do Sul vem em um crescendo cada vez mais assustador. Imagino o quão bizarro seja imaginar uma situação de 3 assaltos em 10 minutos. É alarmante, ridículo e assustador.

    Torçamos por uma mudança o quanto antes.

    Ótimo dia.

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  2. Meu caro Marcos,
    realmente a situação de parece dantesca. Andamos na rua com medo.
    Interessante anda a internet. Vejo que escreveste este comentário as 23h3 min. Recebo mais de uma hora depois, quando até já fiz a postagem de sábado. Se quarta e quinta houve 5 + & comentários, nesta sexta-feira foste o único. Obrigado por isso num dias que as visitas que andavam superiores a CEM caíram para cincoenta.
    Com estima
    attico chassot

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