sábado, 27 de fevereiro de 2010

27* No Louisiana talvez meu maior momento de viver a Arte


Copenhagen Ano 4 # 1304


Neste segundo dos meus três sábado escandinavos, inicio considerando-me escusado, por como no último não trazer a dica sabatina de leitura. Preciso repartir um pouco as emoções de ontem, onde numa tarde/noite talvez tenha vivido a maior oportunidade de contato com a arte em minha história. Considero-me um privilegiado por já ter estados nos mais importantes museus do Planeta. Mas penso que o conjunto das emoções de ontem no Museu Louisiana em Humlebæk são algo quase inenarrável que talvez consiga trazer uma pálida ideia aqui.

Como na quinta-feira reservamos a parte da manha para atividades ligadas a nossa estada aqui para na tarde desenvolvermos atividades digamos ‘não-acadêmicas’ (numa muito questionável adjetivação).

Antes das 15 horas estávamos na Estação Central de trens e fomos vencidos em nosso primeiro desafio frente às máquinas: queríamos comprar duas passagens ida-e-volta para Humlebæk, mas terminamos comprando para Helebæk, escolhida por engano entre mais sete estações na mesma direção que começam com agá e outras três que terminam com bæk. Resolver esse engano custou-nos bons momentos em uma fila. Mas houve boa solução, pois já podemos adquirir junto com as passagens os ingressos para o museu.

Depois de uma viagem de trem de cerca de 25 minutos estávamos em Humlebæk, a 35 km ao norte de Copenhhagen, uma cidade com cerca de 9.000 habitantes – originalmente uma aldeia de pescadores, cuja história remonta ao século 16 – é fortemente associada ao Louisiana - museum for moderne kunst. A este se chega com uma caminhada de 500 metros.



O Louisiana está situado as margens do mar de onde se avista a Suécia. É o museu mais visitado na Dinamarca com suas mais de 3.000 obras que estão em sua coleção permanente do maior museu da Escandinávia. A coleção é marcada temporalmente a partir de 1945 e inclui praticamente todos os gênero - com ênfase em pintura e escultura. Na sessão são obras importantes de Picasso, Giacometti, Dubuffet, Yves Klein, Andy Warhol, Rauschenberg, Henry Moore, Louise Bourgeois, Philip Guston, Morris Louis, Jorn, Baselitz, Polk, Kiefer, Kirkeby, e muitos outros. O museu também é reconhecido como um marco na arquitetura moderna dinamarquesa, notável para a síntese que cria de arte, arquitetura e paisagem. Não é sem razão que Patrícia Schulz coloca esse museu em seu livro "1000 lugares para conhecer antes de morrer."

Ao lado deste acervo interno o prédio integra-se ao mar com um imenso parque com uma enorme quantidade de esculturas que fazem parte do museu. Obras de Bill Arp, Calder, César, Laurens, Shapiro, Sekine, Henry Moore, Richard Serra, Max Ernst entre outros como o dinamarquês Henry Heerup com imponentes esculturas em granito. Ontem devido ao frio e a neve esse porque teve restrições a sua fruição, mas trago algumas fotos que fiz.




O


nome do museu deriva do primeiro proprietário do imóvel, Alexander Brun, que nomeou sua propriedade de Louisiana, depois da morte de três de suas ex-esposas, todas chamadas de Louise. O museu foi criado em 1958 por Knud W. Jensen, o proprietário da vila então. Ele contratou arquitetos Wilhelm Wohlert e Jørgen Bo, que passaram alguns meses na propriedade antes de decidirem como uma nova construção que melhor se encaixaria na paisagem excepcionalmente linda. Deste estudo resultou na primeira versão do museu constituído por três edifícios ligados por corredores de vidro. Desde então, foi aumentado por diversas vezes até chegar a sua forma circular atual em 1991.

Ontem visitamos duas exposições temporárias: Colour in ART e Homo Sapiens Sapiens. Vou limitar-me a contar algo da primeira.

A primeira conta a história de cor e seu papel e a sua importância para os artistas e para o desenvolvimento da arte contemporânea. É a cor que significa desafios e milagre que juntos formam a cor da arte para uma alegre experiência viajando de do século 18 com o impressionismo até os dias atuais. Isso é feito a partir daquela é considerada a maior coleção privada do mundo – de Werner e Gabrielle Merzbacher. Jamais havíamos visto tantos Kandinski, Leger e Paul Klee, por exemplo, reunidos em uma mesma exposição, com uma curadoria fantástica, que situava em uma linha do tempo que começava com a morte de Marx em 1883 e se estendia até 2010, destacando fatos da política, da literatura, da economia até coisas mais triviais como o “nascimento” da boneca Barbie e do LEGO. Na exposição há os artistas mais contemporâneos que se conhece, como David Hockney, Lucio Fontana, Sam Francis, Frank Stela, Rotko, Elisworth Kelly, Noland, Brigdet Riley e o venezuelano Jesus Soto Kenneth.


Depois de desfrutar de tudo isso, demos uma circulada pelos espaços reservados a venda de livros, objetos, roupas, jóias e também em um espaço destinado a crianças.










Jantamos no museu no lindo café do Louisiana que agrega linda paisagem do Louisiana. E então, para terminar, assistimos a um belíssimo concerto de piano, obras de Schuman tocadas pelo francês Sage. Como estavam esgotados os lugares para o concerto, a Gelsa escreveu para Diretor Cultural do Museu Lars Fenger, contando o quanto gostaríamos de assistir ao concerto. Este deve ter se sensibilizado, a ponto de ter entrado em contato com a Gelsa por duas vezes, disponibilizando dois ingressos grátis (que custavam 195 DKK ou cerca de 80 reais cada). Quando chegamos ao museu já estava tudo nos aguardando e ele ainda teve uma gentileza nos colocar em dois excelentes locais na sala de concertos lotada. Sobre os espetáculos musicais do Museu dinamarquês vale citar revista ENSEMBLE, prestigiada publicação alemã de música de câmera, “no mundo da música de câmera, Louisiana é um dos raros espaços onde tudo parece estar em perfeita harmonia, em benefício da música”.

Passava das 23h quando sob chuva desembarcávamos na estação de trem de Copenhagen, felizes com a tarde/noite maravilhosa. Agora já com planos para curtir o sábado – com previsão de chuva e neve –, que desejo seja o melhor para cada uma e cada um, um convite para amanhã uma blogada de despedida da capital da Dinamarca.

6 comentários:

  1. Muy querido Profesor Chassot,
    Preciosos sus comentarios sobre el Museo Louisiana, qué maravilla poder enriquecer el espíritu con el arte contenido en él, con la belleza exótica de los paisajes ~que algo se puede ver en sus fotos~. ¡Que siga disfrutando de sus vacaciones!

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  2. Muy atenta lectora Matilde,
    muchas gracias por tu comentarios y por tus deseos por este viaje. Aciertas cuando hablas de de las posibilidades de enriquecer el espíritu con el arte.
    Desde la gélida Dinamarca saludos a tu cálido Ecuador
    attico chassot

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  3. Querido Profesor Chassot,
    ¡Gracias por sus saludos!
    No quería dejar pasar la penosa noticia del terremoto en Chile, con 8.5 de magnitud llega a ser casi cataclismo. Mi solidaridad con los hermanos chilenos, con quienes Ecuador tiene un vínculo fraterno especial. Ayer hubo un temblor de 4.9 en Ecuador, pero gracias a Dios fue cortísimo y sin consecuencias. Unidos los distintos eventos ~el terremoto en Haití de hace más de un mes (de 7.3°), el terremoto en Japón anoche y el de Chile en esta madrugada, son señales que la placa del Pacífico está peligrosamente alterándose.
    A ello sumemos el desprendimiento del inmenso iceber en la Antártida y el posible aumento del nivel del mar. ¿Señales de fines de los tiempos o más bien señales de que es hora de actuar por esta Pachamama que sólo hay una y que nos acoge a todos en su seno? Un saludo cariñoso,

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  4. Estimada Matilde,
    recién había tomado conocimiento de la tragedia de Chile, cuando ha llegado a algunas horas tu mensaje atenta a las desgracias del Planeta. A cada momento estamos vendo la mayor extensión de la tragedia. Hago de tus palabras de solidaridad con las hermanas y hermanos chilenos las palabras de este blogue. Gracias por tu tomares por primero esa iniciativa,
    con redoblada admiración
    attico chassot

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  5. Mestre Chassot, mesmo para mim, que não entendo de arte, as imagens de sua visita ao Louisiana são fascinantes.

    Tomara que a casa das musas (o bom e velho Mouseion)continue abrigando de forma segura tão belas obras.

    Ótimo dia.

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  6. Muito querido Marcos,
    que bom que haja na Modernidade aqueles que se dedicam a fazer casa para as Musas e que bom que tenhamos o privilégio de visitá-las. Desejo que tu e todos meus leitores possam ter um dia o privilégio de estar no Louisiana.
    Eu quando vivo emoções como esta, me sinto um privilegiado e gostaria de ter ao meu lado pessoas amigas em maior número.
    Nunca esqueço quando uma vez consegui que quase duas dezenas de alunos da URI de Frederico Westphalen assistissem a peça ‘Copenhagen’ com ingressos que lhes consegui.
    Sonhemos que mais momentos similares possam acontecer,
    attico chassot

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