ARACAJU * Ano 5 # 1517
ARACAJU * Ano 5 # 1517
As quatro primeiras horas de minha terça-feira foram abordo de um voo Guarulhos/ Aracaju; quando ser de 2h e 20min.
Ocorre que houve um desvio de rota emergencial para Belo Horizonte. Uma passageira, dois assentos a minha frente teve um princípio de enfarto. O comandante Felix, que já está aposentado como piloto, disse-me que hoje foi a primeira vez em sua história que teve que fazer desvio de rota. Afortunadamente deu tudo certo. Como já saíramos uma hora atrasados – que me exigiu, literalmente, passar um tempo sentado no chão do aeroporto de Guarulhos –, acumulou mais uma hora. Aliás, no primeiro trecho, mesmo saindo no horário de Porto Alegre houve um atraso de uma hora na chegada em Guarulhos, pela necessidade de ficar circunscrevendo voltas sobre o mar, esperando oportunidade para aterrissar. No aeroporto, em que pese a hora, fui atenciosamente esperado pelo prof. dr Victor Hugo Vitorino Sarmento, coordenador do Núcleo de Química, que contou que um dos primeiros livros que leu na sua formação de em História da Ciência foi A Ciência através dos tempos.
Assim este blogue é postado a primeira vez de Aracaju, a capital de Sergipe, uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localizado na Região Nordeste, tem como limites o oceano Atlântico à leste e os estados da Bahia, à oeste e ao sul, e de Alagoas, ao norte, do qual está separado pelo Rio São Francisco. É o menor dos estados brasileiros, ocupando uma área total de 21.910 km², pouco maior que Israel. Sua população é mais de 2 milhões de habitantes, o sexto estado menos populoso do país.
Esta deve ser a quarta vez que venho a Aracaju. A capital do estado de Sergipe localiza-se no litoral do Oceano Atlântico. Mesmo que as praias sejam lindas optei não aceitar a ofertar de pagar R$ 46,00 a mais na diária para ter vista para o mar. A cidade é cortada por rios como o Sergipe e o Poxim. Tem cerca de 600 mil habitantes. Somando-se as populações dos municípios que formam a Grande Aracaju: Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras e São Cristóvão, o número passa para 800 mil habitantes. A cidade é apontada como a capital com os hábitos de vida mais saudáveis do País e a capital com menor índice de fumantes, segundo o Ministério da Saúde. O topônimo "Aracaju" deriva da expressão indígena "ará acaiú", que em tupi-guarani significa "cajueiro dos papagaios". O elemento "ará" significa "Papagaio" e "acaiú", "fruto do cajueiro".
A última vez que estive aqui foi no IX ENEQ, em 1998. A data é facilmente evocada pois foi desta cidade que assisti a comoção nacional quando o Brasil perdeu a final da Copa do Mundo para a França. Foi então, salvo equivoco meu, que houve celebre ‘caso médico’ com Ronaldo. Foi nesta estada aqui que conheci o Rio São Francisco, levado pelo prof Paulino, vice-Reitor da UFS, realizando um sonho acalentado desde os meus primeiros estudos de corografia – como era chamado o estudo da Geografia da nação, no meu currículo na Escola Básica. Em duas oportunidades anteriores estive na UFS por convite da Profa. Djalma Andrade, organizadora do Núcleo de Ensino de Química, na UFS, referida em mais de uma oportunidade na dissertação que participo da banca amanhã, em São Cristovão. Hoje, às 16h, faço a palestra de Abertura no II ENESQUIM no Campus da UFS de Itabaiana, distante 50 km de Aracaju.
Ainda um registro de ontem. Ao lado de orientações individuais com três de meus sete orientandos e atividades de tutoria no curso de filosofia, tive aula na UAM - Universidade do Adulto Maior: meu momento de paroxismo acadêmico semanal. Foi emocionante ver mais de meia centena de alunas e alunos, que viveram mais da metade do século 20, constatar como a virada do século 19 para o 20 foi marcada por certezas, enquanto a virada do 20 para o 21 tem as marcas da incerteza.
Para não dizerem que a blogada de hoje é só diário pessoal, eis um assunto que está pautado para uma das próximas edições, com excertos de uma entrevista com Nicholas Carr. Ele cutucou a onça da internet com um argumento longo e bem-desenvolvido no livro "The Shallows -What the Internet is Doing to Our Brains" (que poderia ser traduzido como "No Raso -O que a Internet Está Fazendo com os Nossos Cérebros" e será lançado no Brasil pela Agir).
Em poucas palavras, a facilidade para achar coisas novas na rede e se distrair com elas estaria nos tornando burros. O livro já vendeu mais de 40 mil cópias nos Estados Unidos. Está sendo traduzido em 15 línguas.
Carr recusa a pecha de alarmista, mas sua preocupação com as "tecnologias de tela" é tanta que ele recomenda a restrição do acesso de alunos à internet nas escolas. Não descarta que a rede possa evoluir para a veiculação de ideias menos superficiais, mas tampouco vê indícios de que irá nessa direção.
Como se vê temos um tema no mínimo polêmico. Com votos de uma terça-feira, aceno com a possibilidade de nos lermos amanhã de Itabaiana. Até então.
E ainda acredito que isso tudo é de propósito. Alguem que quer nos governar, deixar-nos ansiosos, rápidos e ao mesmo tempo lento para pensar sobre coisas que realmente importam dentre outras... o mundo é uma mentira! Ontem até comentávamos sobre a manipulação em massa que é a televisão. Os seres humanos me amedrontam!
ResponderExcluirMuito querida Gabriella,
ResponderExcluirprimeiro a manifestação de meu orgulho de ter uma tão conceituada bloguista e intelectual, comentadora de meu blogue. Tenho visitado o teu http://recantodasletras.uol.com.br/
A frase de Marx epígrafe do texto de ontem serve para adensarmos nossas reflexões acerca do uso da Internet. Não tenho a visão tão dantesca como a que expões no teu comentário. Todavia não desconsidero que o Grande Irmão não só manipula como pode, se assim o desejar causar uma pane mundial na rede de internet.
Com redobrada admiração,
attico chassot
boa noite Mestre. Conectei-me na rede agora: abrir caixa email, pesquisar o que preciso, ler seu blogue e tchau inernet. Assim evito as distrações e me concentro no que preciso.
ResponderExcluirPor isso estou indo :D
Até amanhã
...depois que desconectei, lendo relatório de uma pesquisa, encontrei a denominação "sujeito moderno", para aquele que "se atualiza sem se atualizar" (Larrosa), e fiquei pensando nesta ânsia de comprar opinião e informação. Até isso é vendível.
ResponderExcluirQuerida Marília,
ResponderExcluirComo tu, vivo o estágio de aprender disciplinar-me (eu que tenho carteirinha de feyerabendiano!) com a internet.
Um afago desde Itabaiana
attico chassot
Muito querida Marília,
ResponderExcluirfaltaria um slogan assim para um shopping: “Aqui você ganha conhecimento pagando”
Um afago com saudade desde Itabaiana
attico chassot
Caro Mestre Chassot,
ResponderExcluirEstou sempre acompanhando seu blog. Eu citei essa sua postagem em um post no meu blog: http://andhora-geek.blogspot.com/2010/10/internet-estaria-nos-deixando-burros.html
Gostaria de saber se há algum problema e se me permite citá-lo.