Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br *** Edição 2014
A partir da noite desta segunda-feira, dia 6 de fevereiro
— homenagem
ao cinquentenário da morte de Cândido Portinari — em 06 de fevereiro de 1962 — no
Memorial da América Latina, na capital paulista será aberta a exposição Guerra e Paz, com obras de Portinari.
Esta conta diversos materiais produzidos pelo pintor, como painéis, murais e mais
de 100 estudos feitos pelo artista. Além disso, a produção também preparou
vídeos sobre o transporte dos quadros que estavam em Nova Iorque há mais de 50
anos.
A Liba, por ser uma mecenas das artes, recebeu convites especiais para abertura desta noite, viaja hoje para São Paulo com as três filhas Gelsa, Neusa e Sílvia, para fruírem da solenidade inaugural.
A Liba, por ser uma mecenas das artes, recebeu convites especiais para abertura desta noite, viaja hoje para São Paulo com as três filhas Gelsa, Neusa e Sílvia, para fruírem da solenidade inaugural.
A exposição estará aberta ao público, a partir de
amanhã, até 21 de abril, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h, no Memorial
da América Latina (Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 – próximo ao Metrô
Barra Funda) com entrada franca.
Nome da exposição se deve a obra prima de Portinari: Guerra e Paz — dois painéis de,
aproximadamente, 14 x 10 m cada um produzidos pelo pintor brasileiro, entre
1952 e 1956. Enquanto um é uma representação da guerra, o outro representa a
paz. Com o auxílio de Enrico Bianco e de Maria Luiza Leão, os painéis Guerra e
Paz foram pintados a óleo sobre madeira compensada naval. Por seu trabalho com
os painéis, Portinari foi agraciado em 1956 com o prêmio concedido pela Solomon
Guggenheim Foundation de Nova York.
Em 1952 a direção da Organização das Nações Unidas sugeriu que cada país
doasse uma obra de arte para sua nova sede em Nova York. O governo brasileiro escolheu o nome mais expressivo da pintura
brasileira encomendando uma obra a Portinari para presentear a sede da ONU em
Nova York, mas antes de partirem, em 1956, foram expostos numa cerimônia no
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a presença do então
Presidente Juscelino Kubitschek.
Os painéis Guerra e Paz não puderam ser inaugurados pelo
pintor brasileiro, que teve sua entrada nos EUA impedida por negação de visto
de parte do governo estadunidense, sob acusação de “comunista”. Localizados
em local nobre, de acesso restrito aos delegados das Nações Unidas, no hall de
entrada da Assembleia Geral, os monumentais painéis não podem ser vistos pelo
público por razões de segurança, nem mesmo durante as visitas guiadas da ONU.
Por
esse motivo, o Projeto Portinari [Organização dirigida pelo filho único do
artista, Professor João Candido Portinari, para, entre outras atividades,
catalogar o acervo das obras do pai] sempre sonhou em expor Guerra e Paz ao
grande público. Em 2007, o anúncio de uma grande reforma no edifício sede da
ONU entre 2010 e 2013 proporcionou a oportunidade inédita de expor os painéis
Guerra e Paz no Brasil e no exterior.
Cinquenta e quatro anos depois, em dezembro de 2010,
os painéis deixaram a sede da ONU e retornaram ao Brasil para uma restauração
que ocorreu no Palácio Gustavo Capanema, de fevereiro a maio de 2011, em ateliê
aberto ao público. Graças aos esforços do Projeto Portinari, do Governo
Federal, através do Ministério da Cultura e do Itamaraty, de instituições
internacionais e de empresas estatais e privadas, a obra será exposta no Brasil
e no exterior até agosto de 2013, enquanto a sede da ONU sofrerá uma grande
reforma.
No retorno ao Brasil, houve uma exposição de 22 de
dezembro de 2010 até 6 de janeiro de 2011, no Teatro Municipal do Rio de
Janeiro. A exposição foi visitada por mais de 40 mil pessoas. Do Rio, os
painéis seguiram um itinerário que passou pelo Grand Palais, em Paris, pelo
Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, pelo Auditório Municipal de Oslo, onde
ficaram expostos durante a entrega do Prêmio Nobel da Paz, e pelo Museu de Arte
Moderna de Nova York.
Para os amantes da arte brasileira ai esta uma boa
pedida. Torcer para que muitos de nós tenhamos uma oportunidade até 21 de
abril.
Ave Chassot,
ResponderExcluirAdorei saber disto. Desconhecia esta história complicada dos painéis.
Apesar da minha resistência à arte moderna o traço, o desenho, as cores e a inspiração de Portinari me agradam demais. Notei isto na recente exposição de suas obras no Margs. Ver ao vivo este painel, em tamanho real deve ser uma emoção.
Grande abraço,
Guy
Caro Chassot,
ResponderExcluira história que nos trazes hoje nos remete à reflexão sobre a localização da ONU. Como alguém, do porte de Portinari, poderia ser impedido de visitar a sede de uma organização mundial, mesmo sendo o autor dos painéis? Afinal de contas, de quem é a ONU?
Nossas postagens acabaram, em parte, sendo coincidentes.
Um abraço,
Garin
http://norberto-garin.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirSou fã de Portinari desde quando nada sabia de sua vida devotada as artes, até que acabou morrendo de intoxicação por eflúvios oriundos das tintas que usava. Boa dica essa tua blogada. Abraços, JAIR.