Porto Alegre Ano 4 # 1427 |
E junho (e com ele o primeiro semestre de 2010) chega quase ao ocaso. Tempus fugit. Há seis meses era advento de um novo ano, agora dele já passou a metade.
Abro essa blogada dizendo que encontro de ontem de noite, que antecipei aqui, fui um sucesso. Artefatos e mentefatos foram degustados com a presença querida dos colegas José Luis e Marco e doas alunas Gabriela e Iona e dos alunos Sergio e Claiton. A Gelsa, depois de seus três turnos de Unisinos, ainda curtiu uma rapinha.
Ontem, antes do meio dia, encerrei a última revisão da 5ª edição de Alfabetização científica: questões e desafios para a Educação algo que tomou horas de meu fim de semana e de parte da segunda e terça-feira. A postagem no correio um calhamaço de páginas me fez cantar exultet! Claro minha alegria também tinha ressaibos de tristeza. O livro de suas atuais 438 páginas deverá emagrecer para cerca de 350 páginas. Hoje na área de Educação parece não haver mercado para livros tão volumosos. Fazer cortes é algo doloroso.
Quando me dedico sempre onerosa e muito necessária tarefa de revisão, sempre me convenço que não poderia ser um bom revisor. É algo que exige a atenção que eu não tenho. Por outro lado tenho sempre muitas surpresas. Os revisores fazem descobertas, que jamais me daria conta. Sabem também implicar com nossas escritas. “Confuso” é o alerta que mais me atrapalha. Leio. Releio. Tresleio. Devo dar razão, mesmo que na primeira vez seja capaz de murmura: “Como esse cara não entendeu essa frase!”. Depois, rendo-me e dou outra forma ao texto. Em geral, encurtando frase. Outro assunto que não é do agrado dos revisores são os nossos neologismos. rapidação [criei, e uso com adequação, esse neologismo para caracterizar, com rapidez, uma ação rápida] ou avonado [que institui para me referi para falar no gostoso tempo de ser avô] fugar [como um mais poético sinônimo de fugir; aliás, o verbo tem uma ação poética: compor (peça musical) submetendo-a às regras e/ou características da fuga, como jamais fugarei neste sentido, fugo nestes devaneios]. Já contei aqui em mais de uma oportunidade que não consigo escrever sem consultar um dois dicionários. Aliás, com o advento dos dicionários eletrônicos, houve neste fazer uma facilitação. Mesmo assim gosto de inventar palavras. E quem não gosta?
No texto acima há um verbo que sei que não passaria por revisores mais exigentes: tresler. O corretor do Word não conhece este verbo. Se reler é ler de novo, como é ler a terceira vez? Poderia ser treler ou tresler. O primeiro está dicionarizado como tagarelar; dar trela; intrometer-se. O segundo 1.Ler às avessas. 2. Perder o juízo, à força de ler e estudar. 3. Dizer tolices. Assim, nenhum dos dois me socorrem na minha intenção de dizer que reli mais de uma vez.
O mais surpreendente ocorre quando a revisão é num texto que já teve mais de uma edição em circulação. Então, envergonho-me. Como certas coisas circularam assim, por tantos anos e por milhares de leitores. E não são somente correções de forma. Há, também de conteúdo.
Assim esse registro é também um momento de fazer uma pública homenagem aqueles homens e aquelas mulheres que fazem revisão de nossos livros. A Equipe de Revisores da Editora da Unijuí que nestes (ops, quase escrevo nesses... e aí já ofereceria motivo para algum revisor me corrigir) dias me encantou, minha particular admiração. Mesmo com os corretores de nossos editores de texto, esses profissionais são/serão muito importantes. Eu os admiro, mesmo quando eles escrevem à margem de um parágrafo que sonhávamos uma preciosidade literária: confuso!
Como assunto busca assunto, outra novidade de meus livros. Já circula uma nova segunda edição do Educação conSciência. Este livro que escrevi em 2002 em Madrid, durante o pós- doutoramento, teve sua primeira edição em 2003. Em 2007 ganhou uma segunda edição. A neste mês houve uma 1ª reimpressão da segunda edição, atualizada e revisada. Por justiça, aquilo que disse da Equipe de revisores da Editora Unijuí, devo dizer também daquela da Editora da UNISC. O nova ‘fornada’ do Educação conSciência tem significativas melhoras em relação as edições anteriores e por tal os revisores merecem os louros, pois também aqui acharam imprecisões que passaram batidas anteriormente.
Com votos de uma quarta-feira. Hoje, em relação aos 20 dias anteriores é um dia especial. Não tem jogo da copa. Isso é algo de saudar. Ainda ontem conversava com a Regina, moradora de meu prédio, proprietária de uma loja; ela com razões sobradas abomina esses dias copeiros. Já projeta o que vai significar de prejuízos, em alguns ramos do comércio, em 2014. Amanhã volto para mais um papo, que já será julino.